O primeiro capítulo
do livro do Gênesis que fala da criação do mundo no seu versículo 3 diz: “faça-se a luz”. A primeira grande luz
que iluminou a minha vida foi a luminosidade irradiada pelos meus pais Antônio
e Raquel que viveram uma vida cristã e foram um exemplo de vida para as
famílias Costa e Andrade. Traçarei alguns fatos importantes que contribuíram
para a construção ativa da minha memória.
A primeira delas, na mais tenra idade, quando meu pai me conduzia para a missa aos domingos na Igreja da Sé, celebrada pelo Mons. Domingos e, algumas vezes, via os seminaristas de preto sentados na primeira fila, perfilados de maneira contrita. Aquilo me fascinava e marcou muito a minha memória. Em casa tínhamos o hábito de almoçarmos juntos em família com meu pai na cabeceira da mesa e ele não se esquecia de agradecer a Deus a refeição que naquela hora iríamos nos servir.
A primeira delas, na mais tenra idade, quando meu pai me conduzia para a missa aos domingos na Igreja da Sé, celebrada pelo Mons. Domingos e, algumas vezes, via os seminaristas de preto sentados na primeira fila, perfilados de maneira contrita. Aquilo me fascinava e marcou muito a minha memória. Em casa tínhamos o hábito de almoçarmos juntos em família com meu pai na cabeceira da mesa e ele não se esquecia de agradecer a Deus a refeição que naquela hora iríamos nos servir.
A segunda grande luz
da minha vida aconteceu quando ingressei no Seminário, no dia 08/02/1964, num
sábado à tarde, juntamente com meu irmão Zé Costa. Nós nos sentíamos a âncora
um do outro nos momentos de muitas saudades de casa. Um fato marcante na minha vida foi no
segundo dia de seminário quando fui apresentado no almoço, que era servido num
grande refeitório, a um alimento de cor vermelha, desconhecido e estranho para
mim, dando-me ele a impressão de derramar sangue sobre o prato de arroz:
conheci a beterraba. Para mim era uma estranha novidade. Hoje toda vez que a
vejo me lembro do Seminário.
Não sei dizer precisamente porque ingressei no
seminário. Acho que teve uma certa influência de um primo seminarista: o Zé Gomes e das missas que ia com o papai
como escrevi acima. Mas o impulso e a decisão maior foram da minha mãe. Meu pai
sempre respeitava as decisões dela. Tendo um bom prato de comida e uma rede
para ele dormir, estava tudo perfeito.
O seminário me
deixou uma grande formação: cristã, ética e profissional. Tenho muitas saudades
dos melhores dias da minha vida, daquela caminhada cristã de muita fé e de
muita alegria. Fui um escolhido por Deus para ter ido para lá. No evangelho de
João 15, 16: “não foste vós que me escolhestes; fui eu que vos escolhi e vos
designei, para dardes fruto e para que o vosso fruto permaneça¨. Os frutos do
seminário ainda hoje estão a alimentar, com os seus ensinamentos, a minha
família, dos meus filhos aos netos. Foi
mais uma graça que Deus me deu.
Todo semestre era
nomeado para cargos de serviços no ambiente interno do Seminário: fui sinete
iro, bedel, prefeito, etc. Era um misto de orgulho e responsabilidade. Era uma
responsabilidade orgulhosa! Tais nomeações não me eram feitas por méritos
próprios, mas tão somente por bondade dos meus superiores reitores. Fiquei lá
até o final de 1967 quando o nosso querido Seminário Diocesano São José de
Sobral fechou as portas. Quanto orgulho ao pronunciar esse nome !!!! Ah, não me
esqueço da capela do Preciosíssimo Sangue, onde sedimentávamos a nossa fé com
muitas orações e com as nossas missas diárias.
No ano seguinte fiz o primeiro científico no
Colégio Sobralense. Em meados de 1969
vim para Fortaleza para concluir os dois últimos anos do curso científico no
Colégio Castelo, da Dom Manuel. Também
era um colégio de padres da diocese de Fortaleza. Consegui me transferir para lá graças a uma
carta de recomendação do Pe. Luizito para o padre Jonas, diretor do Colégio,
solicitando uma vaga para um aluno aplicado e ex-seminaristas. O Colégio
Castelo naquela época era muito conceituado em Fortaleza, sendo as vagas para
ingresso muito disputadas. Concorria em aplicação didática com o Colégio
Cearense que também era um colégio de formação cristã. Em meados de 1971
prestei vestibular para Medicina da UFC, formando-me na turma Juscelino
Kubitschek, em 1976. O Seminário me deu a grande oportunidade de me sair bem
nas notas escolares e nos vários exames a que prestei. Aprendi a disciplina da
vida alicerçada em obediência aos meus superiores.
Em 1975, fui para o carnaval em Sobral quando
aconteceu a terceira Luz da minha vida: conheci uma sobralense, nascida no
berço dos Linhares, Livramento, para quem Deus nos deu a grande graça da bênção
no nosso casamento em meados de 1976.
Dessa nossa união
mais três luzes se acenderam na minha vida com o nascimento de Décio (médico),
Samuel (dentista) e Lis (advogada). Os meus três filhos me abençoaram com cinco
netas e um neto. Sou o mais muçulmano dos avós com cinco netas.
A sétima luz que se
acendeu em minha vida foi com a decisão de ser abençoado com a escolha da
especialidade: oftalmologia. Sinto-me plenamente realizado com ela, na qual
atuo há 38 anos com muita dedicação, sem esquecer jamais dos meus princípios
éticos e religiosos calcados nos ensinamentos dos meus professores do
Seminário.
Não sou ex
betanista. Sou um Betanista! Fervoroso e
apaixonado por aquele casarão que deixou marcas profundas em minha alma. Tenho me esforçado para aplicar plenamente as
virtudes teologais de fé, esperança e caridade.
Um grande abraço
fraterno a todos os meus colegas betanistas e a minha melhor reverência aos
meus professores padres ou não, ainda vivos:
Pe. Osvaldo (quantas mãos frias em suas aulas eu as tive), ao Pe.
Luizito (pela paciência e disponibilidade em me receber em sua casa nas minhas
dificuldades escolares), ao Pe. Zé Linhares (pelo ensino e exemplo de
disciplina) e ao meu padrinho de crisma: Pe. Sadoc (pelos seus sábios ensinamentos
de vida).
Aos meus colegas seminaristas falecidos, que Deus os convidou para junto de si, tenham toda a plenitude da vida eterna. Aos funcionários do Seminário, o meu melhor reconhecimento pela dedicação prestada a nós, numa convivência extremamente fraterna. Às nossas freiras, na pessoa da Irmã Hermenhilde que se esmerava no cuidado do preparo para fazer as nossas refeições as mais saudáveis possíveis, o melhor agradecimento. Somente Deus pode lhe pagar. Vou parar por aqui porque a saudade me leva às lagrimas.
Aos meus colegas seminaristas falecidos, que Deus os convidou para junto de si, tenham toda a plenitude da vida eterna. Aos funcionários do Seminário, o meu melhor reconhecimento pela dedicação prestada a nós, numa convivência extremamente fraterna. Às nossas freiras, na pessoa da Irmã Hermenhilde que se esmerava no cuidado do preparo para fazer as nossas refeições as mais saudáveis possíveis, o melhor agradecimento. Somente Deus pode lhe pagar. Vou parar por aqui porque a saudade me leva às lagrimas.
O meu melhor
agradecimento a DEUS pelo dom da minha vida que só a ele pertence. Obrigado
mais uma vez a ELE pela sua infinita benevolência e pelo amor incomensurável a
todos nós.
Não poderia me
esquecer de deixar nestas palavras um grande abraço amigo e fraternal ao
Betanista Aguiar Moura por quem reconhecemos o seu esforço incansável para
manter viva a memória do nosso inesquecível Seminário da Betânia.
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