Marina
Colasanti escreveu mais de 70 livros adultos e infantojuvenis e recebeu
diversos prêmios por suas produções, incluindo o Prêmio Machado de Assis,
concedido pela Academia Brasileira de Letras. No ano passado, foi homenageada
como personalidade literária pelo Prêmio Jabuti.
Seu
primeiro livro, Eu Sozinha, foi publicado em 1968. Em 2017, foi lançada sua
última obra: Tudo Tem Princípio e Fim.
O
presidente da Fundação Biblioteca Nacional, Marco Luchesi, ressaltou o caráter
variado e "de altitude" da obra de Marina: "Foi mestra em todos
os campos: no diálogo com a gravura, com a pintura, a poesia, o romance, a
literatura infantil, as narrativas breves e as artes plásticas. O Brasil e a
Itália perdem um de seus maiores nomes. E eu perco, certamente, uma das grandes
e queridas amigas, no âmbito da literatura, e não apenas. Devo a Marina muitos
passos que tomei, inspirações e partilhas culturais, poéticas.”
A
Câmara Brasileira do Livro divulgou nota de pesar, solidarizando-se com a
família, amigos e leitores de Marina Colasanti, "uma das maiores
referências da literatura brasileira". A nota lembra que a escritora
recebeu nove estatuetas do Prêmio Jabuti, "que evidenciam sua grande
contribuição para a cultura e a literatura nacional" e celebra sua vida e
obra, "que são um presente eterno para a cultura brasileira e
mundial".
Nascida
na cidade de Asmara, então capital da Eritréia, Marina também viveu na Líbia e
na Itália, antes de emigrar com a família para o Rio de Janeiro na década de
40. Marina fazia parte de uma família de escritores e artistas e estudou na
Escola Nacional de Belas Artes. Além de escrever, também ilustrou muitas de
suas obras.
Ela
trabalhou no JORNAL DO BRASIL e na Editora Abril e continuou colaborando
como colunista e cronista para diversos veículos ao longo de sua carreira.
Também apresentou programas na extinta TVE e traduziu diversas obras italianas
para o português.
Marina
se declarava feminista e foi uma das integrantes do primeiro Conselho Nacional
dos Direitos da Mulher. Muitos de seus livros refletem sobre o lugar da mulher
na sociedade e trazem protagonistas femininas.
Em
entrevista ao programa Trilha de Letras, da TV Brasil, em 2019, Marina falou
sobre a paixão pelos livros, que nasceu na infância: "Os livros foram o
meu colete salva-vidas. (...) Lemos muito! Em situações, às vezes, adversas,
complicadas... E os livros eram uma farra! Companheiros de brinquedo, eram
nossa fonte mais rica de imaginário".
Ela preferiu não se definir com apenas um estilo literário: "eu sou prosa e verso na mesma medida. Isso atravessa o olhar. Você tem um olhar poético ou não tem um olhar poético. É a maneira de aproximar-se do mundo. E eu acho que eu tenho os dois". (JB/Ag. Brasil Por Tâmara Freire )
Nenhum comentário:
Postar um comentário