sábado, 20 de setembro de 2014

POUCAS & BOAS - 20.09.14 artemisiodacosta@hotmail.com (Jornal Correio da Semana- 20.09.14)

Esse é que é o homem!”
Certa vez, numa lanchonete de Sobral, “sem querer querendo”, como diria o comediante mexicano Roberto Gómez Bolaños (Chaves), ouvi um curioso diálogo de amigos que chegavam de um distrito sobralense. Referindo-se a um famoso e saudoso político local, um disse muito alegre: Esse é que é o homem! Olha que ele parou lá em casa ontem querendo descansar um pouco. Sem rede nova pra oferecer, falei que só tinha a que meu garotinho havia acabado de ensopar de xixi. Ele aceitou de todo gosto e dormiu com um anjo. O cabra é macho mesmo!”. Foi o bastante para o outro camponês também dizer: Esse é que é o homem!”

Escutar-se isso de dois rudes sertanejos até que dá para engolir, não obstante se saiba que a globalização vem exterminando até mesmo a ingenuidade de muitos matutos. Agora, lamentável é ainda ouvir-se frase semelhante proferida por alguém tido como letrado, esperto e, às vezes, tido com formador de opinião.



Mais triste ainda quando o objetivo é enaltecer a “macheza” de quem se propõe a governar um país, estado ou município ou apenas auxiliar nesse governo, como se para cumprir essa tarefa fosse imprescindível ter qualidade que retrocede no tempo. Remonta ao tempo em que tudo se resolvia através da valentia, tempos de “Lampião”, em que a disputa era na base do braço, da faca ou da bala. Mas os tempos são outros: hoje os valentes são os que têm como principal arma a ficha limpa e boas ideias.

Lamentavelmente hoje quem alardeia isso não se apercebe de que o portador de tal “macheza” se respalda na utilização de outra arma: a nojenta prática de denegrir, achincalhar o adversário e seus projetos. E que o próprio machão não se lembre que também tem falhas  e defeitos.  

Quem é adepto do “esse é que é o homem!” torna-se tão cego ou tão submisso que não consegue detecta que “esse homem” deixa completamente de lado o que lhe seria muito útil para a conquista de eleitores e mais aliados. E que “esse homem” perde, portanto, a oportunidade de apresentar as suas boas qualidades: sua história, suas ideias, seus bons projetos... Esquece-se completamente da possibilidade de vencer por suas qualidades, fixando-se na ideia de derrotar o opositor tripudiando em cima dos defeitos desse ou os “fabricando”, caso não haja. E como é fácil detectar isso na atual campanha!  

Você já se deparou com alguém querendo lhe empurrar goela abaixo um desses candidatos ou se deparou com algum aliado ou cabo eleitoral desses candidatos? Aquele que coloca esse tipo de “macheza” acima da sensatez, da coerência e da  humidade e se recusa a aceitar criticas honestas e sugestões de melhoria?

Se sim, fuja dele e ajude a expurgá-lo, bem como seu protegido, da política e da sociedade. Antes de ser “macho” seja homem. Esse, sim, é que é o homem! De verdade.
***
Arrocha!
A Lei Nº 6.683, de 28.08.1979, anistiou os exilados e perseguidos políticos, além de "perdoar" também os torturadores e assassinos que estiveram a serviço da ditadura militar brasileira, englobando o período de 02.09.1961 e 15.08.1979. Mas ainda há muita gente se escondendo e não é dos militares, não! É por medo de ser fotografado ao lado de candidato que não seja o do seu chefe político. Esse comandante mostra imediatamente os dentes aos que não lhe reservam fidelidade canina. Só enfrenta quem tem aquilo roxo e não teme arrocho. É seu caso?

Descaso
Durante a semana ouviu-se no rádio reclamação da falta (ou fuga imediatamente após marcar presença) de vereadores sobralenses às “duuuuas” sessões semanais da Câmara de Sobral. Imagina se não fossem regiamente pagos para tão pesado trabalho de apenas 2 horas diárias (16 ou 20 horas por mês, normalmente). Pasmem! Até projeto de lei será votado para regulamentar o caso (ou descaso?). Gastar tempo em discutir e votar essas anomalias é subestimar a capacidade dos vereadores em reconhecer suas mais elementares atribuições. Denota, também, atitude de quem não consegue enxergar os graves problemas locais, passíveis de discussão séria e urgente por parte do legislativo. E é brincar com a inteligência do povo. 

Incansável
Que belo exemplo para o brasileiro comum que ganha o mínimo (salário) para trabalhar 180 horas durante um mês (6h x 30 dias, normalmente)! Só há uma coisa de que a maioria desses trabalhadores não se cansa: eleger esses “legítimos” representantes (vereadores). Aí é onde reside a eterna desgraça da população.

Como sempre
Não é nenhuma novidade que coisas absurdas e degradantes ocorram em ano eleitoral por todo o País, principalmente na reta final. É lamentável que testemunhas oculares ou vítimas dos mais comprometedores fatos (compra de voto, ameaça, coação...) se recusem veementemente a assumir a condição de denunciantes. Lamenta-se, também, que a Justiça ainda não tenha desenvolvido uma estratégia ou dispositivo para chegar aos acusados, além da denúncia anônima. Mas que há, há. Com independência e um esforçozinho...

Cuidado!
Quando isso ocorrer, muitos lobos com pele de cordeiro serão conhecidos. Por enquanto, ouça o que se comenta, verifique a credibilidade de quem fala, analise se seu candidato é um dos citados e, como sem falta, despreze-o. Atenção: Denunciar, só com provas.

Serão eles?
É pergunta chave de eleitores neste final campanha. Em breve, às caladas da noite, grupos de pessoas estarão se acotovelando nas esquinas deste País, em trajes de dormir, na ocasião em que se aproxima qualquer veículo. A dúvida é sobre se se trata ou não do carro do candidato “caridoso” ou dos seus comparsas, que traz o comprador de votos. Nos próximos dias muitos candidatos e eleitores pouco dormirão; muitos até madrugarão. Se a dona Justiça também fizesse serão...

Pérolas do Rádio
“Dom José Tupinambá da Frota, um grande antítese.” Disse erroneamente de novo colega radialista que desejava enaltecer o bispo sobralense, cuja morte completa 55 anos na quinta-feira (25). Repito: ANTÍTESE - figura de linguagem do nosso Português que consiste em aproximar palavras que expressam idéias contrárias.  ANTÍSTITE - título honorífico conferido a alguns bispos, abades etc. Dom José foi, realmente, um grande antístite.

DOMINGONA EDUCADORA (www.radioeducadora950.com.br)
Até amanhã, no Programa Artemísio da Costa na Educadora AM 950. Notícias, reportagens, curiosidades, música de boa qualidade e entrevistas. Participe: 3611-1550 // 3611-2496 // Facebook: Artemísio da Costa.
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