A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta
segunda-feira (29), em entrevista coletiva nos Estados Unidos, que não respeita
delatores. Indagada sobre as supostas declarações do dono da UTC Ricardo Pessoa
em depoimento de delação premiada, a petista ressaltou que recebeu doação de R$
7,5 milhões da empresa investigada na Operação Lava Jato, porém, disse que o
dinheiro foi repassado legalmente à sua campanha eleitoral no ano passado.
Durante a entrevista, Dilma garantiu que “nunca” se
encontrou com Ricardo Pessoa e que não o recebeu desde que assumiu a
Presidência. Ao explicar que as doações da UTC foram legais, a presidente
ressaltou que não aceita e "jamais" aceitará que "insinuem"
qualquer irregularidade sobre ela ou sobre sua campanha. "Se insinuam, têm
interesses políticos", enfatizou.
A petista destacou que o senador Aécio Neves
(PSDB-MG), seu adversário no segundo turno da corrida presidencial de 2014,
também recebeu contribuições da construtora UTC. Segundo ela, a diferença de
valores entre as doações feitas pela empreiteira às campanha do PT e do PSDB
foi "muito pequena".
"A minha campanha recebeu dinheiro legal,
registrado, de R$ 7,5 milhões [da UTC]. Na mesma época que eu recebi os
recursos, pelo menos uma das vezes, o candidato que concorreu comigo recebeu
também, com uma diferença muito pequena de valores. Eu estou falando do Aécio
Neves – até porque só teve um candidato que concorreu comigo, estou falando do
segundo turno", observou.
Dilma também foi questionada sobre se pretende
tomar providências em relação às denúncias de Ricardo Pessoa. Segundo ela, se
ele a citar nominalmente, ela cogita processá-lo.
'Vazamento seletivo' 0 No último
sábado, antes de embarcar para os Estados Unidos, a presidente convocou os
ministros Edinho Silva (Comunicação Social), Aloizio Mercadante (Casa Civil) e
José Eduardo Cardozo (Justiça) para reunião no Palácio da Alvorada.
Tesoureiro da campanha de Dilma à reeleição, Edinho
Silva confirmou, em entrevista após a reunião, que a UTC doou R$ 7,5 milhões à
petista na eleição do ano passado. O ministro, no entanto, criticou o que
chamou de "vazamento seletivo" da delação do empresário e disse que
pediria ao Supremo Tribunal Federal (STF) para ter acesso aos depoimentos do
empresário.
"Então, me causa indignação que meu nome tenha
sido envolvido em uma delação premiada. Me causa indignação o vazamento
seletivo desta delação e me causa indignação a tese de criminalização das
doações à nossa campanha", reclamou Edinho Silva na entrevista do último
sábado. (G1)
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