O governo federal deve enviar, ainda este mês, mensagens de celular a 2,6 milhões de pessoas que receberam auxílio emergencial sem ter direito ao benefício. O objetivo é pedir que esses beneficiários cumpram os trâmites para devolver o dinheiro aos cofres públicos.
O Ministério da Cidadania, gestor do auxílio, estima que o governo
poderia reaver R$ 1,57 bilhão se cada um desses beneficiários
acionados devolvesse, ao menos, uma parcela de R$ 600. Os valores constam em um
ofício obtido pela TV Globo.
Ao todo, o ministério prevê o envio de 4,8 milhões de mensagens de
celular "considerando a possibilidade de precisarmos enviar uma mensagem
de reforço para o público que não proceder com a devolução após o recebimento
da 1ª SMS".
A TV pediu informações adicionais ao Ministério da Cidadania e aguarda
retorno. O Ministério da Economia confirmou que as mensagens serão enviadas a
partir do próximo fim de semana, porque a pasta ainda aguarda a lista de
contatos telefônicos. Os envios devem custar R$ 162 mil ao governo.
Em novembro, o governo divulgou que a lista de beneficiários irregulares
incluía pessoas com rendimentos acima do limite, com cargos eletivos,
militares, servidores públicos, ou mesmo CPFs com alguma irregularidade.
Como devolver
Quem recebe o benefício indevidamente, sem se enquadrar nos critérios do
governo, pode responder criminalmente pela infração. A medida está
prevista no art. 2º da Lei n.º 13.982/2020, segundo o Ministério da Cidadania.
Em maio, o governo federal lançou um site para facilitar a devolução do
Auxílio Emergencial: devolucaoauxilioemergencial.cidadania.gov.br.
Ao acessar o sistema com o CPF, o usuário pode gerar uma Guia de
Recolhimento da União (GRU) para ser paga nos canais de atendimento do Banco do
Brasil ou em qualquer outro banco.
Auditoria
A lista de beneficiários irregulares foi formada pela "indicação de
órgãos de controle" e pela "identificação de repasse indevido por
meio de ações da esteira da auditoria interna", diz o ofício da Cidadania.
O prazo para que esses inscritos justificassem a validade dos cadastros
terminou em 16 de novembro.
"Assim, esta SAGI [secretaria] planeja enviar SMS a este público,
objetivando orientar o procedimento a ser adotado para proceder com a devolução
do recurso, de modo a dar uma resposta à sociedade, ao mostrar o esforço do
governo federal em recuperar o recurso pago indevidamente, e ainda atender à
recomendação dos órgãos de controle", diz o documento. (G1)
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