A Campanha Ceará sem Racismo – Respeite minha história, Respeite minha diversidade venceu o Prêmio Innovare 2020, na categoria Justiça e Cidadania. O prêmio é um reconhecimento pelo seu ineditismo, criatividade e alcance social.
A premiação nacional divulga práticas que contribuem para o aprimoramento da justiça e cidadania no Brasil e pela primeira vez contempla uma campanha com esta temática. Lançada em novembro do ano passado pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria da Proteção Social, Justiça, Cidadania, Mulheres e Direitos Humanos (SPS), a campanha concorreu com outros 646 projetos de todo o País.
O anúncio
dos vencedores recebeu na manhã desta terça, em uma solenidade virtual. Quem
anunciou a vitória da campanha cearense foi o ministro do Supremo Tribunal
Federal, Ayres Britto. “Que essa prática tenha longa longa longa existência,
longa vida”, enfatizou, em uma transmissão de grande emoção.
Socorro
França, titular da SPS, destacou que o prêmio é um projeto libertário e que é
uma vitória da igualdade, da equidade e da inclusão. “Essa conquista é
resultado de um trabalho incansável, para levar a Campanha Ceará sem Racismo ao
maior número de pessoas, convidando todos a se comprometerem nesta luta pela
superação das diversas formas de discriminação racial. É também uma luta diária
de enfrentamento a esse racismo estrutural, que perpassa nosso cotidiano,
nossas práticas e precisa ser reconhecido e combatido”, ressalta a secretária.
Em uma
fala emocionada, a coordenadora de políticas públicas para igualdade racial,
Zelma Madeira, destacou a felicidade com o reconhecimento da iniciativa. “Essa
iniciativa prioriza a humanização de grupos étnicos discriminados, que sofrem a
discriminação racial, que sofrem para acessar a justiça nesse País, que sofrem
as desigualdades. Esse prêmio nos faz acreditar que um outro mundo é possível”.
Executada
pela Coordenadoria Especial de Políticas Públicas para Igualdade Racial
(Ceppir) da SPS, a campanha aciona a memória e o sentimento de pertença através
das imagens de heróis do Brasil e do Ceará que contribuíram com a nação
simbolizando resistência e representação identitária. O revolucionário Chico da
Matilde (Dragão do Mar) e a revolucionária Preta Simoa, mulher negra importante
na luta abolicionista do Estado, que teve sua história invisibilizada ao longo
dos anos; Cacique Daniel, indígena da etnia Pitaguary que em vida lutou pela
garantia dos direitos de seu povo; Mãe Menininha do Gantois, mãe de santo e
representação dos povos de terreiro, e Zumbi dos Palmares, líder quilombola de
maior influência no país são as personalidades marcadas na Campanha.
Zelma
Madeira ressalta que a campanha veio fortalecer a luta antirracista através do
combate coletivo às práticas racistas que acontecem no nosso cotidiano e que
precisam ser desconstruídas diariamente. “A nossa campanha é motivo de muito
orgulho, pois fortalece a luta antirracista ao abrir oportunidade de
reconhecimento aqueles que sofrem o racismo, ao tempo em que também dialoga com
a sociedade como um todo para que entendam como o racismo estrutural nos
afeta”, destaca Zelma Madeira
Desde o
início, a campanha percorreu 60 municípios cearenses fazendo formação com
gestores, servidores públicos e movimentos sociais de modo a despertar formas
de enfrentamento ao racismo estrutural, além de prestar assessoria aos
municípios para o fortalecimento e criação de conselhos de igualdade racial.
Zelma
explica que o Ceará tem se firmado como um dos poucos estados do País com
material consolidado e regionalizado sobre o racismo. “É com muita honra que
nós recebemos essa notícia de que fomos premiados em meio a tantos outros
projetos. Receber esse prêmio significa muito para nós da Ceppir. É
reconhecimento ao trabalho que desenvolvemos no Estado em enfrentamento ao
racismo, tanto dentro da máquina estatal como na sociedade como um todo, em
prol da justiça racial e do reconhecimento étnico”, expõe a coordenadora. (Gov.
CE)
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