Em fevereiro, foi realizada a entrega da
primeira remessa à instituição, um total de 16,5 milhões de comprimidos. Ao
longo do ano, serão encaminhadas mais de 64,5 milhões de unidades farmacêuticas
do medicamento ao Sistema Único de Saúde (SUS).
Segundo a Fiocruz, a internalização da tecnologia do Dolutegravir se dará por
meio da transferência reversa, começando pela etapa final (análise de
controle de qualidade e embalagem) e, aos poucos, a
Farmanguinhos/Fiocruz vai absorvendo as demais etapas do processo.
“Desta forma, o medicamento será totalmente
fabricado no laboratório parceiro. Após o período, o instituto passa a
produzir gradualmente a demanda. Ao final da transferência, toda a produção
será executada no Complexo Tecnológico de Medicamentos (CTM) de
Farmanguinhos/Fiocruz”, disse a instituição.
O projeto prevê ainda a colaboração para
fabricação local de uma combinação deste antirretroviral com a Lamivudina 300
mg em dose única diária. A tecnologia será transferida para Farmanguinhos em
fases.
“A parceria também vai gerar economia aos
cofres públicos com redução dos custos de aquisição do medicamento, o que
diminui a dependência do Programa de HIV/Aids por insumos importados, em médio
e longo prazos”, informou a Fiocruz.
De acordo com o diretor de Farmanguinhos,
Jorge Mendonça, outro objetivo é trazer para o Brasil mais conhecimento na
fabricação desses produtos estratégicos para o SUS.
“Farmanguinhos sempre busca o que tem de
melhor em termos de tecnologia e adesão ao tratamento. Com essa aliança
estratégica, passamos a fornecer os dois principais medicamentos para o
tratamento do HIV, o Dolutegravir, e mais a combinação de Tenofovir com
Lamivudina.
Nos próximos dois anos, com a transferência
de tecnologia, esperamos já estar produzindo o Dolutegravir dentro da nossa
unidade e, no futuro próximo, fabricar a combinação dele com Lamivudina, ou
outras combinações que o Ministério da Saúde, por meio do programa de DST/Aids,
aprove”, disse, em nota.
Medicamento
O Dolutegravir 50mg é considerado um dos mais
modernos antirretrovirais utilizados atualmente no tratamento de HIV no mundo.
O medicamento foi introduzido no SUS em 2016, e distribuído a mais de 300 mil
pacientes, beneficiando aqueles que ainda não iniciaram o tratamento com outros
antirretrovirais ou apresentaram resistência às formulações anteriores.
O Brasil se tornou referência mundial em sua
política de acesso universal a antirretrovirais. Segundo a Fiocruz,
Farmanguinhos é o principal produtor público desta classe de medicamentos,
atuando na ampliação da disponibilização do tratamento aos pacientes.
Atualmente, o portfólio do instituto tem nove
produtos: Dolutegravir, Atazanavir, Efavirenz, Lamivudina, Nevirapina,
Zidovudina, Lamivudina+Zidovudina e Tenofovir+Lamivudina, e o
Entricitabina+Tenofovir, usado na Profilaxia Pré-exposição ao HIV (PrEP).
(Ag. Brasil)
Nenhum comentário:
Postar um comentário