O fato de o senador Demóstenes Torres exigir ser avaliado pelo plenário do Senado e não pedir o arquivamento do processo demonstra sua certeza de que não será apenado. Isso indica que, apesar de estar profundamente "enrolado", ainda tem "bala na agulha" para obrigar a maioria dos votantes indicar sua absolvição. Certamente o senador tem sérias acusações, e com provas, que fazem com que muita gente que também tem rabo preso fique sob seu jugo.
Somente o voto aberto poderia fazer os brasileiros saibam quem são os protetores de Demóstenes. Publicados os nomes, aí seria iniciada outra faxina. E assim sucessivamente. Para tanto, faz-se necessário que a sociedade exija "VOTO ABERTO" já, não apenas no senado, mas nos demais poderes, pois o eleitor cidadão merece respeito. Saiba mais na reportagem abaixo, da Agência Brasil
Por
unanimidade, o Conselho de Ética do Senado aprovou na noite de ontem (25) o
relatório do senador Humberto Costa (PT-PE) que pede a cassação do mandato do
senador Demóstenes Torres (sem partido-GO). A votação ocorreu de forma nominal
e por meio de voto aberto. O relatório recebeu a aprovação dos 15 senadores que
integram o conselho.
O parecer será encaminhado agora à Comissão de Constituição e
Justiça (CCJ) do Senado, para análise dos aspectos constitucionais. Antes de
votar, no entanto, a CCJ terá que esperar um intervalo equivalente a cinco
sessões ordinárias do Senado, o que fará com que o julgamento político de
Demóstenes só ocorra a partir da próxima semana. Após passar pela CCJ, a posição do conselho segue para o plenário,
que terá que decidir, em votação secreta, sobre a perda de mandato do senador.
A reunião durou cerca de cinco horas. No texto, o relator destacou
a relação próxima de Demóstenes com o empresário goiano Carlos Augusto de
Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, investigado pela Polícia Federal por
suspeita de explorar jogos ilegais e comandar um esquema de corrupção de
agentes públicos e empresários.
Costa destacou em seu relatório que Demóstenes mentiu ao Conselho
de Ética sobre a sua relação com o empresário e que colocou o seu mandato de
senador a serviço dos interesses de Cachoeira. O relatório também apontou que o
parlamentar goiano participava do esquema de "lavagem de dinheiro"
operado por Cachoeira. "Afirmo, sem tergiversar, que o Senador Demóstenes Torres
teve um comportamento incompatível com o decoro parlamentar: percebeu vantagens
indevidas; praticou irregularidades graves no desempenho do mandato",
disse o senador Humberto Costa ao apresentar seu voto.
A defesa do senador, que falou na abertura da reunião durante 30
minutos, declarou que Demóstenes quer ser avaliado pelo plenário do Senado e optou
por não pedir o arquivamento do processo.
O pedido da defesa causou protesto do senador Mário Couto
(PSB-PA). Ele disse que se desligaria do conselho, caso a decisão fosse a favor
de Demóstenes. "Jamais vi na minha vida uma defesa pedir a condenação. Peço
meu desligamento antecipado deste Conselho de Ética se o plenário absolver
Demóstenes", declarou.
Couto prometeu que abrirá o seu voto quando o processo de cassação
for apreciado pelo plenário da Casa. "Quero fazer um apelo, que o senhor
[o presidente do Conselho de Ética, Antônio Carlos Valadares (PSB-SE)] seja
portador de um pedido de voto aberto. Nós temos que moralizar o Senado. Não
podemos mais esconder o nosso voto do povo brasileiro", disse. "A
nação está carente de moralidade, e nós não podemos esconder o nosso voto. Vou
abrir o meu voto, nem que, para isso, meu voto seja anulado", completou.
Já o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) disse ao votar que os
atos de Demóstenes Torres acabaram prejudicando a imagem do Senado. "O que
estamos aqui cuidando não é da ética no comportamento pessoal. A quebra de
decoro parlamentar não atinge o indivíduo, atinge a instituição",
destacou. "Nos não estamos aqui em uma confraria de amigos. O Senado não é
um clube", declarou.
Antes da votação, o senador Pedro Taques (PDT-MT) lembrou que as
gravações indicaram que Demóstenes avisou Carlinhos Cachoeira sobre as
investigações da Polícia Federal. "Isso é um fato gravíssimo porque expõe
a risco de morte pessoas que estão exercendo uma função pública", disse
Taques. "Não existe nada mais trágico no mundo do que saber o que é certo
e fazer o errado. O senador Demóstenes sabia o que é certo e optou pelo que era
errado", ressaltou.
O senador Pedro Simon (PMDB-RS) falou da decepção que sentiu ao
saber das denúncias envolvendo o senador goiano. "Eu vivo um momento muito
doloroso porque eu tinha uma grande admiração pelo senador Demóstenes. A mim,
ele enganou o tempo todo. Sinceramente, eu acreditei nele. Será que o problema
dele não é um problema psiquiátrico e não jurídico. Um problema de dupla
personalidade", disse. Simon também defendeu que a votação em plenário fosse feita de
forma aberta. "Eu vou votar pela cassação e gostaria que a votação fosse
aberta", disse Simon. (Ag. Brasil)
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