CIFRÃO ($) X SIFÃO
O
uso de colocar um traço apenas, vertical, no símbolo a que chamamos de cifrão,
pode ser estilização gráfica, mas está contra a formação histórica do símbolo.
Quando
os árabes invadiram a Espanha no Século VII, para comemorar a passagem deles da
África para a Europa, atravessaram o atual Estreito de Gibraltar (tár), naquele
tempo “As Colunas de Hércules”, cunharam uma moeda que trazia numa das faces um
desenho: duas linhas verticais, representando as duas Colunas de Hércules e,
cortando-as, outra linha sinuosa, representando as águas do Estreito. Como tal
desenho, tal símbolo vinha numa moeda de valor, passou a designar simplesmente
dinheiro, valor monetário. Esta é a história do cifrão.
Como
se vê, eram duas as linhas verticais porque duas eram as Colunas de Hércules.
Querer reduzi-las a uma só é ignorar a história do símbolo. Acho, portanto,
errada a maneira que se quer pôr em prática. Mas o que é que não está errado no
Brasil?
Já
o vocábulo “sifão’ (que muita gente boa confunde com cifrão) é outra história. Sifão
(s.f) - tubo recurvado de ramos desiguais que serve, de ordinário, para a
passagem de líquidos sem inclinar os vasos que os contêm; recipiente em forma
de garrafa, na qual se põe água gasosa sob pressão; tubo de dupla curvatura e
em cujo seio fica uma certa porção de água, adaptado a pia e esgoto; órgão
alongado de certos moluscos, por meio do qual a cavidade respiratória se
comunica com o exterior.
DEFRONTE DE / DEFRONTE A
As
duas construções são corretas. Usando frente em lugar de fronte é hispanismo,
portanto, erro de Português: frente a, como sempre escrevem os cronistas
esportivos. Deveriam escrever: em frente de, em frente a. Ex.: O clube X em
frente do clube H perdeu a tramontana ou em frente ao clube H; nunca: frente ao
clube H.
DESINFELIZ
Temos
o prefixo “des” com dupla ação: de negação e de reduplicação. Da primeira cito:
desamar, desleal, desandar, desadorar. Da segunda: desinfeliz, desinquieto,
desnudar. Ao lado de “des” reduplicativos, temos ainda “ex”: exagitar (é mais
que agitar), exasperar, exabundar.
TRASPASSAR / TRANSPASSAR
(QUAL A CORRETA?)
Ambas
as formas são corretas. Ex.: A bala traspassou-lhe (ou transpassou-lhe) o
coração.
LIVRE ARBÍTRIO
(MALFORMAÇÃO OU MÁ-FORMAÇÃO)
Os
médicos não se entendem. Na acepção de anomalia, deformidade, defeito na
formação congênita de órgãos, alguns falam em malformação. Outros, má-formação.
E daí?
Os
dicionaristas também não chegam a um acordo. O Aurélio considera as formas
sinônimas. Segundo ele, pode-se usar uma ou outra sem susto. O Caldas Aulete
fica com malformação. Má-formação é “artificial”, diz ele. “E nós (perguntam os
doutores), como ficamos”? Com uma ou outra. Vocês escolhem.
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