“Essa delegacia
vai combater de forma estruturada o crime organizado, bem como a intersecção
entre o crime organizado e a economia real”, explicou o ministro.
Haddad lembrou que
a operação desta quinta-feira (25) foi a quarta neste âmbito, com a cooperação
de diversos órgãos, inclusive os ministérios Público Federal e estaduais, bem
como com as polícias militares.
O ministro revelou
que nas próximas semanas vai enviar para o Ministério de Gestão e Inovação
(MGI) a proposta da nova delegacia, que vai funcionar dentro do organograma da
Receita Federal.
A operação
deflagrada nesta quinta-feira resultou das suspeitas sobre a movimentação
financeira das empresas envolvidas nas supostas fraudes.
“[As empresas]
Movimentavam R$ 4,5 bilhões e pagavam tributos sobre apenas 0,1% desse
montante. E isso despertou a atenção da Receita”, disse Haddad.
A Operação Spare
registrou o cumprimento de 25 mandados de busca e apreensão. O comandante
do Policiamento de Choque, o coronel Valmor Racorti, informou que foram
apreendidos quase R$ 1 milhão em espécie, 20 celulares, computadores e uma arma
de fogo.
“As facções criminosas passaram muito tempo priorizando o
tráfico de entorpecentes, mas novas estruturas têm possibilitado que elas atuem
em outras frentes, inclusive na economia formal e no ambiente político”, disse
o procurador-geral de Justiça de São Paulo, Paulo Sérgio de Oliveira e Costa.
O promotor de
Justiça do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco)
Silvio Loubeh, informou que as investigações partiram da suspeita sobre casas
de jogos na Baixada Santista, de máquinas de crédito e débito.
“Investigando as
empresas que recebiam esses recursos, identificamos dois postos de combustíveis
envolvidos com lavagem de dinheiro. A partir daí, identificamos um grupo
criminoso responsável pelo branqueamento de capitais não só por meio dos dois
postos, os envolvidos controlavam também outros estabelecimentos no setor de
combustíveis, uma rede de motéis e empresas de fachada que movimentaram milhões
de reais”, completou Loubeh.
O secretário da
Receita Federal, Robinson Barreirinhas, também defendeu a adoção de medidas
voltadas ao maior controle na importação de petróleo e seus derivados.
“É uma série de
avanços que precisaremos fazer para combater essa infiltração tão ampla”,
disse.
As investigações
apontam também para a existência de vínculos da organização criminosa com
empresas do setor hoteleiro e a participação do Primeiro Comando da Capital
(PCC).
A Operação Spare
contou com 110 policiais militares do Comando de Choque de São Paulo e unidades
especializadas no cumprimento das ordens judiciais, bem como com agentes da
Receita Federal e integrantes da Procuradoria-Geral do Estado e Secretaria da
Fazenda.
Conteúdo originalmente publicado em Agência Brasil
(Brasil de Fato)

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