Por que essa diferença de datas?
A data brasileira coincide com a véspera do Dia
de Santo Antônio, conhecido como santo casamenteiro, mas o motivo
para isso tem pouco a ver com o significado religioso —
é, na verdade, exclusivamente comercial.
A ideia de estabelecer a comemoração veio do
publicitário João Doria, pai do empresário, jornalista e ex-governador de São
Paulo João Doria Jr.
Dono da agência Standart Propaganda, ele foi
contratado pela loja Exposição Clipper com o objetivo de melhorar o resultado
das vendas em junho, que eram sempre muito fracas.
Inspirado pelo sucesso do Dia
das Mães, Doria instituiu outra data para trocar presentes
no ano: o Dia dos Namorados.
Junho foi escolhido porque era justamente o mês de
desaquecimento das vendas. O dia 12, por sua vez, está na véspera da celebração
de Santo Antônio, que é famoso no Brasil por ser o santo casamenteiro.
Junho foi escolhido porque era justamente o mês de
desaquecimento das vendas. O dia 12, por sua vez, está na véspera da celebração
de Santo Antônio, que é famoso no Brasil por ser o santo casamenteiro.
Unindo, então, o útil ao agradável, Doria criou a
primeira propaganda que instituiria a data no país.
"Não é só com beijos que se prova o
amor!", dizia um slogan do primeiro Dia dos Namorados brasileiro.
"Não se esqueçam: amor com amor se paga",
afirmava outro.
A propaganda foi julgada a melhor do ano pela
Associação Paulista de Propaganda à época.
A data começou a "pegar" no Brasil no ano seguinte, quando
mais regiões começaram a aderir — posteriormente, a comemoração tornou-se
nacional.
Atualmente, o Dia dos Namorados já é a terceira
melhor data para o comércio no país — atrás apenas do Natal e do Dia das Mães.
Dia de São Valentim
A origem do Valentine's Day (Dia
de São Valentim), celebrado nos Estados Unidos e na Europa, é muito anterior ao
Dia dos Namorados no Brasil.
A data começou a ser celebrada no século 5.
Há algumas explicações para a história, mas a mais
famosa é a de que São Valentim era um padre de Roma que foi condenado à pena de
morte no século 3.
Segundo esse relato, o imperador Claudio 2º baniu
os casamentos naquele século por acreditar que homens casados se tornavam
soldados piores — a ideia dele era de que solteiros, sem qualquer
responsabilidade familiar, poderiam render melhor no exército.
Valentim, porém, defendeu que o casamento era parte
do plano de Deus e dava sentido ao mundo. Por isso, ele quebrou a lei e passou
a organizar cerimônias em segredo.
Quando o imperador descobriu, o padre foi preso e sentenciado à morte no
ano 270 d.C.
Mas, durante o período em que ficou preso, Valentim
se apaixonou pela filha de um carcereiro.
No dia do cumprimento da sentença, ele enviou uma
carta de amor à moça assinando "do seu Valentim" — o que originou a
prática moderna de enviar cartões para a pessoa amada no dia 14 de fevereiro.
Foi apenas dois séculos depois que a data passou a
ser efetivamente comemorada, quando o papa Gelásio instituiu o Dia de São
Valentim, classificando-o como um símbolo dos namorados.
A comemoração foi criada quando a Igreja
transformou em festa cristã uma antiga tradição pagã — um festival romano de
três dias chamado Lupercalia.
O evento, ocorrido no meio de fevereiro, celebrava
a fertilidade. O objetivo era marcar o início oficial da primavera.
Mas há ao menos outras duas figuras históricas que disputaram o título
de São Valentim associado a essa data.
Uma delas é um bispo de uma cidade próxima a Roma —
na região da atual Terni — e a outra, um mártir do norte da África.
Como não se sabe muito sobre essas duas outras
figuras, o padre de Roma acabou se tornando o mais conhecido entre os
padroeiros dos namorados.
*Esta reportagem foi publicada em junho de 2023 e
atualizada em 2025.
(Fonte: BBC)
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