CAETANO ALVES DE
SALES
De um lado a seriedade, a honestidade, a fé, a dedicação
à família e aos amigos e o compromisso com o bem do próximo. Do outro, a humildade,
o jeito simples, a alegria e a facilidade de fazer amizades. Essas são algumas
das qualidades marcantes de Caetano Sales que, mesmo decorridos cinco anos do
seu falecimento, ainda hoje são relembradas com frequência por familiares,
colegas de trabalho e amigos.
Caetano Alves de Sales nasceu em 21 de maio de 1928 na
fazenda Pedra Branca, extremando com o distrito de Bonfim, em Sobral. Eram seus
pais os camponeses Maria de Lourdes Alves de Sales e Luís Alves de Sales. Como
ocorria com toda família pobre de sua época, o sertão não oferecia oportunidade
para estudar, além do aprendizado das primeiras letras e de realizar as quatro operações.
Somente a ida para a cidade possibilitava o prosseguimento dos estudos. Mas, na
maioria das vezes, a necessidade de trabalhar impedia isso, como foi o caso do
biografado, que só chegou ao antigo 5º Ano Primário.
Por conta de dificuldades para dar melhores condições aos
filhos, seus pais deixaram a zona rural, vindo para Sobral à custa de muito
esforço. Na década de 1940 a família residiu na rua Pe. Fialho, no centro. Mas
o necessário e desejado não foi encontrado na cidade. Assim, o casal Lourdes e
Luís Sales resolveu retornar para Pedra Branca, onde antes ganhava o sustento
da família através da criação de gado, plantio de milho, feijão, extração de
cera de carnaúba e oiticica.
Depois de um tempo no sertão, Caetano resolve tentar a
sorte novamente em Sobral, onde também se casa em dezembro de 1951, na catedral
de Sobral, com Maria do Socorro Lopes Sales, filha de Maria Otília Andrade
Lopes e Francisco das Chagas Lopes. Desta união nasceram: Otília, Liduína, Luiz
(in memoriam), José, Chagas Lopes (advogado e radialista), Gláucia, Paulo,
Caetano Filho e Cláudio. A esposa Socorro faleceu de ataque cardíaco fulminante
em Sobral, no dia 1º de abril de 1981. Já o filho Luís faleceu aos 54 anos, em
São Paulo (SP), em 26 de fevereiro de 2012.
Em 1987, após seis anos de viuvez, Caetano contraiu
segundas núpcias na matriz de Massapê (CE) com Edinir Menezes da Frota, filha
de Denise Menezes da Frota e Manoel Frota (Cabo Frota). Não houve descentes deste casamento.
Durante sua existência, além de ter trabalhado na lavoura
com os pais, Caetano também foi funcionário da Prefeitura de Sobral, na gestão
do Dr. Paulo de Almeida Sanford. Depois, trabalhou na Empresa Brasileira de
Correios e Telégrafos, onde conseguiu se aposentar. Era querido e respeitado no
ambiente de trabalho pelos colegas de todos os níveis hierárquicos. Depois de
aposentado, nos finais de semana também atuou nas bilheterias do Estádio do
Junco e Derby Club Sobralense.
Pai de família amoroso, sempre bem humorado, o velho
Carteiro desdobrava-se para manter e educar seus nove filhos. Primava por
orientá-los a enveredar pelo caminho do bem, tendo como norteadores a fé, o
trabalho honesto e o respeito às pessoas. Por sua personalidade otimista e sempre
descontraída, quando requisitado para estar na roda de amigos, sua presença era
uma festa.
Caetano Sales mantinha em Sobral um vasto círculo de
amizades, desde pessoas simples a autoridades civis, militares e eclesiásticas.
Uma prova disso era sua ligação ao Pe. José Palhano de Saboia. Apesar de ser da
total confiança do sacerdote, transitar livremente em sua residência e com ele
tratar abertamente qualquer assunto, Caetano nunca se aproveitou dessa amizade
para conseguir alguma vantagem financeira.
Apaixonado por futebol, era torcedor do Flamengo e
Guarany de Sobral. Também gostava de estar com amigos para um papo descontraído,
regado a uma cerveja gelada e, sobretudo, um bom tira-gosto. O segundo sempre
sobrepunha o primeiro, uma vez que Caetano era muito bom de garfo. A bebida era
apenas um passaporte para estar numa mesa enfeitada por deliciosos pratos, o
que se comprovava nos bares dos seus amigos Fernando Arcanjo (Merequita) e
Manoel Torres (Néo).
Caetano Alves de Sales faleceu em Sobral aos 81 anos, no
dia 29 de junho de 2009, vítima de insuficiência cardíaca e renal e hipertensão
arterial, conforme lado do médico Dr. José Gerardo Mont´Alverne. Acha-se
sepultado no cemitério São José desta cidade, onde também repousa a esposa
Socorro.
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