USOS DA LÍNGUA
Língua:
como usar, como não usar? Da mesma forma como as roupas são utilizadas. Da
mesma forma que não é adequado mergulhar de terno, não se vai ao Fórum (Forun)
de sunga. Quando se conversa com alguém na internet, por exemplo, é possível
teclar “vc” no lugar de “você”, mas isso seria inadequado um documento oficial.
Imagine
um jogador de futebol que, durante uma partida, se valesse da Norma Culta da Língua.
Não seria estranho ouvir algo como “Por favor, passe-me a bola”!? Além de
estranho, não daria nem tempo de outro jogador ouvir o pedido.
Alguns
falantes, preocupados em utilizar a Norma Culta da Língua, cometem exageros,
como: “são meio-dia”; “são uma e meia”, ao que muitos respondem de modo
humorado: “Amém!”.
Determinados
usos, embora franqueados pela Norma Culta da Língua, podem soar estranhos. Em
caso de dúvida, ou de não se sentir à vontade, é simples: substitua tais
palavras e/ou expressões por outras.
Norma Culta:
Bastantes - usos corretos que podem gerar dúvidas: Tenho bastantes amigos. Palavras
ou expressões substitutas: Tenho muitos amigos. Gravidezes: Não tive dores nas
duas gravidezes /Não tive dores nas gestações.
HAJA VISTA
A
construção mais natural e frequente da expressão “haja vista”, com o valor de “veja”,
é ter invariável o verbo, qualquer que seja o número do substantivo seguinte.
Ex.: “Haja vista os exemplos de Castilho” (Rui Barbosa). Pode, entretanto,
ocorrer o plural, considerando-se o substantivo no plural como sujeito: “Hajam
vistas os seguintes exemplos” (CF).
Ocorre,
ainda, a construção com o verbo no singular e substantivo precedido das
preposições “a” ou “de”: “Haja vista às tangas”( C. Br).
REAVIRAM OU
REAVERAM?
Nenhum dos dois pontos. O correto é ‘reouveram’, porque
reaver é derivado de haver: Ele houve/ele reouve; nós houvemos/nós reouvemos;
eles houveram/eles reouveram; se ele houvesse/se ele reouvesse; quando ele houver/quando
ele reouver.
Reaver não significa “ver de novo”. Reaver significa “haver
de novo”, por isso deve seguir o verbo “haver”. Exs.: Eles ainda não reaviram o
dinheiro roubado (errado); Eles ainda não reouveram o dinheiro roubado (correto).
A GENTE VAI OU
VAMOS ASSISTIR AO JOGO DA SELEÇÃO?
Ou “a gente vai assistir” ou “nós vamos assistir”. O uso
da expressão “a gente” em substituição ao pronome “nós” é uma característica da
fala coloquial brasileira. A concordância deve ser feita na terceira pessoa do
singular: A gente vai. Em textos que exijam uma linguagem mais culta, devemos
evitar a expressão “a gente”. O melhor mesmo é usar o pronome “nós”: Nós vamos
assistir ao jogo da seleção.
ELES CREEM OU
CREEM
O correto é: creem. Os verbos crer, dar, ler e ver (grupo
crê - dê - lê - vê) são os únicos que fazem o antigo hiato (e-e) na terceira
pessoa do plural, que não é mais acentuado.
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