quinta-feira, 10 de junho de 2021

Documento na CPI mostra que Bolsonaro pediu para Índia agilizar envio de insumos da hidroxicloroquina

Um documento sigiloso entregue pelo Itamaraty à CPI da Covid mostra que o presidente Jair Bolsonaro atuou diretamente para convencer a Índia a enviar para o Brasil insumos para a fabricação de hidroxicloroquina para o tratamento da Covid.

Pesquisas dos mais importantes e reconhecidos órgãos e autoridades de todo o mundo de saúde já concluíram que o medicamento é ineficaz contra a Covid.

O telegrama enviado pelo Ministério das Relações Exteriores fazia uma transcrição do telefonema entre Bolsonaro e o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, no dia 4 de abril do ano passado.

Na conversa, Bolsonaro pediu para acelerar a liberação dos insumos para as empresas EMS e Apsen para a produção de hidroxicloroquina no Brasil.

O diálogo foi publicado pelo jornal "O Globo".

Bolsonaro fez o pedido logo no início da conversa.

"Entrarei diretamente no assunto. Temos tido resultados animadores no uso de hidroxicloroquina para o tratamento de pacientes com Covid-19", disse o presidente sem citar a origem dessa informação.

Ele seguiu:

"Estou informado de um carregamento de 530 quilos de sulfato de hidroxicloroquina que está parado na Índia, à espera de liberação por parte do governo indiano. Esse carregamento inicial de 530 quilos é parte de uma encomenda maior, e foi comprado pela EMS", disse Bolsonaro.

Ele pediu também mais carregamentos destinados a uma outra empresa brasileira, a Apsen.

E conclui que: "Esse é um apelo humanitário que poderá salvar muitas vidas no Brasil."

O primeiro-ministro da Índia respondeu em seguida que: "A Índia com certeza fará todo o possível para ajudar o Brasil."

Cinco dias depois, Bolsonaro publicou em uma rede social um agradecimento a Narendra Modi.

"Nossos agradecimentos ao primeiro-ministro da índia @narendramodi , que, após nossa conversa por telefone, o primeiro ministro liberou o envio ao Brasil de um carregamento de insumos para produção de hidroxicloroquina", escreveu o presidente. (G1)

 

 

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