"Povo armado jamais será escravizado. Pode ter
certeza, por ocasião das eleições, que os votos serão contados no Brasil. Não
serão dois ou três que decidirão como serão contados esses votos",
declarou o presidente, em uma referência indireta aos ministros Alexandre de
Moraes, Edson Fachin e Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF)
e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que articularam a rejeição da proposta
do voto impresso junto aos parlamentares.
Como revelou o Estadão/Broadcast, o ministro da
Defesa, Walter Braga Netto, chegou a ameaçar, em 2021, o presidente da Câmara,
Arthur Lira (PP-AL), que não haveria eleição neste ano se o voto impresso fosse
rejeitado - como foi.
A tensão entre bolsonaristas e Supremo ganhou força
nos últimos dias, depois de o ministro Alexandre ordenar novamente o uso de
tornozeleira eletrônica no deputado federal Alexandre Silveira (União
Brasil-RJ) por ameaças à democracia. Para não colocar a tornozeleira, Silveira
está morando dentro da Câmara desde ontem.
Insistindo na tese de que há uma corrosão nas
liberdades individuais no Brasil, Bolsonaro, no pronunciamento, também voltou a
citar os militares, um dia antes do “aniversário” do golpe. “Talvez o que eu vá
falar nesse exato momento seja aquilo de mais importante para o futuro da nossa
pátria. Creiam vocês que pouquíssimas pessoas podem muito em Brasília, mas
nenhuma delas pode tudo, porque acima delas está a vontade de vocês. Nós, que
lá atrás, militares das Forças Armadas e auxiliares, juramos dar nossa vida
pela pátria, daremos nossa vida pela nossa liberdade”, disse o chefe do
Executivo.
Apesar das declarações, Bolsonaro declarou que o
Brasil tem “um dos presidentes mais democratas da história” e afirmou que
“acabou o tempo da demagogia, da mentira e da corrupção” - apenas dois dias
após a exoneração de Milton Ribeiro do Ministério da Educação após o Estadão
revelar a existência de um gabinete paralelo na pasta com pedido de propina em
ouro. (JB/Ag. Estado)
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