Depois do empate com a Suíça na estreia, a
seleção brasileira não pode se permitir um novo tropeço na Copa do Mundo. Tite
tem consciência da importância que tomou o jogo desta sexta-feira, contra a
Costa Rica, em São Petersburgo, e reconhece a necessidade de ajustes. Isso não
significa, porém, que a receita seja vencer a qualquer custo.
–
Os jogos entram com caráter decisivo, em função do empate do primeiro jogo.
Temos consciência disso. Para tornar o jogo defensivo como foi o anterior, e
ofensivo com efetividade maior – disse Tite, nesta quinta-feira, antes de
colocar desempenho como premissa para um bom resultado.
– Em todos os jogos temos que
ter uma boa atuação e vencer. Este jogo também. Ajustes! Ser efetivo.
Transforma as oportunidades em gol, e ela te dá essa condição. Continua
proporcionando muito poucas oportunidades ao adversário. "Ah, mas a Suíça
fez um gol". Analisa o contexto todo, quantas criou, quantas finalizou.
A importância de somar três
pontos na sexta-feira não foi o único assunto da entrevista coletiva. Tite também foi questionado mais de uma vez
sobre a condição de Neymar, que na terça-feira saiu de campo com dores
no tornozelo direito, mas treinou normalmente no dia seguinte.
– Foi uma pancada que ele
trouxe, mas ela não retira aquele projeto inicial. Acho que foram três meses e
meio até o primeiro jogo de 90 minutos. Coloquei já isso desde o início. Tem
uma ciência e uma tranquilidade a esse respeito. É preciso um mínimo de cinco
jogos para o ser humano estar na sua plenitude. Ele acelerou demais esse
processo e vai estar nesse processo evolutivo também - comentou o treinador,
que ainda defendeu o camisa 10 diante de questionamento sobre um possível
excesso de individualidade diante dos suíços.
– Todos os atletas têm
responsabilidade de serem coletivos e individuais. Alguns com características
específicas. Do Neymar, não vou tirar a característica do transgressor, do
último terço. Mas serve para os outros. Todos nós temos que potencializar
equipe, mas respeitar as características. Último terço? Vai dentro, finta.
Característica do futebol brasileiro. Não vou retirar – avisou.
Veja outros trechos da
coletiva:
Torneio
mais curto - "Tudo na Seleção tem uma
pressa maior na sua execução, porém, antes da pressa, tem coerência,
discernimento, confiança, análise. Tem todo esse processo anterior, mas tem
características diferentes, sim".
Escalação
titular - "É a mesma equipe que
iniciou o jogo contra a Suíça. O caráter decisivo da vinda para esse jogo, o
Thiago colocou uma coisa que parece simplista, mas é muito sábia. Todos os
jogos temos que ter uma boa atuação e vencer. Este jogo também. Ajustes! Ser
efetivo. Transforma as oportunidades em gol, e ela te dá essa condição.
Continua proporcionando muito poucas oportunidades ao adversário. "Ah, mas
a Suíça fez um gol". Analisa o contexto todo, quantas criou, quantas
finalizou. Aquele afã, do seu próprio técnico, da estreia no Mundial, já
passou. Tem tranquilidade maior, o técnico também conta, é ser humano. Eu
também estava na expectativa do primeiro jogo. Hoje tu já tem foco maior,
abstração maior. Alguns ajustes vamos continuar fazendo de
posicionamento".
Apoio
da torcida - "Tem componente emocional
muito forte e claro que a gente fica contente. Paralelamente a isso, nível de
concentração alto. Tem 95 minutos para fazer jogo decisivo, jogar bem e vencer,
ter a possibilidade de seguir na competição. Assim como foram os três jogos
ontem, de equipes teoricamente de poderio mais forte, com resultado mais curto,
em cima da responsabilidade. Tem que estar muito focado. Tem que pegar esse
carinho do torcedor junto com lucidez. Junta os dois fatores, emoção e razão
equilibrando".
VAR - "O que eu tinha que
manifestar a respeito do VAR, já está muito claro, está muito coerente e limpa
minha opinião. O foco agora é pensar no jogo seguinte. Qualquer comentário que
eu fizesse soa como querer levar vantagem para o jogo de amanhã. Não precisamos
de vantagem, não queremos vantagem. Queremos ir para dentro de campo e voltar
para falar que vencemos porque fomos melhores. Essa relação do jogo me atrai.
As outras, cada um com suas responsabilidades".
Thiago
Silva como capitão
"Se pegássemos todo mundo
que foi criticado na última Copa do Mundo, teríamos terra arrasada. E a vida, o
futebol não são assim. Coloquei coerentemente que havia uma série de atletas
com maturidade suficiente para continuar esse rodízio. Thiago é um deles.
Quando ele buscou titularidade, não foi por nível baixo. Os três estavam
jogando muito. Tem maturidade suficiente para saber da necessidade de
resultado, mas antes da necessidade de desempenho". (G1)
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