Muitos políticos
até deixaram de falar assim. Mas o uso inadequado do “de que” continua vivo em
frases como: Disse a todos de que era o melhor candidato; Penso de que chegou a
hora de criar nova Previdência (Observe, o caro leitor, que apesar do já
inconveniente “de que”, o autor da frase emprega o “criar nova”. Ora, se vai
criar é sempre algo novo). Visível redundância.
De que só cabe
quando o verbo é seguido naturalmente da preposição “de”: Gosta de que lhe
digam a verdade. Se o verbo responde à pergunta “o que”, então não existe “de
quê”. Repare: Penso o quê? Penso que (e não, “de que”) chegou a hora de criar
uma nova Previdência. Esqueça, por isso, construções como: crê de que, julga de
que, insiste de que, afirma de que, etc.
No lugar delas,
recorra às formas recomendáveis: Acredito que todos vão reconhecer o seu
trabalho; Julgo que é o momento de parar; Ele afirma que nada o abalaria; O
prefeito insiste que não tinha dinheiro para concluir as obras. O famigerado
“de que” ganhou até um nome técnico: O DEQUEÍSMO.
Tornar a si / Tornar em si
As duas
expressões existem: A moça tornou a (ou em) si. Logo depois, quando tornei a
(ou em) mim, já era tarde.
Torrar / Tostar
Convém não confundir.
Torrar é secar muito, desidratar totalmente: torrar café, torrar pão. Tostar é
secar tanto, que chega a queimar superficialmente e escurecer: O fogo alto
geralmente tosta o arroz.
Totem / Tóteme
As duas formas
existem. A primeira forma, no plural, faz totens. A segunda, naturalmente faz
tótemes.
A gente quer sempre
Uma pergunta
muito frequente: Posso dizer “a gente vamos”; “a gente fizemos”; “a gente
necessitamos?
Embora comuns na
linguagem popular, essas formas são condenadas pelo nível formal do idioma.
“A gente”,
segundo a norma culta da Língua Portuguesa, exige o verbo na terceira pessoa do
singular: A gente vai (e nunca: a gente vamos) esta noite a uma festa de
formatura; Não sabiam que a gente queria (e não: queríamos) mudar de casa; A
gente procurou (e não: procuramos) não ofender ninguém. Prefira usar a locução
apenas na linguagem coloquial. Nos textos mais formais, como relatórios,
ofícios, cartas comerciais, redações de vestibular, etc., prefira o pronome “nós”.
Pequenas dicas
I - Para a frente
(e nunca: para frente, pois o artigo é obrigatório; II - Cara a cara (não
existe crase em expressões formadas por palavras repetidas: cara a cara frente
a frente, gota a gota, hora a hora.
Disenteria ou desinteria
Disenteria é a
forma correta, e não “desinteria”, palavra inexistente na Língua Portuguesa.
Qual a forma correta: a ser ou a serem?
É facultativa a
flexão de infinitivo regido da preposição “a”: Tenho muitos problemas a ser (ou
a serem) resolvidos.
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