“Mulheres bonitas
é o que não falta no Brasil” ou “Mulheres bonitas é o que não faltam no
Brasil”?
A frase correta é a primeira: “Mulheres
bonitas é o que não falta no Brasil”. Explica-se: O sujeito de “faltar”, na
frase, não é “mulheres”, mas o pronome relativo “que” (representante de um
termo no singular, o pronome “o”); o verbo de ligação em frases assim concorda
com o pronome relativo neutro “o”, e não com o termo no plural. Sendo assim,
“mulheres bonitas é o que não falta no Brasil” é a frase, além de
gramaticalmente correta, é a verdadeira. Outros exemplos: Candidatos foi o que
não faltou ao emprego anunciado; Vagas é o que não falta na indústria no
comércio; Fofocas é o que não falta por aqui.
Formas variantes ou
sincréticas
São formas duplas
ou múltiplas equivalentes. Exs.: abdome/abdômem, afeminado/efeminado,
aluguel/aluguer, bêbado/bêbado, barganhar/berganhar, bravo/brabo,
câimbra/cãibra, carroçaria/carroceria, catorze/quatorze, chipanzé/chimpanzé,
clina/crina, cociente/quociente, corre-mão/corrimão, cota/quota,
cotidiano/quotidiano, enfarte;infarto, entoação/entonação, enumerar/numerar,
estalar/estrelar, flauta/frauta, flecha/frecha, fleuma/fregma, fleugma (forma
errada), flocos/frocos, foro/fórum, friento/friorento/friolento, hem/hein,
hífen/hifem, hímen/himem, louro/loiro, maquiagem/maquilagem, neblina/nebrina,
nenê/neném, percentagem/porcentagem, pólen/polem, rastro/rastro,
registro/registo, seção/secção, sêmem/seme, surripiar/surrupiar, televisar/ televisionar;
tesouro/tesoiro, volibol/voleibol, etc.
Não se preocupe
com isso, caro leitor! Lembre-se do substantivo “relâmpago’, que tem os
seguintes verbos: relampear, relampejar, relampadejar, relampaguear,
relampadar, relampar,. Não há perigo de o leitor errar ao pronunciar esse
verbo.
Isto é para eu fazer
Se a preposição seguida de pronome não serve para
introduzir este pronome (que funciona como sujeito), mas um infinitivo, usa-se
as formas retas “eu” e “tu” e não “mim” e “ti”. Exs.: Isto é para mim (a
preposição rege o pronome). Isto é para eu fazer (a preposição rege o
infinitivo: isto é, para que eu faça.)
Piso “mínimo” // Teto “máximo”
Expressão muito usada em economia, mas
redundantemente: Em “piso” já existe a ideia de mínimo. O mesmo se diz de teto
máximo. A noção de máximo já existe na palavra teto.
Obstacularizar e obstacular existem?
Não. Não existem tais formas verbais. O verbo
é obstaculizar (criar obstáculo para): Os escândalos de corrupção obstaculizam
o maior respeito à nação; Esse governo vai de tudo para obstaculizar as CPI´s
que lhe podem trazer problemas.
“Preferir que” ou “do que”?
O verbo preferir, constrói-se, corretamente,
com objeto direto de pessoa ou coisa, e indireta regido da preposição “a”:
Prefiro Herculano a Camilo; Prefiro prosa à poesia; Prefiro sair a ficar.
Ensina Mário Barreto: “Preferir que ou do que
- só se explica, enquanto a mim, por uma falsa analogia, por influência de
outra locução: querer antes.
Mas preferir e querer antes não têm a mesma sintaxe” (Novíssimos Estudos, pág.
73, 2ª edição - 1924)
Travessa / Beco
Convém não confundir. TRAVESSA é a rua curta,
estreita ou larga, transversal entre duas ou mais ruas principais. BECO é a rua
curta, estreita, quase sem saída, imprópria para o trânsito de veículos. Pode
ser apenas um elo entre vias maiores (Largo e rua, rua e praça).
(*) Graduado em
Letras Plenas, com Especialização em Língua Portuguesa e Literatura, na
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA). É, também, funcionário do Serviço
Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) de Sobral (CE). Contatos: (088)
99762-2542.
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