domingo, 4 de julho de 2021

LITERATURA CEARENSE: PEDRO: “Não podemos calar sobre o que vimos e ouvimos!” (Mons. Assis Rocha)

Na 3ª Feira pp, 29 de Junho, Dia do Pescador, tradicionalmente, celebramos a festa folclórica de São Pedro. Amanhã, porém, 04/07, 1º domingo após o dia 29, celebraremos o seu dia litúrgico. Do final da tarde de hoje, sábado, 03, para a noitinha, celebramos a Missa da Vigília da Festa dos Apóstolos, Pedro e Paulo. Com tais motivações - litúrgicas e folclóricas - queremos colocar a nossa reflexão semanal, tentando encontrar em São Pedro, aquilo que já descobrimos nos dois outros importantes santos populares e comemorados dentro de nossas festividades juninas: Santo Antônio e São João, a quem chamamos, respectivamente, de “martelo dos hereges” e de “voz que clama no deserto”. Quando 29/06 for Domingo festeja-se S. Pedro também.

Hoje, quero falar sobre o 3o, e importante, santo do mês de junho: S. Pedro que, com seu irmão André, recebeu de Jesus o mesmo chamado de ir pelo mundo e pregar o Evangelho a toda criatura. A ordem era essa: de sair e comunicar, falar, espalhar a doutrina por toda parte. Desde aquele tempo, o apóstolo, o presbítero, o bispo, o sacerdote são comunicadores: têm que pregar. Faz, em torno de, 1988 anos que isso se deu, e tanto os apóstolos de Jesus, como os seus sucessores, “percorreram, inicialmente, toda a Galileia, ensinando nas suas sinagogas, pregando o Evangelho do Reino, curando todas as doenças e enfermidades” e continuam realizando essa missão por toda parte até o fim dos tempos.

Pedro se destacou com seus defeitos e suas virtudes, seus momentos de coragem e de covardia, por suas perguntas ou respostas contundentes, dada a sua personalidade muito forte e sincera.

Certa vez, Jesus fez seus discípulos entrarem na barca e a passarem, antes dele, para a outra margem, enquanto ele despedia a multidão. Jesus demorou, um pouco, com o povo, depois subiu à montanha para rezar. Na barca, os discípulos remavam, sob o comando de Pedro, e começavam a ter medo, pois a noite se aproximava e o vento soprava forte.

O medo aumentou, quando viram alguém se aproximando sobre as águas e começaram a dar gritos de horror: ‘é um fantasma’. Ao que Jesus respondeu: “tranquilizai-vos, sou eu, não tenhais medo”. Eis que Pedro, mostrando a sua personalidade, inicialmente, corajosa, disse: “se és tu, Senhor, manda-me ir sobre as águas até junto de ti”. Quando Jesus disse, “vem”, ele atirou-se ao mar, mas, em face da violência do vento e do medo ao se afundar, mostrou o outro lado da sua personalidade - a fraqueza - gritando: “salva-me, Senhor”! Jesus estendeu-lhe a mão e disse: “homem de pouca fé”.  

Foi sobre aquele homem que Jesus confiou a responsabilidade de governar a sua Igreja, ao dizer-lhe: “apascenta as minhas ovelhas, cuida do meu rebanho”. E ele, logo no início, ainda nos Atos dos Apóstolos, ao se sentir ameaçado, proibido de falar no nome de Jesus, pelos chefes dos sacerdotes, anciãos e escribas, disse com toda coragem: “julgai vós mesmos se é justo diante de Deus, que obedeçamos a vós e não a Deus. Quanto a nós, não podemos calar sobre o que vimos e ouvimos”.  Foi este compromisso com a comunicação da palavra, com a pregação do evangelho, que fez Pedro ir pra Roma enfrentar o império pagão, dar o testemunho da sua fé, rezar nas catacumbas, ser preso, açoitado e crucificado de cabeça para baixo, mas não deixar de obedecer a Jesus e viver o que ele mandou: “ide e tornai discípulos meus a todas as criaturas”. Por isso, comemoramos na 3ª Feira, dia 29, – por causa de Pedro, – o DIA DO PESCADOR; e amanhã – por causa de seus sucessores – o DIA DO PAPA. Rezemos pelo Papa Francisco para que ele continue firme e forte, na Missão que Jesus lhe confiou, exigindo de Pedro e de seus sucessores, apenas o amor pela Missão. (3X/J.C pergunta: tu me amas?).

Ao nos referirmos a esses 03 Santos Juninos – Antônio, João e Pedro – mostramos sua importância, não simplesmente, por causa do folclore ou dos festejos profanos e populares, que o povo faz em torno de seus nomes. Muito mais do que isso – forró, fogueira, canjica e pamonha - sua importância está nas lições de vida cristã, comprometida com o trabalho de evangelização que Jesus confiou a eles. Acrescento que há um grande Santo, festejado no mesmo Dia de São Pedro, e que não há nenhum folclore a seu respeito, mas é uma das pilastras do início do cristianismo, que é São Paulo. Sua celebração litúrgica é no mesmo dia que se celebra São Pedro. Dia 29 de junho, portanto, é a Solenidade Litúrgica de São Pedro e São Paulo Apóstolos.

Saulo – seu nome Judeu – é o mesmo que Paulo – seu nome Romano – nasceu em Tarso, na antiga Cilicia, hoje Turquia, um grande centro mercantil e intelectual do mundo romano. Já era o ano 05 da era cristã. Ainda adolescente foi enviado a Jerusalém para familiarizar-se mais profundamente com a religião e a cultura hebraicas, frequentando a Escola da Sinagoga, pois era filho de pais judeus, que gozavam dos privilégios da Cidadania Romana. Com seus estudos greco-romanos ele se preparava para ser um Rabino ou chefe de Sinagoga na mais ortodoxa das seitas judaicas. Apesar de ser contemporâneo de João Batista e de Jesus, nunca se cruzaram ou se encontraram. Também, era impossível. Ambos não haviam começado a aparecer, publicamente. Paulo, ao terminar seus estudos em Jerusalém, havia retornado a Tarso e por lá trabalhava na Sinagoga, como pregador do Judaísmo e na fabricação de tendas, junto a seu pai. Enquanto isso, lá na Judéia, Cafarnaum, Jerusalém e pela Galileia Jesus fundava o Cristianismo, anunciava o Evangelho ou a “boa nova” e transmitia a sua mensagem de salvação, através da instituição de seus 12 Apóstolos e de seus 72 Discípulos para darem continuidade à sua Igreja quando Ele se fosse. Foi quando Saulo apareceu de volta em Jerusalém: Jesus já havia dado o seu recado, fundado a sua Igreja, deixado Pedro no comando, morrido, ressuscitado, retornado ao céu, enviado o Espírito Santo e os Apóstolos já se espalhavam “por toda parte” pregando a boa nova. Já eram uns 5.000 os seguidores de Jesus, mas era muito pouco para o que Jesus queria: “que eles fossem até os confins da terra”. Estava difícil. A maior parte dos judeus, inclusive Paulo, não acreditava que “aquele homem que já se tinha ido” fosse o Messias. Daí, ter ele se tornado um perseguidor das primeiras comunidades cristãs, até colaborando no apedrejamento do Diácono Estêvão. “ele se esforçava para acabar com a Igreja. Ia de casa em casa, arrastava homens e mulheres e os jogava na cadeia” (Atos 8, 3).

Para Jesus, só tinha um jeito: era trazer SAULO para o seu lado. Era incorporá-lo ao Grupo dos seus Apóstolos. E assim o fez. Enquanto Saulo se dirigia, a cavalo, para suas perseguições, pelas estradas de Damasco, teve a visão de uma luz incandescente, que lhe cegou os olhos e, ao cair do cavalo, ouviu: “Saulo, Saulo, por que me persegues”? Ao perguntar (se fazendo de inocente): “Quem és, Senhor”? A voz respondeu: “Eu sou Jesus, aquele que tu persegues. Mas levanta-te, entra na cidade e ali, dir-te-ão o que deves fazer” (Atos 9, 3-6). E assim, Ananias foi ao seu encontro, pôs a mão sobre a sua cabeça e no mesmo instante, Saulo recobrou a visão. Ficou tão impressionado que se tornou cristão, desfazendo toda a imagem negativa que criara.

COMENTÁRIOS RECEBIDOS

Freddy Carvalho, de Fortaleza: Como esse poeta representa bem o sertão em sua poesia, principalmente porque está por demais relacionada com o período Junino. Parabéns!

Chico Ocosta -  também poeta cordelista da Ibiapaba que mora em São Paulo: Que bela e charmosa poesia do sertão do nosso nordeste que encanta quando canta o simples que sai de dentro do coração recheado de poesia que lhe molda o viver no sertão.

Antônio Acelino Mesquita Rego, de Guaraciaba do Norte:  Sobre o NEGACIONISMO DOS NAZIFASCISTAS: Infelizmente a maldita polícia ainda fala mais alto do que os próprios direitos ! Saúde

 

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