Segundo filho do presidente Jair Bolsonaro (PSL), chamado pelo pai de
"zero dois", o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ) passou a infância
entre membros das Forças Armadas.
Ele nasceu
em 1982 em Resende (RJ), sede da Academia Militar das Agulhas Negras, onde seu
pai se formara oficial do Exército. Anos depois, viu Bolsonaro projetar-se
politicamente graças ao apoio de militares.
Mas
diferentemente dos filhos de oficiais com que brincavam na infância, Carlos e
seus irmãos Flávio e Eduardo jamais conseguiram estudar em colégios militares.
Numa de suas
raras entrevistas, concedida ao canal da jornalista Leda Nagle no YouTube em
março, Carlos disse que oficiais de alta patente barraram o acesso do trio a
escolas das Forças Armadas. "Os
ministros (militares) da época dificultaram que isso acontecesse",
afirmou, sem explicar como isso teria ocorrido.
O gesto,
segundo ele, seria uma represália a Bolsonaro, que desagradara seus superiores
ao pleitear publicamente melhores salários. A postura custou processos
disciplinares ao então capitão e acelerou sua passagem para a reserva, em 1988.
Segundo o
vereador, o episódio não gerou ressentimentos. "De dez anos para cá, as
rusgas do passado foram superadas."
Mas isso não
impediu Carlos de voltar os canhões para generais do alto escalão do governo
após seu pai se tornar o primeiro militar a presidir o Brasil desde o fim da
ditadura (1964-1985), criando um dos maiores focos de atrito na gestão até
agora.
Os ataques
são empreendidos pelas redes sociais, onde Carlos atua como assessor informal
do pai há vários anos e ganhou o apelido de "pitbull".
Carlos
Bolsonaro X Hamilton Mourão
Em abril,
Carlos passou a atacar no Twitter o vice-presidente da República, o general da
reserva Hamilton Mourão (PRTB), insinuando que o vice buscava enfraquecer
Bolsonaro e se apresentar como uma alternativa ao presidente.
Outro
general da reserva, o ministro Carlos Alberto dos Santos Cruz, também entrou na
mira do vereador. "Vejo
uma comunicação falha há meses da equipe do presidente. Tenho literalmente me
matado para tentar melhorar, mas como muitos, sou apenas mais um e não pleiteio
e nem quero máquina na mão. É notório que perdemos oportunidades ímpares de
reagir e mostrar seu bom trabalho", afirmou Carlos no fim de abril.
Santos Cruz
chefia a Secretaria de Governo, responsável pela comunicação da Presidência da
República, entre outras atribuições. Antes da posse de Bolsonaro, especulou-se
que Carlos assumiria o setor, o que não se concretizou.
Após os
ataques, muitos questionaram se Carlos estaria atuando por conta própria ou
atendendo a pedidos do pai. Meses antes, o vereador já havia desautorizado o
então secretário-geral da Presidência, Gustavo Bebianno, demitido dias depois
por Bolsonaro.
Nas vezes em
que foi indagado sobre a ascendência do pai sobre seus atos, Carlos disse que
sempre segue suas instruções.
"Jamais
falarei sem a permissão dele, isso está cada vez mais afinado, cada vez mais
enfiado na minha cuca aqui", ele afirmou em março.
Carlos, Flávio, Jair e Eduardo Bolsonaro durante viagem a Taiwan, em 2018
Vereador
discreto
A postura
de Carlos na internet contrasta com sua reputação na Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro, onde atua há 18 anos, desde que se
elegeu aos 17 como o mais jovem vereador da cidade.
"É uma
pessoa muito discreta", diz à BBC News Brasil o presidente da casa, Jorge
Felippe (MDB).
Felippe
afirma que Carlos é assíduo, mas interage pouco com outros vereadores e
"quase nunca" procura a presidência da Câmara para discutir projetos.
Entre as
poucas propostas que Carlos conseguiu aprovar estão uma lei que condiciona a
mudança de nomes de ruas ao apoio de moradores e outra que proíbe a afixação de
propaganda em postes e viadutos.
Boa parte de
sua atividade parlamentar versa sobre pautas conservadoras nacionais. Em seus
primeiros mandatos, ele defendeu ampliar a oferta de laqueaduras e vasectomias
entre os mais pobres como forma de combater a miséria.
Nos últimos
anos, alinhado ao movimento Escola sem Partido, apresentou um projeto de lei
"proibindo professores de doutrinarem ideologicamente seus alunos".
Em outra iniciativa, tentou impedir que a prefeitura contratasse médicos
estrangeiros sem que eles passassem por uma prova.
"Ele
sempre foi uma pessoa bastante solícita e amável com todos", diz a
vereadora Teresa Bergher (PSDB).
Bergher é
presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, e Carlos, o vice.
Embora
divirja da maioria das posições do colega, ela afirma que Carlos jamais
obstruiu os trabalhos do grupo e sempre foi aberto ao diálogo. "Só de vez
em quando ele tem algumas explosões quanto a posicionamentos de outros colegas,
principalmente de esquerda", diz.
Após
Bolsonaro tomar posse no Palácio do Planalto, a vereadora procurou Carlos para
saber se ele pretendia continuar na comissão.
"Eu
perguntei: 'você, como filho do presidente, vai ser meu vice?' Ele respondeu:
'Sem problema algum, você continuará sendo minha presidente'", conta
Bergher, aos risos.
A vereadora
conta que, desde o início do ano, Carlos perdeu o sossego na Câmara - ele diz
que já teve até de se esconder no banheiro para escapar do assédio de colegas.
"É normal para quem tem poder. Ele acabou virando uma estrela
também."
Um dos
poucos desentendimentos entre Bergher e Carlos ocorreu em setembro de 2018,
quando ele publicou no Instagram a foto de um homem ensanguentado, com a cabeça
coberta por um saco plástico e o slogan "#elenão" - usado por
manifestantes anti-Bolsonaro - na pele.
Muitos
consideraram que a imagem continha uma ameaça a opositores de Bolsonaro. Já
Carlos disse que havia apenas replicado uma publicação crítica a seu pai,
produzida por "alguém que considera isso uma arte".
Bergher
cobrou Carlos a se retratar, e o vereador Reimont (PT) pediu que ele fosse
afastado da comissão. "Aquilo
trouxe uma situação bastante constrangedora, porque era uma imagem muito
chocante, tinha referência à tortura", diz a vereadora.
Carlos
estava de licença e não pediu desculpas. Bergher deixou o assunto para lá.
Problemas
com assessores
Nos últimos
meses, atos de Carlos na Câmara sofreram novos questionamentos. Segundo
reportagens da Folha de São Paulo, uma mulher contratada até janeiro como
assessora do vereador disse ao jornal que nunca trabalhara para ele.
A mulher é
irmã de um militar que assessora Jair Bolsonaro.
Outra
ex-assessora, segundo o jornal, trabalhou como faz-tudo para a família
Bolsonaro e emprestou o nome para um militar - ex-marido da segunda mulher de
Bolsonaro - abrir três empresas, atuando como seu "laranja".
Procurado
pela BBC, Carlos não comentou as recentes denúncias. Não está claro se ele
poderia sofrer sanções pelos atos.
Problemas
envolvendo assessores têm assombrado a família Bolsonaro - especialmente
Flávio, filho mais velho do presidente.
Em dezembro,
um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) apontou
que Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio de
Janeiro, fez uma movimentação atípica de R$ 1,2 milhão quando trabalhava para o
então deputado estadual, hoje senador. O caso está
sob investigação.
Disputa
contra a mãe
A estreia de
Carlos na política provocou uma crise familiar, cujas repercussões geram grande
especulação no mundo político.
Quando o
filho tinha 17 anos, Bolsonaro o escalou para concorrer a vereador. Mas, para
se eleger, ele teria de concorrer com a própria mãe, Rogéria Nantes, candidata
a um novo mandato na Câmara.
Rogéria
havia sido eleita para a Câmara duas vezes graças ao apoio do então marido,
Jair Bolsonaro. Em 2000, no entanto, o casal estava se separando. Bolsonaro
deixou de apoiar Rogéria e encorajou a candidatura do filho.
Carlos se
elegeu com 16 mil votos - três vezes mais do que Rogéria, que ficou de fora.
Ele exerceu o mandato enquanto cursava a faculdade de Ciências Aeronáuticas, na
Universidade Estácio de Sá, uma instituição privada no Rio de Janeiro.
'Muito
problema na cabeça'
Em
entrevista em abril, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia
(DEM-RJ), insinuou que Bolsonaro se sentia culpado por ter atirado o filho numa
disputa contra a mãe e tentava recompensá-lo desde então. O presidente não
costuma fazer críticas públicas a Carlos, embora já tenha censurado os filhos
Flávio e Eduardo.
"Ele
(Carlos) derrotou a mãe para vereador", disse Maia. "Isso deve ser
normal na cabeça de um ser humano? Derrotar uma mãe com 17 anos? Deve ter
gerado muito problema na cabeça do Carlos. A informação que eu tenho, apenas de
ouvir falar, é que eles ficaram sete anos sem se falar, ele e o pai."
"Tivemos
um pequeno problema familiar, sim", admitiu Carlos em março. "Ele
(Bolsonaro) queria continuar com seu apoio político aqui no Rio de Janeiro, e
ela (Rogéria), separando do meu pai e perdendo esse apoio político, não
entendeu à época que ele necessitava disso."
Carlos não
disse por que seus pais se separaram.
Ele afirma
que, logo após a eleição, fez as pazes com Rogéria. "Hoje minha mãe é
minha segunda namorada." A primeira, segundo ele, mora em Santa Catarina e
não gosta de exposição. Questionado
pela BBC, Carlos não se pronunciou sobre os impactos do episódio na relação com
o pai.
Eleitorado
'mais radical'
Professor de
Ciência Política da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Sérgio Praça diz que Carlos
desempenha um "papel de animador do eleitorado mais radical do
Bolsonaro".
Praça cita a
participação do vereador na gestão das contas do pai nas redes sociais. Em
abril, Bolsonaro disse à rádio Jovem Pan que é Carlos quem coordena seus
perfis, "por isso muita gente quer afastá-lo de mim".
Carlos se envolveu com a estratégia de comunicação de Bolsonaro pai
ao criar um blog para veicular imagens positivas sobre o pai
Mesmo entre
aliados do presidente é comum a avaliação de que ele desperdiça energias com
polêmicas dispensáveis nas redes sociais quando deveria priorizar a construção
de uma base no Congresso. Também sobram críticas aos ataques de Carlos a
membros do governo e a mensagens do vereador consideradas confusas ou
fantasiosas.
"Quando
a única coisa que lhe resta é o último suspiro de vida, surgem estas pérolas
que mostram muito mais do que palavras ao vento, mas algo que já acontece há
muito. O quanto querer ser livre e independente parece ser a maior crueldade
para alguns", postou Carlos no Twitter em abril ao divulgar um vídeo em
que Mourão comentava a crise na Venezuela.
Em dezembro,
ele escreveu: "A morte de Jair Bolsonaro não interessa somente aos
inimigos declarados, mas também aos que estão muito perto. Principalmente após
de sua posse! É fácil mapear uma pessoa transparente e voluntariosa. Sempre fiz
minha parte exaustivamente. Pensem e entendam todo o enredo diário!"
Bolsonaro
rejeita a visão de que a atuação do filho seja prejudicial ao governo. "No
meu entender, não atrapalhou em nada. Eu acho até que ele (Carlos) deveria ter
cargo de ministro, ele me botou aqui, foi realmente a mídia dele que me botou
aqui", disse o presidente em abril.
A nomeação
de Carlos, porém, poderia violar a legislação contra o nepotismo e ser
questionada no Judiciário.
Anos antes,
um post de Carlos no Twitter lhe rendeu um processo. "Chupa,
viadada", ele escreveu em 2010 após o Conselho de Ética da Câmara arquivar
um processo contra Bolsonaro por declarações do então deputado que haviam sido
consideradas homofóbicas.
Em 2014, a
Justiça absolveu Carlos.
Na época, o
vereador criticava o governo federal - então comandado pelo PT - por produzir
cartilhas sobre o respeito à diversidade sexual para distribuição em escolas.
Políticos conservadores apelidaram a cartilha de "kit gay" e forçaram
o governo abandonar o projeto.
Acusado de
homofóbico por opositores, Carlos diz respeitar todas as orientações sexuais.
Postura
de campanha
Professora
de ciência política da Universidade Federal de São Carlos (Ufscar), Maria do
Socorro Sousa Braga diz que o vereador se comporta como se o pai ainda
estivesse em campanha e se guia por princípios descritos pelo filósofo alemão
Carl Schmitt (1888-1985).
Para
Schmitt, a política se baseia na distinção entre amigos e inimigos. Braga diz
que Carlos e os irmãos encaram Mourão como um inimigo desde que o pai teve de
interromper a campanha à Presidência após sofrer uma facada, em setembro de
2018.
Enquanto
Bolsonaro esteve internado, Mourão ganhou espaço no noticiário e tentou exercer
maior influência sobre a candidatura. "Se
eles olham para o vice como inimigo, a ideia é destruí-lo. Só que eles não
podem fazer isso de imediato, porque o setor mais organizado do governo é o
militar. Então eles tentam construir uma narrativa que venha a dar legitimidade
a algum ato mais incisivo", diz a professora.
Em abril, o
deputado federal Marco Feliciano (Podemos-SP) viajou aos Estados Unidos para se
encontrar com o escritor Olavo de Carvalho, um dos maiores críticos da chamada
ala militar do governo.
Na volta,
Feliciano apresentou à Câmara um pedido de impeachment contra Mourão,
acusando-o de conspirar contra o presidente. O pedido foi arquivado.
Carlos
Bolsonaro e Olavo de Carvalho
Carlos
também tem se aproximado de Olavo, um dos ideólogos da família Bolsonaro. Em
fevereiro, o vereador escreveu que o escritor "é o principal inspirador de
toda a transformação cultural que atravessamos".
Carlos
diz que nunca esteve pessoalmente com Olavo, mas que aprendeu muito com alunos
do escritor de quem é amigo, como o assessor da Presidência para Assuntos
Internacionais, Filipe Martins.
Um dos
pontos que unem Carlos e Olavo é a crença de que a direita precisa se organizar
para fazer frente ao que consideram um domínio da esquerda no campo cultural.
Ambos
encaram as redes sociais como uma plataforma essencial nessa batalha.
Os dois
também criticam a imprensa com frequência. Procurado ao longo de duas semanas,
Carlos não respondeu os pedidos de entrevista da BBC News Brasil, nem perguntas
enviadas por email para seu gabinete na Câmara.
Outra
posição que o aproxima de Olavo é a defesa da liberação do comércio de armas. O
vereador visita com frequência clubes de tiros no Rio de Janeiro e em Santa
Catarina.
"Ele é
dedicado e atira bem, graças a Deus", diz à BBC News Brasil Bernardo
Mattos, amigo de Carlos e dono do clube de tiros CT Caos, no bairro carioca de
Vargem Pequena.
Instrutor de
pistolas do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) da Polícia Militar
do Rio de Janeiro, Mattos afirma que conheceu Carlos em 2011, quando ambos
faziam
exercícios de crossfit na praia de Ipanema.
Com o tempo,
Carlos passou a frequentar o clube de Mattos e a ter aulas de tiro, às vezes
junto de Eduardo, irmão de quem o vereador é mais próximo.
Um dos
cursos feitos pela dupla, segundo o instrutor, foi ministrado por um agente
italiano conhecido pelo apelido Zero, que treina forças especiais de vários
países.
Mattos diz
que Carlos está sempre bem humorado e não se incomoda quando é alvo de piadas,
como quando o chamam pelo apelido de infância, Carluxo.
"As
pessoas têm uma ideia errada do Carlos, ele não é nem um pouco esquentado. O
que ele faz qualquer um faria: proteger a família", diz o instrutor.
Nas horas
vagas, além de atirar, Carlos gosta de fazer churrascos na companhia de amigos
- alguns deles ex-lutadores profissionais de jiu-jitsu.
Estrategista
de Bolsonaro
O papel de
Carlos como um dos principais estrategistas e conselheiros do pai se delineou a
partir de 2010. Na época, ele percebeu que quem pesquisasse Jair Bolsonaro no
Google era direcionado a conteúdos negativos. Carlos então
criou um blog para veicular mensagens positivas sobre o pai. Além de difundir
suas posições políticas, divulgava fotos antigas da família.
Carlos se licenciou na Câmara Municipal do Rio de Janeiro
para se dedicar à campanha do pai à Presidência
Bolsonaro
era exibido em momentos de lazer, como pescarias e viagens com os filhos. No
Twitter e no Facebook, provocava adversários e criticava "a ditadura do
politicamente correto".
Bolsonaro
estava na política desde os anos 1980, mas não queria ser confundido com o
establishment. Aos poucos ia se construindo a imagem de um homem comum, que
destoava de políticos que só se deixavam representar em compromissos formais e
se comunicavam com os eleitores apenas em tempos de eleição.
Carlos
incorporou em sua estratégia de comunicação as mesmas diretrizes aplicadas ao
pai. Ele passou a divulgar fotos em que aparece ao lado de sua cadela Pituka,
da raça maltês.
Em várias
ocasiões, empunha armas em clubes de tiro. Em outras, veste camisetas com
símbolos da direita, como o logo do Mossad, o serviço secreto israelense, o
rosto da ex-premiê britânica Margaret Thatcher (1925-2013) e o lema cristão
Deus Vult (Deus o quer, em latim), do tempo das Cruzadas.
Em 2014,
quando Bolsonaro concorria a deputado federal pela sétima vez, Carlos diz ter
assumido de vez o comando de suas redes sociais, auxiliado por assessores a
quem chama de "meus moleques".
Quatro anos
depois, licenciou-se da Câmara dos Vereadores para trabalhar pela candidatura
do pai à Presidência em tempo integral. Vizinho de Bolsonaro no Condomínio
Vivendas da Barra, na Barra da Tijuca, Carlos transformou sua casa numa das
principais bases da campanha.
Com isso,
abriu mão de concorrer ao Congresso - diferentemente dos irmãos Eduardo, reeleito
deputado federal em 2018, e Flávio, eleito senador no mesmo ano.
Questionado
em março por que jamais pleiteou postos mais altos, Carlos disse que está
satisfeito com sua vida. "Ganho
muito bem, levo uma vida relativamente tranquila. Tenho 20 funcionários à minha
disposição, posso fazer meu horário de trabalho. Considero isso uma benção que
Deus me deu."
Disse ainda
que não tem pretensões políticas e que seu maior objetivo é defender o pai, de
quem diz ser um "soldado". "A
gente trabalha junto há 18 anos. No dia em que ele disser 'já deu, vai embora',
eu vou embora."
Carona em
Rolls Royce
O fervor
com que Carlos se dedica ao pai faz com que muitos o considerem o filho
preferido de Bolsonaro. Na cerimônia de posse presidencial, ele quebrou o
protocolo ao se sentar no banco traseiro do Rolls Royce que conduziu Bolsonaro
e a mulher, Michelle, pelas ruas de Brasília.
Alguns
supuseram que, ao acompanhar o pai, Carlos quis protegê-lo de possíveis
ataques. Já o vereador deu a entender que agiu por impulso. "Dez minutos
antes de entrar no carro para ir em direção ao Planalto, eu falei (a
Bolsonaro): 'vou contigo'".
Meses antes,
porém, Carlos testemunhou um episódio traumático para a família - e que quase
custou a vida do pai.
Ele era o
único filho que acompanhava Bolsonaro durante um comício em Juiz de Fora (MG),
em setembro, quando o capitão foi esfaqueado na barriga por Adélio Bispo de
Oliveira.
"Eu vi
meu pai indo embora duas vezes, vi meu pai duas vezes girando os olhos
dele", disse Carlos, com lágrimas nos olhos, em março.
"E tem
canalha que olha para a gente e fala que aquela facada foi fake. Você entende
minha raiva? Entende o contexto que a gente passa?". (BBC)
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