Matéria publicada nesta sexta-feira (20) pelo Financial Times
fala sobre a segunda vitória do presidente Michel Temer, que conseguiu se
livrar mais uma vez de um julgamento sobre acusações de corrupção, podendo até
perder seu mandato.
Times aponta que a decisão aconteceu um
dia depois que os senadores permitiram que o ex-líder do partido PSDB e
candidato presidencial de 2014, Aécio Neves, continuasse em sua posição depois
que ele também foi supostamente gravado em discussões sobre subornos com o empresário
Joesley Batista da JBS.
"A fonte da indignação é que ouvimos a
voz de um senador eleito e um ex-candidato presidencial que quase venceu as
eleições, em conluio com o chefe da JBS tratando de negócios, então as pessoas
se sentem idiotas. Aécio tornou-se o rosto do sistema político falho do
Brasil", diz o analista político Matias Spektor da Fundação Getúlio Vargas
em São Paulo.
A crise política que Temer e Aécio Neves
enfrentam começou em maio, quando o Joesley Batista, o ex-presidente da JBS,
assinou um acordo de delação premiada no qual ele alegou ter gravado muitos
políticos poderosos discutindo subornos, lembra o noticiário.
Os casos aconteceram quando o Brasil estava
completando três anos da operação Lava Jato que investiga o caso de corrupção
na Petrobras, na qual promotores independentes e policia federal descobriram
uma série de esquemas entre empresários e políticos em troca de favores.
Os analistas dizem que o caso de Temer
reflete bem o tipo de político obscuro, que age nos bastidores e lembra que ele
foi três vezes presidente da Câmara dos Deputados.
O caso de Aécio Neves é um exemplo da classe
política que é contra a investigação de corrupção, de acordo com o Sr. Spektor.
"Muitos dirão que esse é o começo do fim
de Lava Jato", disse ele.
"Isso não foi tão terrível do ponto de
vista moral, mas também foi politicamente uma onda de choque porque agora
mostra que o Senado é intocável".
FT analisa que grande parte do Senado está
sofrendo investigação por corrupção, então cada voto vale como uma forma
de defesa. (JB)
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