Pré-candidato à reeleição, hoje Bolsonaro utiliza o
espaço da maior rede de TV do país para fazer campanha e divulgar o que fez em
três anos e meio de governo. Há cerca de um ano, em fevereiro de 2021,
Bolsonaro chegou a levantar uma placa com a frase “Globo Lixo”,
durante viagem para a entrega do Centro Nacional de Treinamento de
Atletismo do município de Cascavel, no Paraná.
Entre 1º de janeiro a 21 de junho do ano passado,
foram pagos R$ 6,5 milhões à TV Globo pela
veiculação de materiais publicitários. Em 2022, houve um aumento de 43% desse
valor, chegando a R$ 11,4 milhões, segundo dados da Secretaria Especial de
Comunicação Social da Presidência (Secom), reunidos pelos UOL.
O valor investido somente nesse período equivale a
42% de todo recurso destinado à compra de espaço publicitário na Globo durante
os quatro anos de mandato, considerando os seis primeiros meses de cada ano.
Juntas, Globo, SBT, Rede TV, Record e Band
receberam R$ 33 milhões no primeiro semestre. É o maior valor desde 2009,
quando foram pagos R$ 30,4 milhões em valores líquidos. O montante destinado à
TV Globo nesses primeiros seis meses do ano superou o montante pago à Record e
à SBT, emissoras próximas do presidente Jair Bolsonaro.
Campanhas institucionais
Mas não foram só os valores pagos à TV Globo que
mudaram. O modelo de propaganda que mais recebeu investimento também passou por
modificações. Se em 2021, a Secom comprou mais inserções publicitárias para
veicular informações de “utilidade pública”, neste ano priorizou materiais
institucionais.
Em 2021, foram 46 propagandas de utilidade pública
e 10 para materiais institucionais na TV Globo. Neste ano, entre janeiro e
junho, foram 72 campanhas institucionais e somente duas de utilidade pública.
As campanhas institucionais são aquelas que contém informações sobre os feitos
da gestão e ajudam a levantar a popularidade do presidente.
Na Record, o volume de materiais institucionais
saiu de seis para 53. No total, as cinco maiores emissoras do país receberam um
aumento de 69% na quantidade desse tipo de material veiculado, em relação ao
primeiro semestre do ano passado.
Os recursos destinados à TV Globo passaram a aumentar depois que o Tribunal de Contas da União (TCU) obrigou a Secom a direcionar os investimentos com propaganda de acordo com critérios técnicos, como os números de audiência dos veículos de comunicação. (Brasil de Fato)
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