Pela
primeira vez, o Sistema Único de Saúde (SUS) recebe notas pelo acesso e a
qualidade dos serviços. Lançado hoje (29), o Índice de Desempenho do SUS
(Idsus) avalia o atendimento em todos os municípios, estados e em âmbito
nacional de acordo com uma escala de 0 a 10. Na primeira avaliação, a pontuação
do Brasil é 5,47.
Criado
pelo Ministério da Saúde, o índice é o resultado do cruzamento de 24
indicadores que avaliam se a população está conseguindo ser atendida em uma
unidade pública de saúde, além da qualidade do serviço. Toda a estrutura –
hospitais, laboratórios e clínicas – passou pela avaliação.
Foram
analisados 24 indicadores, como a quantidade de exame preventivo de câncer de
mama em mulheres de 50 a 69 anos, cura de casos de tuberculose e hanseníase, o
número de mortes de crianças em unidade de terapia intensiva (UTI) e o de
transplantes de órgãos.
Os técnicos levaram em conta o tamanho da população – inclusive com plano de saúde –, a estrutura disponível e a condição econômica de cada município. As cidades foram divididas em seis grupos conforme semelhanças econômicas e de atendimento aos habitantes.
Os técnicos levaram em conta o tamanho da população – inclusive com plano de saúde –, a estrutura disponível e a condição econômica de cada município. As cidades foram divididas em seis grupos conforme semelhanças econômicas e de atendimento aos habitantes.
A
avaliação constatou que o brasileiro ainda enfrenta muita dificuldade para
conseguir uma consulta ou um exame na rede pública, o que prejudicou a média
nacional, segundo técnicos do ministério. “Na atenção básica, o acesso é mais
fácil. Já na atenção especializada (cirurgias, por exemplo), o acesso está mais
difícil e por isso jogou a nota mais para baixo”, explicou Afonso dos Reis,
coordenador-geral de Monitoramento e Avaliação do SUS no ministério.
No
quesito qualidade, o problema é o atendimento hospitalar que está inferior ao
dos postos de saúde, disse Reis. Na metodologia, 60 cidades com a melhor
infraestrutura e indicadores internacionais foram usadas como parâmetro para
saber se o município terá bons resultados. Isso inclui aquelas onde 70% dos
partos são normais. Assim, se na cidade metade dos partos é cesárea, ela não
será bem avaliada nesse ponto.
Os
dados usados foram dos anos de 2007 a 2010, fornecidos pelas secretarias
municipais. As informações de 2011 não foram computadas por estarem
incompletas.
Nenhum município ou estado tirou a nota mínima (0) ou a máxima
(10). O Idsus será calculado a cada três anos. Porém, o ministério pretende
fornecer uma avaliação anual às prefeituras e estados, com o objetivo de
estimular os gestores locais a cumprir metas acertadas com o governo federal. O
ministro da Saúde, Alexandre Padilha, disse hoje (1º) que o índice é uma das
estratégias para a avaliação permanente do Sistema Único de Saúde. "O SUS
não pode, de forma alguma, temer avaliação. Tem que ser algo visto como
fundamental para avançar no sistema de saúde", destacou, durante o
lançamento do Idsus.
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