
"A
OMS aceitou as conclusões" da Comissão de Emergência Sanitária, que esteve
reunida quarta (6) e quinta-feira desta semana em Genebra, informou a
diretora-geral da organização, Margaret Chan. Segundo ela, a comissão foi
unânime em considerar que se verificam as condições de uma emergência de saúde
pública de alcance mundial. Diante de uma situação que continua a agravar-se, é
necessária uma resposta internacional coordenada para "travar e fazer
recuar a propagação internacional do ebola", acrescentou.
A
epidemia de ebola, que já causou a morte de cerca de mil pessoas desde o início
do ano, com mais de 1.700 casos suspeitos, é a mais mais grave das últimas
quatro décadas, destacou Chan.
Ela
disse que os países da África Ocidental mais atingidos - Libéria, Serra Leoa,
Guiné-Conacri e Nigéria - não têm meios para responder sozinhos à doença e
pediu à comunidade internacional que forneça o apoio necessário.
A
comissão alertou que os Estados devem estar preparados para detectar e tratar
casos de ebola, além de facilitar a retirada de cidadãos, em particular pessoal
médico, que estiveram expostos ao vírus da febre hemorrágica.
A
comissão lembrou que os chefes de Estado dos países afetados devem
"decretar estado de emergência" e "dirigir-se pessoalmente à
nação para fornecer informações sobre a situação".
O
responsável da OMS para a epidemia, Keiji Fukuda, adjunto de Margaret Chan,
disse que a quarentena de pessoas suspeitas de infecção deve ser 30 dias, já
que o tempo de incubação é 21 dias.
As
pessoas que estiveram em contato com os doentes, à exceção do pessoal médico
equipado com roupa protetora, não devem ser autorizadas a viajar.
Keiji
Fukuda lembrou ainda que as tripulações de voos comerciais, que se desloquem a
países afetados, devem receber formação específica e material médico para
proteção pessoal e dos passageiros.
"Impedir
as companhias aéreas de viajar para esses países iria afetar a sua
economia", observou Chan.
A
comissão recomendou também que todas as pessoas que saiam de países afetados
sejam examinadas nos aeroportos, portos e principais postos fronteiriços,
mediante um questionário e medição da temperatura, devendo ser impedidos de
viajar quaisquer casos suspeitos.
O
vírus já causou pelo menos 932 mortos e infectou mais de 1.700 pessoas desde
que surgiu, no início do ano, na Guiné-Conacri, de acordo com a OMS.
A
Libéria, a Guiné-Conacri e Serra Leoa decretaram estado de emergência. O vírus
do ebola é transmitido por contato direto com o sangue, líquidos ou tecidos de
pessoas ou animais infectados.
A
febre manifesta-se por meio de hemorragias, vômitos e diarreias. A taxa de
mortalidade varia entre 25% e 90% e não é conhecida uma vacina contra a doença.
O vírus foi detectado pela primeira vez em 1976 na República Democrática do
Congo. (Ag. Brasil)
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