sexta-feira, 4 de dezembro de 2020

LITERATURA CEARENSE: Os alunos: construtores do conhecimento ( Mirian Araújo*)

Lecionar no Ensino Superior sempre foi um dos meus grandes desejos. Isto se tornou possível com o incentivo de uma pessoa que acreditou no meu potencial de educadora, o grande mestre professor Leunam Gomes. Suas orientações metodológicas, na perspectiva da Educação Biocêntrica, me fizeram acreditar que "Em educação sem participação, não há mudança".  Pude comprovar tudo isso na prática em sala de aula, sob suas orientações.  

A  cada encontro nas aulas de graduação, seguindo o roteiro que construí seguindo suas instruções, sentia os resultados positivos.  A metodologia proporcionava momentos de interação com trabalhos em grupos, pesquisa de campo, simpósios, seminários, entrevistas com a comunidade e debates.  Era perceptível o envolvimento dos alunos nos assuntos abordados, porque eles tinham a oportunidade de opinar, aumentando a sua autonomia e, ao mesmo tempo, a sua autoconfiança.

Na introdução da disciplina adotávamos sempre dinâmicas de apresentação dos alunos, com oportunidades para que mostrassem o que já sabiam sobre o assunto. Sem pressa e dando muita atenção. Desta forma, os alunos exercitavam técnicas que podiam adotar em suas próprias aulas, visto que a maioria já exercia o magistério.                                              

Os questionamentos feitos aos alunos na graduação, eles levavam, como tarefas, para entrevistar outros professores da comunidade. Assim eles podiam verificar até que ponto os conteúdos estavam próximos da realidade.  Na aula seguinte os alunos apresentavam as respostas concedidas pelos profissionais e, a partir daí, tornava-se um debate participativo, onde todos tinham a oportunidade de expressar também as suas ideias. Nessa perspectiva, as aulas não se tornavam monótonas e os alunos participavam, construindo o conhecimento de forma prazerosa. Daí então, o encadeamento dos assuntos da disciplina partia dos conhecimentos dos alunos. O aprofundamento dos conteúdos sempre partia do que os alunos traziam para a sala de aula. Isto fazia com que tivessem mais vontade de aprender e aprofundar o que já sabiam.  Os alunos estavam sempre se sentindo construtores do conhecimento. As avaliações dos encontros, realizadas pelos alunos, sempre foram muito boas e isso  só aumentava  o meu desejo de fazer bem melhor e diferente.

Pretendo continuar utilizando esta metodologia, pois acredito na educação participativa, onde o conhecimento é construído coletivamente. "Sempre temos algo para aprender e ensinar". Posso assegurar que se a gente tiver coragem de ousar e criar oportunidade de participação dos alunos, como diz o prof. Leunam, o aprendizado é garantido, gerando prazer para quem ensina e para quem aprende. 



(*) Mirian Araújo
é de Ipueiras, graduada em Pedagogia, Letras, Habilitação em Física e Química. Tem Especialização em Gestão Escolar.  Foi Secretária de Educação em Croatá (CE)

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