O presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Raymundo Damasceno, enviou carta à presidenta Dilma Rousseff reafirmando a posição contrária da Igreja Católica ao aborto. Em entrevista coletiva na manhã de hoje (16), dom Damasceno evitou dar mais detalhes alegando que só poderá fazê-lo depois que Dilma receber o documento
Para
o secretário-geral da CNBB, dom Leonardo Steiner, a entidade "não trata a
questão de forma ideológica, mas se preocupa com a vida humana”. “Se Deus
teve a delicadeza de se tornar feto, de se tornar criança [representado por
Jesus Cristo], devemos ter pelo ser humano um grande respeito, na situação de
um embrião. Por isso, a posição da Igreja sobre o aborto é fundamental."
Os
representantes da CNBB procuraram desvincular a carta enviada à presidenta de
declarações sobre o aborto dadas pela recém-empossada ministra da Secretaria de
Políticas para as Mulheres, Eleonora Menicucci. Em entrevistas recentes, a
ministra disse que dará
continuidade ao programa de governo, mas não abrirá mão de convicções pessoais,
em especial, das que tem sobre o aborto. Antes de assumir a pasta, Eleonora
destacou que o aborto é uma
questão de saúde pública.
Dom
Damasceno ponderou que a escolha de ministros "é prerrogativa do Poder
Executivo" e lembrou que a ministra esclareceu que estava fazendo
considerações de ordem pessoal.
Em
relação à campanha que
o Ministério da Saúde vai fazer durante o carnaval para prevenção de doenças
sexualmente transmissíveis, com a distribuição gratuita de
preservativos, dom Leonardo Steiner argumentou que "a questão da
aids é mais delicada e abrangente, e o ministério vai fazer o que achar
condizente para preservar a vida, a dignidade das pessoas". A CNBB,
segundo ele, "sempre vai se posicionar dizendo que não é suficiente distribuir
camisinhas, mas também veicular informações sobre a sexualidade, a relação e o
respeito entre as pessoas".
Dom
Leonardo Steiner lamentou ainda o corte de
recursos do Orçamento da União feito
ontem (15), em especial, para a área da saúde
(R$ 5,4 bilhões), lembrando que "há localidades no país que
não contam com um médico sequer, um ambulatório, por isso há necessidade de
investimento maior na saúde". (Ag. Brasil)
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