

Tanto o
hipotireoidismo (produção insuficiente dos hormônios T3 e T4) como o
hipertireoidismo (produção excessiva de T3 e T4) podem afetar a fertilidade
feminina comprometendo a maturação dos óvulos e, assim,
interferindo diretamente no ciclo menstrual, desde a ovulação, alterações no
feto e até causar aborto.
Segundo o diretor médico do Centro de
Reprodução Humana da Clínica Fertipraxis, no Rio de Janeiro, Marcelo Marinho, a
elevação do TSH (hormônio estimulante da tireoide) pode aumentar a secreção de
outro hormônio chamado prolactina.
Esse aumento pode provocar irregularidade menstrual e levar a períodos de
amenorreia (ausência da menstruação) dificultando a gravidez.
“Dessa forma, mulheres com essas
alterações hormonais podem ter mais dificuldade para ovular e,
consequentemente, para engravidar. E, quando gestantes, precisam de
acompanhamento, pois essas doenças, quando não tratadas, aumentam o risco de
abortamento”, alerta o médico.
Tireoidite de Hashimoto
Um dos distúrbios mais conhecidos da
tireoide é a Tireoidite de Hashimoto, uma doença autoimune e crônica que afeta
entre 5% e 15% das mulheres em idade reprodutiva.
Essa
condição reduz a produção de hormônios essenciais para a fertilidade feminina,
podendo causar anovulação (ausência de ovulação) e comprometer a qualidade dos
óvulos.
A doença no início pode apresentar
sinais sutis que passam despercebidos, mas ao longo do seu desenvolvimento pode
causar inchaço no pescoço e provocar alguns sintomas como:
- fadiga;
- ganho de peso;
- pele seca;
- sensibilidade ao frio; e
- irregularidades menstruais.
Em mulheres
gestantes, é fundamental o acompanhamento, pois o quadro pode provocar
pré-eclâmpsia, parto prematuro, restrição de crescimento fetal, complicações
neonatais e aumentar o risco de aborto espontâneo no primeiro trimestre da
gravidez, fatores que impactam significativamente a gestação.
No entanto, o especialista ressalta
que mulheres com Tireoidite de Hashimoto podem ter uma gravidez bem-sucedida e
saudável, desde que recebam acompanhamento médico individualizado antes e após
o parto.
O diagnóstico pode ser feito com
exames de sangue, como o TSH, produzido pela hipófise para controlar a
tireoide, e os hormônios T3 e T4, produzidos diretamente por ela, além da
ultrassonografia para a detecção de possíveis nódulos e/ou cistos da glândula.
A tireoide
é uma glândula que tem o formato parecido com o de uma borboleta, localizada na
parte superior e frontal do pescoço, abraçando a traqueia. Os hormônios
produzidos por ela (T3 e T4, triiodotironina e tiroxina) agem no corpo e no
metabolismo desde a formação fetal até a velhice.
Hipotiroidismo e hipertiroidismo
Segundo a diretora da Sociedade
Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) e especialista em tireoide,
Carolina Ferraz, quando se tem uma baixa
produção do T3 e do T4, tem-se o hipotiroidismo.
“A energia fica lá embaixo, o cabelo
pode cair, a pele vai ficar mais ressecada, o intestino pode ficar preso, pode
ter bastante esquecimento, sintomas de depressão. O oposto ocorre quando a
gente tem muito hormônio, a gente chama de hipertiroidismo, e o metabolismo
acelera. A pele fica mais oleosa, o paciente sua mais, fica mais agitado, tem
insônia, taquicardia, pode ter diarreia”, diz a endocrinologista.
A médica
destaca que se houver uma baixa produção do hormônio, poderá ser feita a
reposição hormonal. Se o problema for um aumento da produção de hormônio,
pode-se usar também medicação para diminuir a ação desses hormônios.
“Se a medicação não resolver, a gente
faz o tratamento com iodo radiotivo ou até cirurgia.”
(Ag. Brasil)
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