segunda-feira, 28 de setembro de 2015
Demissões em alta: Quatro dicas de como usar a internet para buscar emprego
"A sua candidatura a esta vaga foi
concluída", dizem os sites de empresas e recursos humanos quando você
envia um currículo ao se interessar por uma posição qualquer. O que boa parte
desses sites não diz é: "E além da sua, as de outras dezenas, centenas, ou
até milhares de pessoas".
Segundo dados
divulgados pelo IBGE nesta quinta-feira, no mês passado havia 1,9 milhão de
pessoas desocupadas nas seis principais regiões metropolitanas do país, 52,1% a
mais que em 2014. Segundo o instituto, o desemprego medido pela PME (Pesquisa
Mensal de Emprego) ficou em 7,6% em agosto, o que representa estabilidade
frente a julho (7,5%), mas uma alta de 2,5 pontos percentuais frente ao mesmo
período do ano passado (5%).
A internet se tornou
uma ferramenta essencial para quem busca trabalho, mas especialmente em tempos
de crise econômica - e competição acirrada pelos poucos postos disponíveis - é
um desafio chamar a atenção de recrutadores e sair na frente de tantos outros
candidatos.
"Não adianta
cadastrar seu currículo em toda empresa ou site que aparece, nem ficar enviando
e-mails para qualquer um com currículos anexados", diz a consultora de
carreiras Maria Candida Baumer de Azevedo, da People & Results. "Ficou
mais fácil para todo mundo mandar um currículo para uma vaga, então a questão é
como se destacar no meio dessa multidão."
Confira abaixo quatro
recomendações para quem quer usar a internet de maneira eficiente para buscar
trabalho.
1) Esteja ciente dos
'filtros' e da necessidade de 'palavras-chave'
Você já enviou seu
currículo umas cem vezes e tem a impressão que ninguém está lendo suas
credenciais? Pode ser que esteja certo.
Azevedo explica que,
como os recrutadores muitas vezes recebem centenas de currículos pela rede,
tendem a fazer a primeira triagem por meio de filtros eletrônicos.
As empresas podem
delimitar a idade, cargo, formação acadêmica e conhecimentos de idiomas dos
profissionais ou fazer buscas por "palavras-chave", que em geral
estão ligadas à área de atuação ou função do profissional.
Por exemplo, se elas
procuram alguém para a área comercial, pode ser que procurem por
"vendas", "vendedor" ou talvez algo mais específico.
Se não aparecerem
essas palavras, ainda que o profissional tenha alguma experiência em marketing
que possa ser útil para a posição anunciada, por exemplo, o currículo pode nem
ser lido.
"Se eu estou
precisando de um gerente ou diretor do setor farmacêutico e ter experiência na
área é essencial, não me adianta receber ótimos currículos do setor de óleo e
gás ou mineração", diz Jorge Martins, gerente de divisão da empresa de
recrutamento especializado Robert Half.
"Vou procurar no
currículo justamente a referencia ao setor em que estou interessado. Então
talvez seja interessante traçar uma estratégia em sua busca de emprego, focar
nas vagas para as quais realmente tem chance porque cumpre os pré-requisitos
anunciados ou em empresas nas quais você sabe que a sua experiência vai fazer a
diferença."
Alexandre Ullmann, do
LinkedIn, acrescenta que, para quem fala outro idioma, pode ser interessante fazer
o currículo ou perfil profissional nessa outra língua, além do português, por
que às vezes algumas empresas e multinacionais fazem suas buscas por termos
estrangeiros. "Isso aumenta as suas chances de ser encontrado em meio a
tantos profissionais qualificados", diz ele.
2) Use as redes
sociais para ampliar contatos
Grupos de discussão
específicos em redes sociais como Facebook e LinkedIn podem ser úteis porque às
vezes algumas vagas são compartilhadas nesses canais. Para Azevedo, porém,
permitir que o profissional expanda e fortaleça sua rede de contatos é a
principal contribuição dessas redes para quem busca trabalho.
"Cerca de 60%
das vagas disponíveis no mercado são preenchidas por indicação. Nem chegam a
ser anunciadas", diz a consultora. "Então é essencial que as redes
sejam usadas para marcar encontros e manter contato com profissionais que você
conhece ou que trabalham em áreas e lugares de seu interesse."
Para ela, o LinkedIn
se tornou a principal rede social para contatos de trabalho, então quem está em
busca de uma nova posição no mercado precisaria manter seu perfil atualizado
nessa plataforma. De fato. No último ano, 3 milhões de brasileiros teriam se
inscrito no site, segundo seus controladores, totalizando um total de 22
milhões de usuários no país.
"E ao contactar
alguém, o ideal é nunca pedir emprego diretamente", diz Azevedo. "Vai
pegar mal se você não fala com a pessoa há três anos e escreve só para pedir
trabalho. Uma alternativa é mostrar interesse pelo que ela está fazendo. Talvez
marcar um almoço. Você pode sugerir soluções para um problema que ela tenha com
base em sua experiência, por exemplo. Contribuir para discussões na rede com
informações relevantes sobre sua área também pode ser útil se isso for visto
por seus contatos. O objetivo é que as pessoas lembrem de você se souberem de
uma vaga ou de uma oportunidade em algum projeto."
Ullmann, do LinkedIn,
diz que currículos com fotos passam mais credibilidade e são muito mais
acessados. "Outra dica é fazer um resumo dos pontos fortes de sua formação
e experiência profissional logo no início de seu perfil", diz ele.
Para Martins,
fortalecer a rede de contatos é importante principalmente para profissionais
qualificados e já com alguma experiência. "Mas acho que se você está
começando a carreira agora ou trabalha no operacional, o caminho é mesmo enviar
currículos", diz.
Na opinião dele, não
há problema em ser direto ao contactar alguém na rede que você acha que pode
lhe ajudar a conseguir um trabalho. "O ideal é que você seja franco e diga
de maneira clara como vai contribuir para a empresa em que ele trabalha ou para
seus projetos. Mostre como pode fazer a diferença."
3) Cuide da imagem
nas redes
Até os anos 90,
quando os candidatos entregavam currículos na porta das empresas ou procuravam
anúncios nos classificados de jornais, era na entrevista que um recrutador
formava sua primeira impressão de um profissional.
Uma recomendação
básica dos especialistas é checar suas configurações de privacidade, evitando
que fotografias pessoais possam ser acessadas por qualquer um.
"Se a pessoa se
mostra muito festeira nas redes sociais e na entrevista diz que sua vida é só trabalho,
não vai colar", diz Martins. "Também evitaria comentários sobre temas
polêmicos ou que despertam paixões, como política ou futebol."
Azevedo diz que
algumas empresas e recrutadores costumam checar o perfil no LinkedIn dos
candidatos, porque sabem que por essa ser uma rede aberta, tende a ser
confiável. "Ter o respaldo de colegas e ex-chefes ali pode contar
pontos", diz ela.
4) Baixe aplicativos
de busca de vagas
Alguns aplicativos já
permitem o cadastro de currículos, ajudam candidatos a buscar vagas no mercado
e fazem notificações quando surge uma posição que possa lhe interessar.
Alguns exemplos são o
LinkedIn Job Search, criado em 2014, o Empregos (ligado a servidores do site
Indeed) e o Infojobs.com.br. O site de busca de empregos Catho também tem seu
aplicativo que, segundo a empresa, permitiria o acesso a 5 mil novas vagas por
dia.
"Se você está na
fila do banco ou eu uma dessas reuniões intermináveis do trabalho, pode
aproveitar para conferir, pelo smartphone, as oportunidades que estão sendo abertas
no mercado", diz Elen Souza, consultora de carreira da Catho.
"Isso é
importante porque, muitas vezes, as novas posições são preenchidas rapidamente.
Quanto antes você se informar, maiores serão suas chances de conseguir um novo
trabalho." (BBC)
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário