quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Chamar alguém de “Negro de alma branca” dá processo


É bom que as pessoas preconceituosas ou de língua solta demais meçam bem as palavras quando forem se dirigir a alguém da raça negra. Principalmente, pelo dever de zelar pelo respeito a todos, independentemente de raça, cor e credo religioso. Em segundo lugar, para não passar pelo constrangimento de ter de se explicar na justiça e ainda ter de pagar indenização. E foi isso o que aconteceu ao jornalista Paulo Henrique Amorim, da Rede Record, ao fazer trocadilho com a cor do seu colega de profissão Heraldo Pereira, da Globo.
 Paulo Henrique Amorim e Heraldo Pereira
O Tribunal de Justiça de Brasília (DF) julgou a frase “Negro de alma branca” como uma manifestação de racismo, já que Heraldo é negro.  O valor arbitrado por danos morais foi de R$ 30 mil e será destinado a uma instituição de caridade escolhida por Heraldo Pereira. O processo já tramitava desde março de 2010 e as partes entraram em acordo em 15 de fevereiro.

Além disso, Paulo Henrique Amorim deverá se retratar nos jornais Correio Braziliense e Folha de S.Paulo, nos cadernos de política, economia ou variedades. Deverá mencionar que ele "reconhece Heraldo Pereira como jornalista de mérito e ético; que Heraldo Pereira nunca foi empregado de Gilmar Mendes; que apesar de convidado pelo Supremo Tribunal Federal, Heraldo Pereira não aceitou participar do Conselho Estratégico da TV Justiça; que, como repórter, Heraldo Pereira não é e nunca foi submisso a quaisquer autoridades; que o jornalista Heraldo Pereira não faz bico na Globo, mas é empregado de destaque da Rede Globo; que a expressão 'negro de alma branca' foi dita num momento de infelicidade, do qual se retrata, e não quis ofender a moral do jornalista Heraldo Pereira ou atingir a conotação de 'racismo'", de acordo com decisão do Tribunal de Justiça do Distrito Federal.


Isso atesta que vale a pena buscar nossos direitos. Não desista nunca!

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