A
poucos dias do início do carnaval, o Ministério da Saúde reforçou nesta
segunda-feira (29) que a vacina contra a febre amarela deve ser aplicada pelo
menos dez dias antes de qualquer viagem para locais do país onde há
recomendação de imunização. A pasta destacou que a orientação só é válida para
pessoas que nunca se vacinaram: quem já tiver recebido uma dose ao longo da
vida não precisa procurar novamente os postos de saúde.
“Para
garantir a proteção, a dose deve ser aplicada com, pelo menos, dez dias de
antecedência à viagem, tempo necessário para o organismo produzir os anticorpos
contra a doença”, informou o ministério por meio de nota. Ao todo, 20 estados e
o Distrito Federal fazem parte da chamada Área com Recomendação de Vacinação.
“Para quem vai se deslocar no período do carnaval para uma dessas áreas, a
recomendação é buscar a imunização até o fim de janeiro”.
Os
casos de febre amarela registrados no país, segundo o comunicado, permanecem no
ciclo silvestre da doença – quando a enfermidade é transmitida apenas por
mosquitos encontrados em regiões de mata, dos gêneros Haemagogus e Sabethes. O
último caso de febre amarela urbana foi registrado no Brasil em 1942.
“Portanto, os cuidados devem ser redobrados para os viajantes que se deslocarem
para zonas rurais e áreas de mata”, informou o ministério.
Ainda
de acordo com o governo federal, desde 2017 até o momento, foram encaminhadas
cerca de 57,4 milhões de doses da vacina para todo o país, sendo 48,4 milhões
de doses apenas para os estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro,
Espírito Santo e Bahia, onde a estratégia de vacinação está sendo
intensificada.
Dose
única - Desde abril de 2017, o Brasil adota o esquema de dose única contra a febre
amarela, recomendado a partir de 2014 pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
Segundo o ministério, estudos comprovaram que uma dose é suficiente para
proteger a pessoa durante toda a vida.
“A
vacina para a febre amarela é a medida mais importante para prevenção e
controle da doença, e confere proteção entre 90 e 98%, além de ser
reconhecidamente eficaz e segura. Entretanto, assim como qualquer vacina ou
medicamento, pode causar eventos adversos”, destacou a nota.
Para
algumas populações, a vacina é contraindicada. São elas: pessoas com alergia
grave ao ovo; portadores de doença autoimune; pacientes em tratamento com
quimioterapia/radioterapia; crianças menores de 6 meses e pessoas que vivem com
HIV/aids (com contagem de células CD4 menor que 350 células/mm3).
“Para
essas pessoas, a prevenção pode ser feita com uso de repelentes e roupas de
manga comprida, além de evitar locais com evidência de circulação do vírus”,
orientou a pasta.
Outros
grupos devem ser vacinados somente se estiverem em áreas de risco e, antes,
devem ser avaliados por um serviço de saúde para definir se há necessidade de
vacinação. É o caso de gestantes; mulheres que estão amamentando; idosos;
pessoas que vivem com HIV; pacientes que já terminaram o tratamento com
quimioterapia/radioterapia; e pessoas que fizeram transplante. (Jornal do
Brasil)
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