No Hospital Regional Norte, o
segundo hospital de alta complexidade construído pelo governo Cid Gomes no
Interior do Estado, de dezembro de 2013 a outubro deste ano, 557 pacientes
vindos da macrorregião de Sobral, de Fortaleza, do Sertão Central, e Região do
Cariri passaram por algum tipo de procedimento no Serviço de Neurologia do
hospital. Do total de 272 cirurgias realizadas, 150 foram de artrodese
(relacionada à coluna vertebral), 19 de cranioplastia, 53 de discectomia lombar
(retirada de hérnia de disco), 4 microcirurgias foram necessárias para retirada
de tumor medular, e outras 46 cirurgias para retirada de tumor cerebral.
O
Serviço de Neurologia, que completa neste mês de novembro um ano de existência,
realiza intervenções neurocirúrgicas inéditas no Ceará. Um exemplo foi quando
um jovem de 17 anos de idade, vítima de um grande tumor no tronco encefálico,
passou por uma cirurgia de alto risco, mas que contou com um aparato
tecnológico de última geração e uma equipe multidisciplinar preparada, sob
coordenação do médico neurologista Gerardo Cristino.
A
intervenção, realizada com sucesso, foi possível com o uso de equipamentos de
última geração, como um microscópio cirúrgico e um neuronavegador que apresenta
imagens do cérebro numa tela de alta resolução) e garante remoções mais amplas
das lesões neurológicas, minimizando os riscos de sequelas aos pacientes, já
que reduz o tempo cirúrgico em até 50%.
A
máquina é usada em operações de lesões cerebrais profundas, onde não há uma
visibilidade aberta durante as cirurgias, como a craniotomia (abertura
cirúrgica do crânio). Como este tipo de lesão fica embaixo do cérebro, isso
demanda cirurgias extensas para a localização e extração do tumor e, sendo
assim, oferece mais risco de sequelas ao paciente. Com o neuronavegador, ocorre
uma localização precisa da lesão, com margem de erro de poucos milímetros,
resultando em uma craniotomia menor.
De
acordo com a equipe, o paciente de 17 anos apresentava dor de cabeça intensa,
vômitos e vista dupla (diplopia e estrabismo). Devido ao bloqueio causado pelo
tumor, os exames de ressonância nuclear magnética registraram hidrocefalia, que
é o acúmulo de líquido nas cavidades do cérebro. Num primeiro momento, o
paciente passou por uma cirurgia emergencial para hidrocefalia, quando é
colocado um dreno ventricular para retirada de líquido da cavidade craniana;
numa segunda fase, foi feita a retirada do tumor do tronco encefálico, com
ajuda de microscópio cirúrgico, neuronavegador e coagulador bipolar. O jovem
teve alta hospitalar em 5 dias, sem sintomas. A equipe do HRN postou imagens da
cirurgia na internet, disponíveis no link:
Os
números do HRN apontam, ainda, que a média de adultos que passaram por
neurocirurgias foi de 94,2% e 5,8% de pacientes da pediatria. 70% das operações
foram de coluna/medula, 20% de crânio/ cérebro, e 10% de nervos periféricos. Do
total de cirurgias realizadas em oito meses, 275 foram de pacientes com
problemas de coluna/medula; 80 foram encaminhadas para cirurgias de
crânio/cérebro, e mais 39 pacientes foram operados por problemas de nervos
periféricos.
Em
todos esses atendimentos, os indicadores do HRN apontam uma taxa de infecção na
sala de cirurgia de 0,8%, contra 5,8% em instituições de referência da Europa,
além da taxa de complicações neurológicas, que mostram 1,3%, contra 2 a 30% nos
EUA; a taxa de mortalidade hospitalar apresentada pelo Hospital Regional Norte
gira em torno de 1,3%, bem abaixo da médica americana que chega a 9%. (Assessoria de
Comunicação e Informação da Sesa)
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