Mais
uma vez deparei-me com leitor em quem reacendeu a fúria por causa de algo que
saiu por aqui. Tudo isso depois que outro leitor (amigo meu) lhe fez referência
ao artigo veiculado há algum tempo, cujo título ora reutilizo. Garanto: minha
única e exclusiva intenção é estimular as pessoas à reflexão, independentemente
de que concordem ou não concordem com meu pensamento.
Desta
vez, detectei com extrema facilidade a razão pela qual ele está cuspindo fogo.
Antes, ele era apenas defensor ardoroso de alguém que não tem méritos, mas está
ocupando cargo político. Agora, já tomei conhecimento de que o raivoso está ensaiando
também pleitear uma vaguinha em 2020. Será que precisa fazer esforço mental
para se chegar ao porquê da sua decisão?
Mas vamos àquilo que irrita os já quase eternizados no poder e outros cujo sonho é, acima de tudo, chegar nele. O resto da história todos sabem de cor e salteado.
Em
2016, algo curioso (pra não dizer vergonhoso) foi descoberto através de um
trabalho feito pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O levantamento visava
descobrir as profissões dos candidatos a prefeito no País. Pasmem! A mais
informada pelos pleiteantes foi a de político. Um total de 1.934 declarou que
sua profissão é a de prefeito.
Sem
dúvida, essa estatística é lamentável porque, embora muitos pensem o contrário,
na verdade político não é profissão. Assim, não consta da lista de profissões
“quem está como” prefeito, vereador, deputado, governador, senador e presidente.
Para
quem não sabe, prefeito (ou qualquer um dos citados) é, na realidade, um cargo
administrativo. Só que a ganância pelo poder e a permanência nele faz até
se pensar que seja mesmo uma profissão, com todo respeito às demais. E, diante
disso, não fica difícil entender-se que não só prefeitos, como também outros
ocupantes de cargos no Executivo ou Legislativo, citem a atividade principal
como suas profissões.
Alguns
tentam justificar garantindo gastar todo o tempo nessas ocupações, não fazendo
outra coisa; afirmam ter nessa “profissão”, muitas vezes, a única fonte de
renda. Só não citam, é claro, que traz excelente retorno financeiro. Detalhe:
e é somente através dessa “profissão” que muitos conseguem garantir uma
sobrevivência tranquila, trabalhando pouco e tendo alguns direitos a mais que o
cidadão comum. Incrível, né?
Observa-se,
também, que é grande - e cresce assustadoramente - o número dos que veem na
política uma atividade comercial muito promissora; que a concebem como meio de
ganhar dinheiro com mais facilidade e como o melhor caminho “para se fazer”.
Que o comprovem a mudança repentina do padrão de vida e a rápida evolução financeira
e patrimonial de alguns pouco tempo depois de eleitos.
Para muitos,
ingressar na política tem sido um dos melhores negócios nos últimos tempos,
superando (financeiramente) qualquer atividade profissional. É tão bom, tão
rentável e tão confortável que faz os políticos confundirem mesmo o tempo do
mandato com o exercício de uma profissão qualquer.
Só que os
argumentos retromencionados não passam de tentativa frustrada de querer justificar
o injustificável. Não passam de tentativa frustrada de querer incutir na cabeça
da população que o interesse pela política tem como motivador o bem comum,
quando, na verdade, quase sempre o objetivo é se locupletar. Enfim, tais
argumentos NÃO JUSTIFICAM a briga ferrenha que muitos travam para ingressar ou
se manter no poder. Também NÃO JUSTIFICAM o escandaloso derramamento de
dinheiro nas campanhas, cujo ressarcimento termina sendo feito por nós
(população), caso o candidato seja eleito, através de impostos e mais impostos
e tramoias diversas.
Vale
destacar que existem, embora em número reduzido, os que entram para a política
com bons propósitos, desejosos de fazer o bem e para mostrar que Política (com
P maiúsculo) é algo bom, bonito e necessário. Vale salientar que há muitos
homens e mulheres que detêm situação financeira confortável mesmo antes de
ingressar na política. E buscam apenas mais poder e/ou notoriedade pública.
Pena que, para a maioria desse tipo de gente, só é possível alcançar através da
política.
Diante disso,
depreende-se que já passa da hora de o povo brasileiro entender que ele é
quem tem de banir do cenário nacional quem faz da política profissão. Tem de
atentar para o fato de que tais políticos jamais irão criar leis que
venham punir prejudicando a eles próprios. E, embora tarde, notar que se faz
urgentemente necessário pelo menos exija para o Poder Legislativo a implantação
da mesma regra já aplicada no Executivo. Ou seja: o direito de apenas dois
mandatos consecutivos.
Agora, difícil é
aparecer político com tamanha grandeza e coragem para propor e lutar por essa
mudança. Mas tudo é possível!
Caso um dia
aconteça, a meu ver isso será o início do fim da eternização no poder. A
exterminação de uma prática nojenta acobertada pela lei, que vem sendo
utilizada no País ao longo dos anos e que tem trazido enormes prejuízos à
democracia e ao povo brasileiro.
Como mencionei
anteriormente, tudo é possível! Agora, desde que cada brasileiro faça sua
parte, que é sugerir a mudança, cobrar sua efetivação e fiscalizar seu
cumprimento. Vamos nessa?
DOMINGO NA
EDUCADORA AM 950 - SOBRAL-CE
Até amanhã, no
Programa Artemísio da Costa na Educadora AM 950, com notícias, reportagens,
curiosidades e música de qualidade. Destaque: Sanfoneiro Luciano Sá e seu grupo "Lu do Acordeon". Participe:
3611-1550 // 3611-2496 // Facebook: Artemísio da Costa.
LEIA, CRITIQUE,
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