sábado, 28 de setembro de 2024

DE OLHO NA LÍNGUA - Prof. Antônio da Costa - (SOBRAL-CE - SÁBADO - 28.09.24)

Em greve X De greve

“Em greve” é a única expressão que existe. Muitos, todavia, usam “de greve”, que não existe; Ex.: Todos estamos em greve: Estamos em greve; Ficamos em greve; Permanecemos em greve, etc.

Muitos dizem: “Estamos em processo de greve”. Frase perfeita! Mas só é aceita quando o movimento ainda não foi deflagrado ou quando ainda está na iminência de acontecer. Foi justamente dessa frase que surgiu a impugnada locução “de greve”. 

Em hipótese nenhuma

“Em hipótese nenhuma” é a única expressão que existe. Exs.: Não vou pedir perdão a ela em hipótese nenhuma; Não vou mais lá em hipótese nenhuma; No Nordeste e em boa parte das outras regiões do Brasil usa-se muito “de hipótese nenhuma”: Não concordo com isso por hipótese nenhuma. Como já disse, a expressão que existe é “em hipótese nenhuma”. 

“Paulo está bêbado” ou “Paulo está bêbedo”?

As duas formas existem. Bêbado e bêbedo estão corretas; São apenas formas variantes. É preciso dizer que a forma bêbado é a mais usada. Porém, a outra (bêbedo) é correta;

“Em demasiado” (Expressão incorreta)

Não existe a locução “em demasiado” em nossa Língua. O que temos é demasiado ou em demasia. Exs.: Você acha que os deputados ganham demasiado? Você se preocupa em demasia com o salário dos outros.

Elegantérrimo

Evite usar esta extravagância, que é própria de pessoas pedantes ou não completamente escolarizadas. Use o termo correto: elegantíssimo, que é o superlativo absoluto sintético de elegante.

Eletrodo (ô) ou elétrodo?

Ambos as prosódias são boas; A primeira é popular; a segunda é a grafia e pronúncia gramatical; No padrão culto da Língua devemos usar elétrodo. Em todos em textos formais, em concurso ou provas é a forma que devemos usar.

Elo de ligação

Embora seja a expressão que a imprensa gosta de usar é bom evitá-la, pois é pleonasmo vicioso igual a: comer com a boca; subir para cima; hepatite do fígado, descer para baixo; repetir de novo, etc.

Eleiçoeiro X Eleitoreiro

Ambas as formas existem e estão corretas. Exs.: promessas eleiçoeiras; dívidas eleitoreiras. Apesar de existirem duas formas corretas, há os que encontram uma terceira, mas inexistente: eleiçoreira.

O assunto me enseja uma sugestão: os candidatos que fizessem, nas campanhas, promessas e depois as esquecessem, deveriam sofrer processo de impeachment (impitima, em Português).

Assim, evitar-se-ia que candidatos inescrupulosos alcançassem cargos públicos mediante estelionato eleitoral. Está claro que se qualquer beócio prometer uma barra de ouro para cada eleitor será eleito. Até quando aturaremos estelionatos eleitorais?

E não esqueçam: os termos corretos são: eleiçoeiro e eleitoreiro. Eleiçoreiro não existe.

Félix (Pronúncia)

A pronúncia popular é “Félikx”,  mas a rigorosamente correta é “Félis”. A palavra Félix deriva do Latim “felice” (sem acento), cujo significado é feliz.

Malvadez X Malvadeza

Ambas as formas existem e estão corretas. O plural da primeira (malvadez) é malvadezes.

Mandado X Mandato

Mandado é ordem escrita que parte de autoridade judicial. Daí porque existe o mandado judicial, o mandado de segurança. Já mandato é o poder público outorgado pelo povo para que se governe ou legisle: o mandato dos deputados, o mandato dos senadores, dos prefeitos, dos vereadores.


(*) Professor Antônio da Costa é graduado em Letras Plenas, com Especialização em Língua Portuguesa e Literatura, na Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA). Contatos: (088) 99373-7724.

 

 

 

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