O maior aumento foi o da ivermectina: de 8,1
milhões de doses vendidas em 2019, o remédio saltou para 53,8 milhões de vendas
em 2020 – um salto de 557%. O remédio é um antiparasitário, indicado apenas
para combater vermes, ácaros e parasitas, em casos como os de sarna e
elefantíase.
A hidroxicloroquina, que ficou famosa por receber o
incentivo do presidente Jair Bolsonaro, teve um aumento de 113% nas vendas (de
936 mil unidades vendidas em 2019, saltou para pouco mais de dois milhões em
2020). Sem qualquer comprovação de eficácia contra a COVID-19, a
hidroxicloroquina é usada, entre outros casos, no tratamento da artrite
reumatoide e da malária.
Outros três remédios associados ao tratamento da
covid-19 também tiveram aumento nas vendas: a nitazoxanida (salto de 10%), a
vitamina C (59%) e a vitamina D (81%). A nitazoxanida, apesar de estar sendo
testada no combate à covid-19, não tem qualquer eficácia comprovada. Ela é
utilizada, entre outros casos, contra infecções virais causadas por rotavírus e
norovírus (como são as gastroenterites) e contra parasitas como lombriga,
solitária e oxiúros. O mesmo vale para as vitaminas: apesar de benéficas para o
organismo, não há qualquer estudo que comprove sua eficácia contra o novo
coronavírus.
O Conselho Federal de Medicina (CFM) diz que não
endossa o uso destes remédios, mas defende a autonomia dos médicos de prescreverem
o tratamento que acharem mais adequado. Apesar da ausência de comprovação
científica, 34,7% dos médicos brasileiros ainda acreditam que a cloroquina é
eficaz contra a COVID-19. O mesmo levantamento, realizado pela Associação
Médica Brasileira, mostra ainda que 41,4% dos médicos do Brasil confiam na
ivermectina contra o coronavírus. (JB/Ag. Sputnik Brasil)
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