Também
estão reconhecidas como práticas e tradições culturais os modos de fazer os
instrumentos musicais.
Na
lista dos nove instrumentos conhecidos das rodas e escolas de samba também
estão o surdo, o rebolo, a frigideira, a timba e o repique de mão.
De
acordo com a lei, todos os instrumentos deverão ser denominados como
manifestações da cultura nacional quando seguirem as práticas e tradições
culturais a eles associadas em seus respectivos modos de produção. As formas e
os modos de produção dos instrumentos musicais serão detalhados em
decreto.
Mestra
de percussão, a paulista Jackie Cunha, de 32 anos, sabe tocar esses
instrumentos, com exceção da cuíca. Ela conta que começou aprender
sobre os instrumentos ainda criança, levada pela mãe nas rodas de samba
paulista. Aos sete anos, já tocava o primeiro pandeiro.
Para
a percussionista, o reconhecimento oficial dos instrumentos do samba deve
ser celebrado, mesmo que tardio.
"A
importância é gigantesca. Você encontra surdo, caixa, tamborim e pandeiro em
diversos ritmos, além do samba, por trazerem essa sonoridade, essa riqueza de
detalhes, essa riqueza sonora", disse.
O
percussionista Glauber Marques é a terceira geração de cuiqueiros da família.
Aprendeu com o avô batuqueiro a tocar o instrumento numa das mais tradicionais
escolas de samba de São Paulo: a Nenê de Vila Matilde.
"A
alma do samba é o instrumento, o coração da batucada, a manifestação está no
batuque, no som. Sem instrumento não tem samba. A cuíca, como dizia meu
avô, é o instrumento mais malandro, ela chora e dá risada ao mesmo
tempo", conta.
De
instrumento de samba, a mestra de bateria Rafa entende. Sob o comando dela,
estão 172 ritmistas da escola de samba Imperatriz da Pauliceia. Em 2015, ela se
tornou a primeira mulher no comando de uma bateria de escola de samba em São
Paulo.
Para
Rafa, mesmo com afinações e andamentos melódicos diferentes, seja numa roda de
samba, seja numa bateria de escola durante o carnaval, os instrumentos musicais
dão corpo e alma ao samba.
(Ag. Brasil)
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