A população global terá população total de 8,5 bilhões em 2030; 9,7 bilhões em 2050; e 10,4 bilhões em 2100.
O Brasil — que em 1990 possuía a quinta
maior população do mundo — chega em 2022 como o sétimo mais populoso: somos 215
milhões. E vamos continuar a crescer ao longo deste século.
Em 2050, a ONU projeta que o Brasil
terá uma população de 231 milhões e continuará como o sétimo país mais populoso
do mundo, mas com diferenças nos países à sua frente (confira no pé desta
reportagem a lista).
Os dados fazem parte da estimativa
oficial da ONU feita no relatório Perspectivas da População Mundial 2022,
divulgado nesta segunda-feira (11/7). Esta é a 27ª edição do estudo.
Outro dado relevante é que já no ano
que vem a Índia deve ultrapassar a China como país mais populoso do planeta —
ambos já possuem atualmente cerca de 1,4 bilhão de habitantes. A China tem
aproximadamente 14 milhões de pessoas a mais que a Índia, segundo a ONU, e
poderá observar um declínio de sua população já a partir do ano que vem.
Um dos principais fatores do aumento
populacional dos últimos anos é que estamos vivendo mais. A expectativa de vida
global vem subindo nas últimas décadas. Em 2019, a expectativa de vida no mundo
era de 72,8 anos — um aumento de quase nove anos em comparação com 1990.
Segundo a ONU, essa expectativa deve continuar subindo e atingir 77,2 anos em
2050.
Apesar do aumento populacional, a taxa
de fertilidade (o número médio de filhos que cada mulher tem) vem caindo no
mundo. Em 2021, cada mulher dava à luz em média 2,3 bebês, em comparação com
cinco em 1950. A expectativa é de que a taxa mundial de fertilidade caia ainda
mais, atingindo 2,1 até 2050.
A população mundial continua crescendo,
mas num ritmo menos acelerado do que no passado. Em 2020, o aumento da
população caiu para um ritmo abaixo de 1% pela primeira vez desde 1950. O
relatório da ONU indica que a população mundial atingirá um pico de 10,4
bilhões em 2080 e que esse patamar ficará estável até 2100, quando então deve
começar a cair.
Algumas regiões do planeta — como
América Latina e Caribe, Europa, América do Norte, Leste e Sudeste da Ásia e
Ásia Central e do Sul — devem atingir o tamanho máximo de suas populações antes
de 2100, já iniciando o processo de declínio populacional antes da virada do
século.
A ONU atribui grande parte — dois
terços — do crescimento populacional previsto para 2050 à estrutura etária
atual da população, considerada jovem.
Mesmo que os governos venham a
implementar programas para tentar reduzir a taxa de fertilidade, a população continuaria
a crescer por causa dessa estrutura herdada do passado, segundo o relatório.
Confira abaixo quatro previsões da ONU
sobre as mudanças populacionais ao longo deste século:
1. Mais idosos no
mundo; mais homens idosos
Os idosos vão compor uma parcela cada
vez maior das sociedades. Atualmente, pessoas com mais de 65 anos representam
10% da população.
Em 2050, esse percentual vai subir para
16%. Em 2050, haverá duas vezes mais idosos com mais de 65 anos do que crianças
com menos de cinco anos.
O motivo para isso, segundo a ONU, é a
combinação de aumento da expectativa de vida com queda nas taxas de
fertilidade.
Deve haver uma redução no percentual de
mulheres entre os mais idosos. As mulheres têm expectativa de vida superior a
dos homens e representam 55,7% da população com mais de 65 anos hoje. Mas em
2050, esse percentual deve cair para 54,5%.
A expectativa de vida das mulheres é
maior do que a dos homens, segundo o relatório da ONU. Mulheres vivem em média
5,4 anos a mais do que os homens. Na América Latina, a diferença é ainda maior:
elas vivem 7 anos a mais do que os homens — a maior discrepância entre gêneros
registrada no mundo.
No relatório, a ONU faz um alerta para
que os países adaptem seus programas de aposentadoria e saúde pública para
lidar com esse novo cenário com mais idosos.
Em partes da América Latina, Ásia e
África, a ONU ressalta que a população com idade para trabalhar (entre 25 e 64
anos) ainda está em crescimento, o que dá a esses países uma oportunidade para
se beneficiar do chamado "bônus demográfico" — quando a população em
idade para trabalhar cresce e o número de crianças e idosos que dependem dos
trabalhadores ou do Estado para viver é baixo. Demógrafos consideram esse
momento crucial para dar um "salto de desenvolvimento".
Esse é o caso do Brasil — a população
em idade ativa está no maior patamar da série histórica e a relação de
dependência de crianças e idosos, no menor.
No entanto, a ONU alerta que é preciso
investir em educação e saúde para otimizar esses ganhos.
2. Imigração é
motor de crescimento populacional em países ricos
Nos países ricos, a imigração já
responde hoje por uma parcela maior do aumento populacional do que os
nascimentos.
Entre 2000 e 2020, a imigração para
esses países ricos fez a população crescer em 80,5 milhões. Já o número de
novos nascimentos — descontadas as mortes — responde por 66,5 milhões.
Nas próximas décadas, a imigração
seguirá sendo o motor do crescimento populacional dos países de alta renda.
Já alguns países no mundo terão queda
populacional de 1% ou mais entre 2022 e 2050 justamente por causa da imigração.
Isso acontece por causa de baixas taxas de natalidade e, em alguns casos, por
haver muita gente deixando essas nações. É o caso de Bulgária, Letônia,
Lituânia, Sérvia e Ucrânia.
3. Problemas para
os mais pobres
Segundo as Nações Unidas, o rápido
crescimento populacional será um dos desafios para o desenvolvimento
sustentável das sociedades — sobretudo para o setor de educação e em países
mais pobres. O crescimento mais acelerado da população acontecerá nos 46 países
menos desenvolvidos do mundo. Segundo a ONU, muitos desses países são também os
mais vulneráveis ao aquecimento global.
A Ásia é hoje o continente mais
populoso do mundo — mas grande parte do crescimento populacional futuro virá da
África Subsaariana. Mais da metade do aumento projetado da população global até
2050 estará concentrado em apenas oito países: República Democrática do Congo,
Egito, Etiópia, Índia, Nigéria, Paquistão, Filipinas e Tanzânia.
4. Impactos da
covid-19
A pandemia de covid foi o principal
fator que derrubou a expectativa de vida no mundo nos últimos anos — de 72,8
anos em 2019 para 71 anos em 2021.
Na América Latina, durante o mesmo
período, a expectativa de vida caiu em três anos. Em países como Bolívia, Botsuana,
Líbano, México, Omã e Rússia, a expectativa de vida caiu quatro anos entre 2019
e 2021.
Outro impacto da covid na demografia
foi a restrição de mobilidade no mundo nesse período, que dificultou movimentos
migratórios. Mas a ONU disse ser difícil estimar qual foi a consequência disso
no crescimento populacional.
5. Mais populosos
no passado, presente e futuro
O relatório da ONU relaciona os países
mais populosos do mundo em 1990 e 2022, e uma projeção para 2050.
Países mais
populosos do mundo em 1990:
- China: 1,144 bilhão de pessoas
- Índia: 861 milhões
- EUA: 246 milhões
- Indonésia: 181 milhões
- Brasil: 149 milhões
- Rússia: 148 milhões
- Japão: 123 milhões
- Paquistão: 114 milhões
- Bangladesh: 106 milhões
- Nigéria: 94 milhões
Países mais
populosos do mundo em 2022:
- China: 1,426 bilhão
- Índia: 1,412 bilhão
- EUA: 337 milhões
- Indonésia: 275 milhões
- Paquistão: 234 milhões
- Nigéria: 216 milhões
- Brasil: 215 milhões
- Bangladesh: 170 milhões
- Rússia: 145 milhões
- México: 127 milhões
Países mais
populosos do mundo em 2050 (projeção):
- Índia: 1,668 bilhão
- China: 1,317 bilhão
- EUA: 375 milhões
- Nigéria: 375 milhões
- Paquistão: 366 milhões
- Indonésia: 317 milhões
- Brasil: 231 milhões
- Congo: 215 milhões
- Etiópia: 213 milhões
- Bangladesh: 204 milhões
(BBC)
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