Cemitério (do grego koimetérion, "dormitório", do latim coemeteriu, lugar de dormir). Como se observa, já na própria origem da palavra nota-se uma esperança de que um dia iremos acordar. Será o dia da Ressurreição dos Mortos. Para os que crêem, será quando ficaremos eternamente juntos de Deus, se assim o merecermos. Primitivamente, a palavra significou o lugar ou sala de dormir, de repouso. Tempos depois foi que passou a ter o significado atual.
Antigamente falavam que Sobral (sede) era a terra de dois cemitérios. Hoje são cinco em plena atividade. Conheça um pouco da história dos três mais antigos.
CEMITÉRIO SÃO JOSÉ - Naquele espaço da Praça Oswaldo Rangel (Praça do Patrocínio) foi onde surgiu o primeiro cemitério de Sobral de que se tem conhecimento. Como em todos os lugares, nesta cidade também havia o costume de se fazer sepultamento nas igrejas, ao redor delas ou nas fazendas. Em 1820 o Visitador da Igreja Católica, Cônego Antônio Coelho, por aqui passou e proibiu os sepultamentos na Matriz e na igreja do Rosário, para evitar a infecção do ambiente, e determinou que esses fossem feitos ao ar livre. Para isso foi bento o local onde hoje existe a Praça do Patrocínio, cercado de madeira e transformado no primeiro cemitério de Sobral. (Foto: Arquivo Daniel Caetano Figueiredo)
Como o costume ainda estava muito latente, esse cemitério só tinha utilidade para pobres e escravos. Os ricos continuavam sendo enterrados na Matriz até que, por causa de um violento surto de febre amarela em Sobral, em 1852 foi acelerado o processo de construção de um cemitério mais digno por decisão do Vigário Francisco Jorge. O local onde hoje está o Cemitério São José foi bento, iniciando-se a construção em ritmo lento no ano seguinte. Embora os primeiros sepultamentos no São José tenham começado em 1853, ele só ficou concluído vários anos depois.
Em 1935, o prefeito Vicente Antenor Ferreira Gomes promoveu grande reforma, demolindo a antiga capela e construindo a que hoje existe. Em administrações mais recentes, o São José tem recebido atenção especial, já contando com iluminação, reforma de calçada e organização do local de estacionamento.
CEMITÉRIO SÃO FRANCISCO - Com o aumento dos sepultamentos, o Cemitério São José estava ficando pequeno para a Vila de Sobral que se desenvolvia rapidamente. Surgiu, então, a ideia de construir um novo campo santo. Mas a justificativa principal era resguardar a cidade dos perigos de novas epidemias evoluídas pelas emanações do Cemitério do centro. Na época houve até rumores para interditá-lo, o que não foi consumado.
Em 1862 a Câmara Municipal aprovou e deu início à construção do São Francisco, no bairro do Junco, ficando esse cemitério popularmente conhecido como o do pé-da-serra. Como o São José, sua construção também foi lenta. Através de Decreto de 08.10.1881 a Câmara resolveu que os sepultamentos térreos fossem feitos no São Francisco (Junco) e os em catacumbas deveriam ser realizados no São José, do centro.
CEMITÉRIO SANTA MARTA – Novamente o crescimento da cidade gerou a superlotação dos cemitérios São José e São Francisco. Também era cada vez mais difícil adquirir túmulo em um dos dois já existentes devido aos preços elevados. Isso fez surgir a ideia de construir mais um cemitério para atender toda a população mais pobre da cidade, especialmente a quem residia nos bairros Dom Expedito, Sinhá Sabóia e COHAB.
A feliz ideia surgiu do respeitado sacerdote Pe. Osvaldo Carneiro Chaves, que contou com a doação do terreno por dona Evangelina Sabóia, filha do Dr. José Sabóia (Juiz de Direito) com a colaboração de pessoas da comunidade. Dessa forma, foi dado início à construção do terceiro cemitério de Sobral, que recebeu o nome de Santa Marta.
Por causa dos parcos recursos de que dispunha o empreendedor, o trabalho foi penoso. Mas Padre Osvaldo Carneiro Chaves conseguiu inaugurá-lo e entregá-lo à população no dia 29 de julho de 1964 - Dia de Santa Marta. Ultimamente familiares dos usuários têm reclamado da falta de mais atenção e investimento por parte de quem administra esse campo santo. Em tempo: Dona Evangelina Sabóia também doou o terreno em que foi construída a Escola Profissional São José, naquele mesmo bairro.
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