Os dados são do Censo Demográfico 2022 –
Alfabetização: Resultados do universo, divulgado nesta sexta-feira (17)
pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo o IBGE, observa-se uma tendência de aumento
da taxa de alfabetização das pessoas de 15 anos ou mais ao longo dos censos. Em
1940, menos da metade da população era alfabetizada, 44,%. Após quatro décadas,
em 1980, houve aumento de 30,5 pontos percentuais na taxa de alfabetização,
passando para 74,5% e, finalmente, depois de mais quatro décadas, o país
atingiu um percentual 93% em 2022, representando um aumento de 18,5 pontos
percentuais em relação a 1980.
“A comparação dos resultados de 2000 com os de 2010
e os de 2022 indica que a queda na taxa de analfabetismo ocorreu em todas as
faixas etárias, refletindo, principalmente, a expansão educacional, que universalizou
o acesso ao ensino fundamental no início dos anos 1990, e a transição
demográfica que substituiu gerações mais antigas e menos educadas por gerações
mais novas e mais educadas”, diz o instituto.
De acordo com o IBGE, em 2022, o grupo de 15 a 19 anos
atingiu a menor taxa de analfabetismo (1,5%) e o grupo de 65 anos ou mais
permaneceu com a maior taxa de analfabetismo (20,3%).
“A elevada taxa de analfabetismo entre os mais
velhos é um reflexo da dívida educacional brasileira, cuja tônica foi o atraso
no investimento em educação, tanto para escolarização das crianças, quanto para
a garantia de acesso a programas de alfabetização de jovens e adultos por uma
parcela das pessoas que não foram alfabetizadas nas idades apropriadas,
conforme almejado pela Constituição de 1988”, diz o órgão.
Em 2022, a taxa de analfabetismo de pessoas de cor
ou raça branca e amarela com 15 anos ou mais era de 4,3% e de 2,5%,
respectivamente, enquanto a taxa de analfabetismo de pretos, pardos e indígenas
na mesma faixa etária era de 10,1%, 8,8% e 16,1%, respectivamente.
Segundo o IBGE, as mulheres tendem a apresentar
melhores indicadores educacionais do que os homens, inclusive melhores taxa de
alfabetização. Em 2022, o percentual de mulheres que sabiam ler e escrever era
93,5%, enquanto o de homens era 92,5%.
Essa vantagem das mulheres foi verificada em
praticamente todos os grupos etários analisados, exceto entre os mais velhos de
65 anos ou mais de idade. A maior diferença em pontos percentuais a favor das
mulheres foi no grupo de 45 a 54 anos, atingindo 2,7 pontos percentuais, ainda
que as mulheres pertencentes aos grupos de idade abaixo de 45 anos sigam
apresentando maiores taxas de alfabetização comparadas aos homens dos mesmos
grupos de idade. Somente na faixa etária de 65 anos ou mais, os homens
apresentavam uma proporção maior de pessoas que sabiam ler e escrever, de
79,9%, comparado ao de 79,6% das mulheres.
A Região Sul se mantém com a maior taxa de
alfabetização de pessoas com 15 anos ou mais. O percentual passou de 94,9% em
2010 para 96,6% em 2022. Em seguida, com maiores taxas, vem a Região Sudeste,
que variou de 94,6% em 2010 para 96,1% em 2022.
O percentual de alfabetização da Região Nordeste
permaneceu o mais baixo do país, embora tenha apresentado aumento – de 80,9% em
2010 para 85,8% em 2022. A segunda menor taxa de alfabetização foi encontrada
na Região Norte tanto em 2010 quanto em 2022. Nessa região, o indicador seguiu
a tendência nacional, passando de 88,8% em 2010 para 91,8% em 2022, situando-se
um pouco mais próximo do índice da Região Centro-Oeste, que passou de 92,8% em
2010 para 94,9% em 2022.
População indígena
A taxa de alfabetização das pessoas indígenas –
incluindo as que se consideram indígenas pelo critério de pertencimento –, foi
85% em 2022. De 2010 para 2022, a taxa de analfabetismo dessa população caiu de
23,4% para 15,1%. A queda mais expressiva foi observada na região Norte (de
31,3% para 15,3%).
A queda na taxa de analfabetismo das pessoas
indígenas ocorreu em todas as faixas etárias, com as maiores reduções nas
faixas de 35 a 44 anos (de 22,9% para 12%), 55 a 64 anos (de 38,3% a 27,4%) e
25 a 34 anos de idade (de 17,4% para 6,7%). Os homens indígenas de 15 anos ou
mais têm taxa de alfabetização de 85,7%, 1,4 p.p. acima da taxa de
alfabetização das mulheres indígenas (84,3%).
(Ag. Brasil)
Nenhum comentário:
Postar um comentário