sexta-feira, 20 de outubro de 2017

'FT': "Caso Aécio mostra que Senado é intocável e indica começo do fim da Lava Jato", diz analista

Matéria publicada nesta sexta-feira (20) pelo Financial Times fala sobre a segunda vitória do presidente Michel Temer, que conseguiu se livrar mais uma vez de um julgamento sobre acusações de corrupção, podendo até perder seu mandato.

Times aponta que a decisão aconteceu um dia depois que os senadores permitiram que o ex-líder do partido PSDB e candidato presidencial de 2014, Aécio Neves, continuasse em sua posição depois que ele também foi supostamente gravado em discussões sobre subornos com o empresário Joesley Batista da JBS. 

"A fonte da indignação é que ouvimos a voz de um senador eleito e um ex-candidato presidencial que quase venceu as eleições, em conluio com o chefe da JBS tratando de negócios, então as pessoas se sentem idiotas. Aécio tornou-se o rosto do sistema político falho do Brasil", diz o analista político Matias Spektor da Fundação Getúlio Vargas em São Paulo.

A crise política que Temer e Aécio Neves enfrentam começou em maio, quando o Joesley Batista, o ex-presidente da JBS, assinou um acordo de delação premiada no qual ele alegou ter gravado muitos políticos poderosos discutindo subornos, lembra o noticiário.
Os casos aconteceram quando o Brasil estava completando três anos da operação Lava Jato que investiga o caso de corrupção na Petrobras, na qual promotores independentes e policia federal descobriram uma série de esquemas entre empresários e políticos em troca de favores.
Os analistas dizem que o caso de Temer reflete bem o tipo de político obscuro, que age nos bastidores e lembra que ele foi três vezes presidente da Câmara dos Deputados.

O caso de Aécio Neves é um exemplo da classe política que é contra a investigação de corrupção, de acordo com o Sr. Spektor.

"Muitos dirão que esse é o começo do fim de Lava Jato", disse ele. 

"Isso não foi tão terrível do ponto de vista moral, mas também foi politicamente uma onda de choque porque agora mostra que o Senado é intocável".

FT analisa que grande parte do Senado está sofrendo investigação por corrupção, então cada voto  vale como uma forma de defesa. (JB)


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