O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF)
Alexandre de Moraes votou hoje (6) a favor da execução de penas de condenados
após o fim de recursos na segunda instância da Justiça. A manifestação de
Moraes é considerada importante dentro da Corte diante de um impasse sobre a
questão.
Durante julgamento na Primeira Turma, o
entendimento de Moraes, somado aos votos dos ministros Luís Roberto Barroso e
Luiz Fux, levou à execução da pena do deputado federal João Rodrigues (PSD-SC),
condenado pela segunda instância da Justiça Federal a cinco anos e três meses
por dispensa irregular de licitação, quando ocupou o cargo de prefeito de
Pinhalzinho (SC). A defesa do parlamentar recorreu ao STF alegando prescrição
da pretensão punitiva, mas o recurso foi rejeitado, e o mandado de prisão
deverá ser expedido nos próximos dias.
Em seu voto, Moraes afirmou que a execução
provisória da pena é compatível com a Constituição. O ministro disse que resolveu
manifestar sobre o caso após o anúncio da presidente do STF, Cármen Lúcia. Na
semana passada, a ministra disse que o assunto não será julgado novamente. Com a
condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela segunda instância da
Justiça Federal, houve manifestações a favor da revisão do entendimento.
“O
cumprimento provisório de uma decisão já guarda juízo de consistência porque
são os dois órgãos, as duas instâncias, primeira e segunda, que realizam uma
análise de mérito. Em virtude disso, eu entendo que há constitucionalidade da
execução provisória da pena privativa de liberdade”, argumentou o ministro.
Prisão - Em um novo julgamento no plenário do STF
sobre a prisão após decisão em segunda instância, o resultado vai depender do
entendimento do ministro Alexandre de Moraes, que não participou das outras
sessões porque tomou posse no Supremo em março do ano passado, na cadeira
deixada vaga por Teori Zavascki, morto em um acidente de avião.
Em 2016, o Supremo manteve o entendimento
sobre a possibilidade da decretação de prisão de condenados após julgamento em
segunda instância, por duas vezes. No entanto, há uma divergência dentro do
tribunal. Após a decisão, alguns ministros da Segunda Turma do STF passaram a
entender que a prisão ocorreria apenas no fim dos recursos no STJ.
Há dois anos, por maioria, o plenário da
Corte rejeitou as ações protocoladas pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e
pelo Partido Ecológico Nacional (PEN) para que as prisões ocorressem apenas
após o fim de todos os recursos, com o trânsito em julgado. No entanto, a
composição da Corte foi alterada com a morte do ministro Teori Zavascki e houve
mudança na posição do ministro Gilmar Mendes. Não há data para a retomada da
discussão pela Corte. Nessa semana, a presidente da Corte, ministra Cármen
Lúcia, disse que a questão não será colocada em votação novamente.
O cenário atual na Corte é de impasse sobre a
questão. Os ministros Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Rosa Weber, Ricardo
Lewandowski, Marco Aurélio e Celso de Mello são contra a execução imediata ou
entendem que a prisão poderia ocorrer após decisão do Superior Tribunal de
Justiça (STJ). Já os ministros Edson Fachin, Luís Roberto Barroso, Luiz Fux e a
presidente, Cármen Lúcia, são a favor do cumprimento após a segunda instância.(Ag.
Brasil)
Nenhum comentário:
Postar um comentário