sábado, 14 de setembro de 2013

De Olho na Língua - Prof. Prof. Antônio da Costa - antoniodacosta53@hotmail.com (Do Jornal Correio da Semana - 14.09.13)

BRAGUILHA
É a abertura dianteira de veste tipo calça, calção ou bermuda. Deve assim ser grafada a palavra. O termo “barguilha” é grafia incorreta. A palavra provém do gaulês “bracas” (calças). Depois, houve a transformação para “braga”,nascendo, então,o diminutivo braguilha.
 


ALPARCATA
Há três formas corretas para a designação desta espécie de calçado, cuja sola se ajusta ao pé por meio de tiras de couro ou de algum tecido: alpercata (com “e”), alparcata (sem “e”), por dissimilação e alpargata com “g”. Existem ainda as formas “apragata” e “alpragata” usadas pelas pessoas incultas. Existe também a forma alparca, desusada no Brasil. Alpargata é formação do vasconço  “abarca” pelo árabe al-bargat.

 
A CASA
Quando sinônimo de lar, de residência de quem fala ou da pessoa a quem se alude, o termo casa é precedido da preposição “a”. Não se dará, pois, a crase. Por isso escrever: Agora mesmo vou a casa, para repousar um pouco. Errado escrever: Agora mesmo vou à casa, para repousar um pouco.

 
ALELUIA
É expressão de alegria. Duas palavras hebraicas a compõem: “Halelu (segunda pessoa do plural do imperativo do verbo “hillel”, forma plural de “hallal”), e de “Yã”, abreviatura de Javé (o nome de Deus revelado a Moisés). A tradução de aleluia é: Louvai a Javé.

 
ALUGUER /ALUGUEL
Embora as duas formas estejam de acordo com a vernaculidade, fazemos opção pela de “aluguel” (com o plural aluguéis). Os lusitanos optam pela forma aluguer, fazendo o plural alugueres.

 
AVÔ, AVÓS E SEUS PLURAIS
O plural de avô é avôs. O de avó é avós. Quando nos referimos, de modo concomitante, ao avô e à avó, homem e mulher, devemos dizer os avós (plural com acento no “o”). O mesmo ocorrerá quando a referência for a ascendentes, antepassados, avoengos.

 
CÊ CEDILHADO
A maioria das pessoas incide em erro quando soletra uma palavra onde há “ç”. Açude, por exemplo. É soletrada desta forma: a - cê cedilha - u - çu - d-e - de. Corretamente, a soletração é esta: a - cê cedilhado - u - çu - d-e - de. Porque há o verbo cedilhar e, no caso, a consoante está cedilhada. Sei que há gramáticos que aceitam a forma cê-cedilha. Que fazer?
 

SOU “DE” MENOR / SOU “DE” MAIOR
Ninguém é “de” menor, nem “de” maior. Na língua culta ou mais cuidada existe o menor de idade e o maior de idade. Portanto, diga sempre, como gente grande: Sou menor, ou, então, como gente que entende: Sou maior. No registro coloquial, todavia, só se encontra “de” menor e “de” maior. Um dicionário (Aquele) abona as expressões impugnadas. Compreende-se.        



 

 
(*) Professor Antonio da Costa é graduado em Letras Plenas, com Especialização em Língua Portuguesa e Literatura, na Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA). É, também, servidor do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) de Sobral. Contatos: (088) 9409-9922 e (088) 9762-2542.

 

 

 

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