Sábado passado, vimos confirmar-se o já previsto e chocante número acima de 500.000 mortos, pela Covid 19, ocasionado pelo descaso relacionado à falta de uso da máscara, do álcool em gel, de água e sabão na lavagem das mãos, à desobediência ao aconselhável distanciamento, provocando aglomerações, tudo em desacordo com a Organização Mundial da Saúde e à Medicina, que autoridades brasileiras minimizaram, não orientaram corretamente e até deram maus exemplos, fazendo tudo ao contrário.
Certamente se fossem revisados, recontados ou
subnotificados os números, haveria uma variação entre 30 e 50%, segundo a Rede Análise Covid que diz “serem esses dados mais simbólicos do que
verdadeiros, uma vez que a realidade,
provavelmente, é ainda pior”. Esta constatação não é problema só da
contagem brasileira. Nos EEUU, no Peru, na Rússia, por ex. houve caso de
duplicação e até triplicação. Pesquisadores da Universidade de Oxford afirmam
que, no Mundo, há cerca de um milhão de mortos não contabilizados. É o próprio
cientista de Dados da Rede Análise Covid, Dr. Isaac Schrarstzhaupt, quem
afirma: “com certeza o número brasileiro
é subdimensionado. Existe o problema de falta de testagem, da falta de janela
para o teste e, é claro, a subnotificação”.
Além disso, o Dr. Isaac menciona “o
atraso no registro de mortes como um fator que dificulta ter um dado mais
preciso sobre a crise sanitária no país. Temos mortes registradas hoje que
ocorreram no ano passado... até porque a prioridade das equipes de saúde é
salvar vidas e não, necessariamente, essa parte mais burocrática de lançar os
dados no sistema”.
Estamos fazendo esta reflexão, dentre as
muitas que se fizeram nesta semana, só para que a gente entenda como a situação
pandêmica está sendo difícil em toda parte/mesmo em países mais avançados do
que nós/A diferença está na direção seguida, na prioridade que se dá ao
tratamento, na falta do compromisso com as normas da Ciência ou o desleixo dos
poderes políticos que se preocupam mais com suas reeleições do que com a
felicidade do povo.
Este alto número de mortos pela Covid aparece
no auge da C.P.I. da Pandemia no Senado que está desnudando os equívocos
cometidos, provocando acirrados debates entre defensores das barbaridades do
Planalto e os Senadores da Oposição que estão batendo forte na existência
de um gabinete paralelo composto de médicos e empresários conselheiros
do Presidente na luta contra a Covid 19, às margens da Ciência. Tal grupo está
na mira da C.P.I. por estar discutindo com o Presidente temas ou teses sem
eficiência comprovada, tais como: a imunidade de rebanho, o tratamento precoce
com o uso de cloroquina ou outras drogas para outras finalidades e não para a
Covid.
Os depoimentos colhidos na C.P.I. estão
escancarando o descaso do Governo em negociar ou adquirir vacinas, fazendo
corpo mole desde o ano passado, não respondendo a dezenas de e-mails ou outras
correspondências com ofertas de imunizantes que foram rejeitados pelo Governo
ou caíram no esquecimento. A verdade é que temos somente 11% de imunizados com
as duas doses da vacina, no Brasil, o que nos coloca numa estatística muito
alta, negativamente, enquanto em outros países do Mundo, até mesmo aqui da
América Latina, estão bem melhores em sua cotação/porque seus governantes não
são tão negacionistas.
A população brasileira está atordoada com a
Pandemia. De qualquer forma, somos vítimas: com perdas na família, na saúde
mental, isolados, com medo, apavorados diante da realidade da morte. Cadê nossos
contatos físicos?
Dá pra entender brasileiros sem um afetuoso abraço?
Sem nossos beijos mútuos pelo reencontro, sem demonstrar nossa saudade pelos
braços enlaçados? A pandemia nos está fazendo um grande mal. Como afastar os
avós dos netinhos? O carinho entre familiares e amigos? Como tornar possível eu
negar a meu pai, à minha mãe, a um familiar ou amigo, o último gesto de
gratidão, amizade ou de reconhecimento na despedida final depois da morte?
Escritos como este ou outros tipos de
documentário com vídeos e fotos de pessoas que tiveram suas vidas afetadas pela
tragédia sanitária, desde o início desta crise, estão sendo reunidos num
projeto: Memorial da Pandemia em que uma equipe de
professores-historiadores está colecionando para responder à pergunta: Como
a história da pandemia será contada no futuro ou Como os historiadores irão
entender esse momento? Ao que o Prof. Teixeira responde: “isso vai depender da memória que se
guardar. Infelizmente temos muitos negacionistas, que irão negar este momento.
Mas existe um registro, uma memória, as falas dos agentes históricos que
viveram neste tempo. Essa voz não se apaga”.
Esta equipe de estudos está sendo coordenada
pelo Professor Ph.D. em História e Educador no Sesc São Paulo, especialista em História,
Cultura e Sociedade, com Mestrado em História Social: Alexandre Francisco Silva Teixeira
(Professor Teixeira). Ele ainda afirma que “à
perda de vidas pela falta de vacinas e de uma política eficiente de combate à pandemia
se somou o empobrecimento das famílias”.
O professor Teixeira faz ainda um paralelo,
relacionando dois “fatos históricos”
dentro da sua especialidade: “assim como,
em 1918 a gripe espanhola em terras brasileiras nos legou a semente do SUS,
acredito que a atual pandemia deixa como legado um processo de produção de
vacinas em ritmo inédito na história”. É o caso de se constatar, na
prática, o que a “sabedoria popular” diz com tanta maestria: “Deus escreve certo por linhas tortas” ou
“não há mal que não traga um bem”.
A propósito, o Papa Francisco, participando,
virtualmente, esta semana, da 16ª edição do Fórum Globsec Bratislava, na
Eslováquia, sobre o tema: “Reconstruamos
melhor o Mundo” afirmou que a crise atual nos está levando a analisar
melhor o seu passado, reconhecer as carências sistêmicas, os erros cometidos, inclusive relacionados à Criação, visando desenvolver uma ideia de retomada que reconstrói e corrige o que não funcionava antes da chegada do
Coronavírus, que contribuiu, tremendamente, para piorar a crise. O Papa reafirma
com todas as letras: “vejo um mundo que
foi enganado por uma sensação ilusória de segurança, baseada na fome de lucro.
Vejo um modelo de vida econômica e social, caracterizado por tanta desigualdade
e egoísmo, em que uma pequena minoria da população mundial possui a maioria dos
bens, muitas vezes não hesitando em explorar pessoas e recursos”. E
acrescenta Francisco: “a crise abre novas
possibilidades: de fato, é um desafio aberto para enfrentar a situação atual,
para transformar o tempo de provação num tempo de escolha. Uma crise obriga a
escolher, para o bem ou para o mal. De uma crise não se sai igual: ou se sai
melhor ou pior. Nunca o mesmo”.
Temos muito o que pensar: ver a realidade,
julgá-la à luz da Palavra de Deus e agir para transformá-la. Temos ainda muita
crise pela frente. Não podemos aceitar o “negacionismo”
dos nazifascistas. Eles nos vão dar muito trabalho, mas a gente vai vencer.
Unamo-nos. Há muita gente boa do nosso lado. Obrigado, pela atenção e tenham
todos um bom dia!
COMENTÁRIOS
Sobre
o Cordel de Hairton Carvalho – Festa de São João
De Chico
Ocosta também poeta cordelista da Ibiapaba que mora em São Paulo:
“Que
bela e charmosa poesia do sertão do nosso nordeste que encanta quando canta o
simples que sai de dentro do coração recheado de poesia que lhe molda o viver
no sertão.”
De João
Gomes Feitoza, de Fortaleza: Excelente.
Por um momento revivi tudo isso.
De
Fred Carvalho, cantor, em Fortaleza, sobre o texto do Mons. Assis Rocha OS HERODES
DE HOJE: AUTORITARIOS, NEGACIONISTAS, DANDO MAUS EXEMPLOS...
“Estamos vivendo tempos sombrios, em que pessoas são partidárias de que
a terra é plana, são contra as vacina e a ciência, pregam o ódio o preconceito
e a discriminação racial, enfim será que isso é o tão falado normal?”
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