sexta-feira, 5 de fevereiro de 2021

Venda de remédios sem eficácia contra a covid-19 dispara: ivermectina tem salto de 557%

O maior aumento foi o da ivermectina: de 8,1 milhões de doses vendidas em 2019, o remédio saltou para 53,8 milhões de vendas em 2020 – um salto de 557%. O remédio é um antiparasitário, indicado apenas para combater vermes, ácaros e parasitas, em casos como os de sarna e elefantíase.

A hidroxicloroquina, que ficou famosa por receber o incentivo do presidente Jair Bolsonaro, teve um aumento de 113% nas vendas (de 936 mil unidades vendidas em 2019, saltou para pouco mais de dois milhões em 2020). Sem qualquer comprovação de eficácia contra a COVID-19, a hidroxicloroquina é usada, entre outros casos, no tratamento da artrite reumatoide e da malária.

Outros três remédios associados ao tratamento da covid-19 também tiveram aumento nas vendas: a nitazoxanida (salto de 10%), a vitamina C (59%) e a vitamina D (81%). A nitazoxanida, apesar de estar sendo testada no combate à covid-19, não tem qualquer eficácia comprovada. Ela é utilizada, entre outros casos, contra infecções virais causadas por rotavírus e norovírus (como são as gastroenterites) e contra parasitas como lombriga, solitária e oxiúros. O mesmo vale para as vitaminas: apesar de benéficas para o organismo, não há qualquer estudo que comprove sua eficácia contra o novo coronavírus.

O Conselho Federal de Medicina (CFM) diz que não endossa o uso destes remédios, mas defende a autonomia dos médicos de prescreverem o tratamento que acharem mais adequado. Apesar da ausência de comprovação científica, 34,7% dos médicos brasileiros ainda acreditam que a cloroquina é eficaz contra a COVID-19. O mesmo levantamento, realizado pela Associação Médica Brasileira, mostra ainda que 41,4% dos médicos do Brasil confiam na ivermectina contra o coronavírus. (JB/Ag. Sputnik Brasil)

 

 

  

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