Pacientes com papilomatose respiratória recorrente passaram a integrar os grupos prioritários para a vacinação contra o HPV. A inclusão, de acordo com o Ministério da Saúde, foi motivada por publicações que demonstram os benefícios da vacina como tratamento auxiliar para a doença, indicando redução no número e no espaçamento de recidivas em pacientes imunizados.
A vacina
contra o HPV, no caso de pacientes com papilomatose respiratória recorrente,
será ofertada mediante apresentação de prescrição médica. Para pacientes
menores de 18 anos de idade, é necessário apresentar também um documento com o
consentimento dos pais ou de responsáveis.
Doença
De acordo
com a pasta, a papilomatose respiratória recorrente é uma doença pouco
frequente, em geral benigna, mas que pode causar grave comprometimento clínico
e psicológico nas pessoas afetadas. O quadro acomete tanto crianças como
adultos.
Causada
pela infecção pelo próprio HPV, sobretudo pelos tipos 6 e 11, a doença caracteriza-se pela formação de verrugas, geralmente na laringe, mas que podem
se estender para outras partes do sistema respiratório.
O tratamento é cirúrgico, para remoção das verrugas
das cordas vocais e da laringe. "Mesmo com uso concomitante de
medicamentos que podem ser associados ao procedimento, as recorrências são
frequentes, sendo necessários repetidos procedimentos cirúrgicos",
destacou o ministério.
"Nos
quadros de pior evolução em crianças, as recidivas são mais agressivas e o
prognóstico é pior. Dessa forma, o tratamento, na maioria das vezes, é
extremamente custoso, doloroso e, muitas vezes, ineficaz", diz a pasta.
Dose única
Desde
fevereiro, a estratégia de vacinação contra o HPV no país passou a ser feita em
dose única, substituindo o modelo de duas doses. A proposta, segundo a pasta, é
intensificar a proteção contra o câncer de colo do útero e outras complicações
associadas ao vírus, inclusive a papilomatose respiratória recorrente.
O esquema
dose única contra o HPV foi embasado por estudos de eficácia e segue as
recomendações mais recentes feitas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e da
Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).
Quem pode se vacinar
A
imunização contra o HPV no Brasil, atualmente, é indicada para meninos e
meninas de 9 a 14 anos de idade; vítimas de abuso sexual de 15 a 45 anos
(homens e mulheres) que não tenham sido imunizadas previamente; pessoas que
vivem com HIV; transplantados de órgãos sólidos e de medula óssea; e pacientes
oncológicos na faixa etária de 9 a 45 anos.
Testagem
Em março,
o ministério anunciou a incorporação ao Sistema Único de Saúde (SUS) de um
teste para detecção de HPV em mulheres classificado pela própria pasta como
inovador. A tecnologia utiliza testagem molecular para a detecção do vírus e o
rastreamento do câncer do colo do útero, além de permitir que a testagem seja
feita apenas de 5 em 5 anos.
A forma
atual de rastreio do HPV, feita por meio do exame conhecido popularmente como
Papanicolau, precisa ser realizada a cada três anos. A incorporação do teste na
rede pública passou por avaliação da Comissão Nacional de Incorporação de
Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec), que considerou a tecnologia
mais precisa que a atualmente ofertada no SUS.
Infecção
O HPV é
considerado atualmente a infecção sexualmente transmissível mais comum em todo
o mundo e o principal causador do câncer de colo de útero. A estimativa do
ministério é que cerca de 17 mil mulheres sejam diagnosticadas com a doença no
Brasil todos os anos.
Apesar de se tratar de uma enfermidade que pode ser prevenida, o câncer de colo de útero segue como o quarto tipo de câncer mais comum e a quarta causa de morte por câncer em mulheres – sobretudo negras, pobres e com baixos níveis de educação formal.
(JB/Ag. Brasil)
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