A
leitora Ana Carolina pergunta se há alguma impropriedade na frase em epígrafe.
Cara
Ana! Há, sim, impropriedade. Vejamos: O sujeito de “faltar” não é “muitos
eleitores”, mas “votar”. Afinal, que é que falta? Votar é que falta. Ora, se o
sujeito do verbo faltar é um infinitivo (votar), o verbo não pode ir ao plural.
Tem de ficar no singular.
Veja
mais estes exemplos semelhantes: Essas são providências que compete ao governo
tomar; Esses são problemas que cabe ao diretor resolver; O Flamengo venceu por
qualidades que não adianta discutir; Na minha mesa estão os contratos que ainda
resta enviar aos autores; A pobreza desses meninos é tamanha, que só falta comerem
terra.
Posso abrir “um
parênteses”?
Não
convém. Quem abre “um parênteses” está muito perto de tomar “um chopes”, comer “um
pastéis”, comer “um ovos”, ou mesmo de ficar sem “um clipes”, para unir todas
essas asneiras e jogá-las no lixo.
Parêntese,
no singular; parênteses só no plural. Por isso, pode abrir um parêntese aqui,
outro parêntese ali, mas não se esqueça de também fechar um parêntese ali,
outra aqui.
Um povo pode ser
“simpatíssimo”?
Não.
O superlativo sintético de simpático é simpaticíssimo, assim como o superlativo
sintético de antipático é “antipaticíssimo”, e não antipatíssimo.
Certa
vez, um locutor baiano, na ânsia de ser simpático, através do rádio fez esta
pergunta a um colega, que se encontrava em outra cidade: “Como vai esse povo ‘simpatíssimo’
aí de Itabuna? Ansiedade nunca leva a boa coisa.
Que curiosidade
traz a palavra safado?
Safado,
a rigor, significa “gasto com o uso”. Só depois de algum tempo passou a
significar “homem desprezível, descarado, desprovido de senso moral. E hoje,
amigos meus, é o que mais há, principalmente em certa capital de um país
sul-americano.
Qual a expressão
mais coerente com a índole da nossa Língua: “A rigor” ou “em rigor”?
A
expressão mais coerente com a índole da nossa Língua é, sem dúvida, “em rigor”,
já que “rigor” é cópia do Francês (à la rigueur). Os francesismos, assim como
os anglicismos, porém, estão tão arraigados no nosso idioma, que hoje é
praticamente impossível eliminá-los. Assim, escolha a expressão que mais lhe
convém e use-a sem nenhum receio.
Vultoso / vultuoso
Vultoso
é adjetivo e significa volumoso, de grande importância, negócio vultoso. Exs.: Vultosa
quantia; vultosa soma; vultoso empréstimo; Na rua adormecida o prédio era mais
negro e vultoso (Fernando Namora - “O homem disfarçado”, pág. 129).
Voltuoso
(adjetivo) - congestionado, inchado, rosto vultuoso, face vultosa, atacado de
vultuosidade.
Xácara / Chácara
(Qual a diferença?)
Xácara
(s.f) - Do Espanhol “jacara” - Narrativa popular em versos, em voga na antiga
Península Ibérica e em alguns lugares do Brasil. Exs.: A nau catarineta é uma xácara
que foi muito popular no Brasil. Homônimo de chácara, que significa pequena
propriedade rural com casa e pomar.
Voz
(aumentativo)
O
aumentativo de voz é vozeirão. Adjetivos referentes a voz: vocal, fônico.
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