Depois de
suspender a avaliação de alfabetização e recuar da decisão, o governo Jair
Bolsonaro (PSL) confirmou a aplicação da prova apenas de forma amostral neste
ano, conforme a Folha de S.Paulo antecipou em abril. Foi publicada nesta
quinta-feira (2) a portaria com as regras do Saeb, o sistema de avaliação da
educação básica.
O MEC
(Ministério da Educação) vai manter a aplicação da prova no 2º ano do ensino
fundamental, como foi planejado na gestão passada em consonância ao previsto na
Base Nacional Comum Curricular, documento que prevê o que os alunos devem
aprender. Nas avaliações anteriores, esse teste foi direcionado a alunos do 3º
ano.
Esse
entendimento já havia sido definido durante a gestão do ex-ministro Ricardo
Vélez Rodríguez e foi confirmado pela equipe do ministro Abraham Weintraub.
A equipe do
MEC e do Inep, órgão responsável pela avaliação, dará entrevista coletiva à
imprensa na manhã desta quinta. O MEC também manteve a previsão de uma
prova amostral de ciências no 9º ano, como a Folha adiantou. Esse ponto
constava na portaria do dia 25 de março, tornada sem efeito -na gestão passada,
a ideia era de aplicação censitária, ou seja, em todas as escolas.
A prova da
alfabetização foi incluída neste ano no Saeb, avaliação federal de português e
matemática aplicada a todas escolas públicas do país também no 5º e 9º do
ensino fundamental e 3º do médio. Os resultados compõem o Ideb (Índice de
Desenvolvimento da Educação Básica).
Os itens de
português e matemática serão baseados nas mesmas matrizes já usadas, sem adotar
o previsto na Base Nacional Comum Curricular, em fase de implementação.
A aplicação
dos instrumentos do Saeb 2019 será realizada no período de 21 de outubro a 1 de
novembro em todas as unidades da federação.
A suspensão
da prova de alfabetização surgiu em portaria do Inep (Instituto Nacional de
Estudos e Pesquisas Educacionais) do dia 25 de março e causou uma crise no MEC.
Após má repercussão, Vélez demitiu o presidente do instituto, Marcus Vinicius
Rodrigues, sob o argumento de que não tinha ciência da medida.
A secretária
de Educação Básica, Tania Leme de Almeida, pediu demissão por também não ter
participado da decisão, que partiu de um pedido feito ao Inep pelo secretário
de Alfabetização do MEC, Carlos Nadalim -poupado no episódio. O MEC tornou a
portaria sem efeito no dia seguinte.
No diário
oficial desta quinta também há a definição da contratação da gráfica que vai
imprimir as provas do Saeb. A empresa Valid é que fará o trabalho. A mesma
gráfica será, segundo o Inep, a gráfica do Enem depois que a RR Donnelley -que
fazia o serviço desde 2009- anunciou falência. (Jornal do Brasil)
Nenhum comentário:
Postar um comentário