A caba, a cabo ou o cabo?
certa confusão
em alguns femininos: A presidente ou a presidenta: ambos são aceitos; O
parente, a parenta: ambos são aceitos; O infante, a infanta: ambos são aceitos.
Afinal, qual o feminino de cabo, no sentido de posto militar? É caba.
Com exceção de “tribo”, as palavras terminadas em “o” integram o gênero masculino. A esta flexão pertence, pois, o termo “cabo”. Entre as acepções deste substantivo acha-se a do militar situado imediatamente acima do soldado, no Exército; do marinheiro de primeira classe, na Marinha; do soldado de primeira classe, na Aeronáutica e na Polícia Militar.
De algum tempo pra cá, a Marinha, o Exército, a Aeronáutica e também a Polícia
Militar admitem o ingresso de mulheres em suas fileiras. Como deve ser chamada
nessa graduação? O cabo, a cabo ou a caba?
No setor militar existem os femininos a generala, a oficiala, a almiranta, a
capitoa. Na área civil, têm-se a desembargadora, a promotora, a presidenta, a
deputada, a bacharela, a juíza, a delegada, a médica, a escriturária, a
prefeita, etc.
Assim, está correto dizer “a caba”. Isto é, usar o artigo feminino “a” antes de caba. No mínimo, por força da analogia. Esta orientação encontra fundamento na Lei 2.749, de 2 de abril de 1956, in D.O da União de 5 seguinte, segundo a qual os nomes designativos de cargos e funções, no serviço público, devem ser flexionados no feminino, se o titular pertencer a este sexo.
Morte e falecimento (qual a diferença?)
MORTE serve para todos, indistintamente, velhos e moços.
FALECIMENTO é
próprio dos que já viveram o bastante, aos quais alguns chamam idosos; outros,
senis. Mas a maior parte usa mesmo velhos (que não é um termo adequado). Só a
morte pode ser violenta; o falecimento, ao contrário, exprime apenas um efeito
natural. Por isso, ninguém “falece” num violento acidente de automóvel, assim
como não há “falecimento” num assassinato. Há, em ambos os casos, morte.
Reverter o quadro
A frase em epígrafe está na moda. Médicos,
economistas, tecnocratas de todas as áreas e principalmente cronistas
esportivos estão a inventar uma língua própria: A asinina. Entre tantas asnices
que se notam em linguagem desses profissionais, salienta-se o emprego do verbo
“reverter” por “inverter”: É preciso reverter o quadro da economia brasileira
(Em vez de: É preciso inverter o quadro da economia brasileira); O prefeito não
soube reverter o escândalo a seu favor (Em vez de: O prefeito não soube
inverter...); A reversão desse quadro é difícil (Em vez de: A inversão desse
quadro é difícil).
Convém não confundir. Matar é dar (intencionalmente ou não) a
morte a alguém; é tirar (propositadamente ou não) a vida de alguém. Assassinar
é matar à traição ou levando enorme vantagem sobre a vítima. Pode alguém matar
sem assassinar. Quem assassina, contudo, sempre mata. Os sequestradores
assassinam; Um motorista, mesmo mais cuidadoso e experiente, pode matar: basta
que alguém se atire à frente do seu veículo em alta velocidade ou mesmo havendo
falha mecânica no veículo.
Repare que as placas de trânsito das nossas rodovias trazem: “Não corra,
não mate, não morra”. Ao volante, os motoristas não assassinam, a não ser que
manifestem intenção deliberada de fazê-lo.
Demais
e de mais (qual a diferença?)
Demais
(numa só palavra) é advérbio de intensidade (= em excesso): A ideia de Bruno
era boa, mas havia papéis em demasia. “De mais” (o oposto de “de menos”) é
expressão constituída por preposição e pronome indefinido ou por preposição e
advérbio.
Aleluia!
É expressão de
alegria. Duas palavras hebraicas a compõem: “Halelu (segunda pessoa do plural
do imperativo do verbo “hillel”, forma plural de “hallal”), e de “Yã”,
abreviatura de Javé (o nome de Deus revelado a Moisés). A tradução de aleluia
é: Louvai a Javé.
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