

As principais mudanças são as seguintes:
Limites de valores: o empréstimo passa a ser
limitado entre R$ 100 e R$ 500 por parcela, com máximo de cinco parcelas nos
próximos 12 meses, totalizando R$ 2,5 mil. A partir de novembro de 2026, o
limite que será reduzido para três parcelas de R$ 100 a R$ 500 por a cada
saque-aniversário. Até agora, não havia um teto de valor.
Limite de frequência: o trabalhador poderá
contratar apenas uma operação de antecipação por ano. Pela regra anterior, era
possível fazer várias operações de crédito anualmente, as chamadas “operações
simultâneas.”
Carência: o trabalhador só poderá contratar
antecipações nas instituições financeiras 90 dias após a adesão ao saque-aniversário.
Condições atuais
Até agora, não havia restrições quanto ao prazo, à
carência e aos valores. Atualmente, as antecipações do saque-aniversário,
segundo o Conselho Curador do FGTS, são executadas com as seguintes condições
de mercado:
- Valor médio de R$ 1,3 mil por operação;
- Média de oito antecipações por contrato;
- Um total de 26% dos trabalhadores antecipa o
saque-aniversário nos bancos no mesmo dia da adesão.
Críticas
De acordo com o ministro do Trabalho, Luiz Marinho,
a revisão das regras tem como objetivo proteger os trabalhadores do
endividamento excessivo e garantir a sustentabilidade do FGTS. Para o
governo, o uso do saldo como garantia de empréstimos tem levado muitos
brasileiros a situações de vulnerabilidade em casos de demissão.
“O saque-aniversário tem efeito colateral:
enfraquece o FGTS como fundo de investimento — seja na habitação, no saneamento
ou na infraestrutura — e prejudica o trabalhador, que muitas vezes gasta de
forma antecipada sem planejamento”, afirmou Marinho. Ele chegou a dizer que,
“se dependesse da vontade política dele, o saque-aniversário já teria sido
extinto”.
Outro ponto de preocupação do governo, destacou o
ministro, é o uso inadequado dos recursos, como gastos com apostas e
jogos online. “Tem gente pegando R$ 100 do FGTS para jogar no
tigrinho”, exemplificou Marinho, em referência a aplicativos de aposta
populares entre jovens.
Redistribuição de recursos
O governo calcula que, até 2030, R$ 86 bilhões
deixarão de ir para as instituições financeiras e permanecerão diretamente com
os trabalhadores. A medida, segundo o Ministério do Trabalho, representa
um redirecionamento estratégico para fortalecer o poder de compra e a poupança
dos brasileiros.
Atualmente, 21,5 milhões de trabalhadores aderiram
ao saque-aniversário, o equivalente a 51% das contas ativas. Desses, cerca de
70% já realizaram operações de antecipação. Esses empréstimos movimentaram
entre R$ 102 bilhões e R$ 236 bilhões, desde 2020, segundo estimativas do
Conselho Curador do FGTS.
Criado em 2019, o saque-aniversário permite ao
trabalhador retirar anualmente parte do saldo de sua conta do FGTS no mês de
seu aniversário. A adesão é opcional, mas tem uma contrapartida importante.
Quem escolhe a modalidade perde o direito de sacar o saldo total da conta em
caso de demissão sem justa causa, mantendo apenas o acesso à multa rescisória
de 40%.
(Ag. Brasil)
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