quinta-feira, 3 de novembro de 2011

GOSTOOOSA! MAS PERIGOOOSA!

Limpar (ou coçar) os ouvidos com cotonete, caneta, chave de veículo, chave de fenda, faca, palito de fósforo, pena, unha e outros objetos pontiagudos tem levado muita gente a pedir socorro ao otorrinolaringologista.

Na maioria das vezes, esse hábito se transforma em meio para atingir o prazer proporcionado por aquela “coceirinha gostoosa, mas perigoosa”, podendo levar ao desprazer da perda da audição. Acompanhe entrevista do Dr. Cícero Silvério de Paiva Neto (foto) - DC, otorrinolaringologista, concedida a Artemísio da Costa (AC).

EM TEMPO: Dr. Cícero Silvério será um dos aniversariantes ilustres deste sábado (05 de novembro). Nossos parabéns!

AC - Limpar diariamente os ouvidos é prática correta? Por quê?

DC - Não. Ele só deve ser limpo quando houver necessidade.


AC - Que tipos de procedimentos são considerados incorretos e/ou prejudiciais?
DC - O uso de objetos como cotonetes, chaves, grampos e afins, para limpar ou coçar a orelha.


AC - O que essa (má) prática pode acarretar?

DC - Infecções ocasionadas pelos fungos e bactérias que lá foram deixados e o risco de causar traumas como perfuração timpânica.


AC - O que é a cera e qual sua importância para o ouvido?

DC - É uma proteção natural que todos desenvolvemos, responsável por evitar infecções e prurido (coceira).


AC - O excesso ou a falta dela pode denunciar que algo está errado? O que fazer?

DC - Não. Há pessoas que a desenvolvem em maior quantidade e outras em menor. Isso não quer dizer que algo está fisiologicamente errado com elas. O que se pode fazer nos casos em que ela se dá em grande quantidade é periodicamente, quando necessário, a pessoa ir ao otorrinolaringologista para que ele faça uma lavagem e retire o excesso.


AC – O que fazer quando entrar inseto no ouvido?

DC - A primeira conduta é usar algum produto capaz de matá-lo ou imobilizá-lo, como álcool, óleo ou mesmo água. Depois disso, ele não é capaz de causar nenhum dano àquela orelha, portanto não há a necessidade de retirá-lo imediatamente, embora a remoção deva ser feita por um profissional habilitado.


AC - E quando a criança coloca algum corpo estranho no ouvido?

DC - Só deverá ser removido por um profissional capacitado, através de lavagem. Quando for necessário usar algum tipo de pinça pra retirá-lo, somente deverá ser feito por um otorrinolaringologista, a fim de evitar traumas na orelha. Obs.: Os únicos corpos estranhos que devem ser removidos nas primeiras 24 horas são baterias, por conta dos produtos químicos que há nelas.


AC - A partir de quando aquela “gostoosa” coceirinha no ouvido passa a merecer cuidados especiais?

DC - A partir do momento em que ela vem se repetindo e acentuando.


AC - Quais as recomendações para uma limpeza correta e sem prejuízos à saúde?

DC - A orelha é um órgão autolimpante, ou seja, ela vai expulsando o excesso do cerume, conforme sua produção. Por isso esta cera vai ficando exposta e visível. Este é o momento que se deve fazer a retirada dela com a ponta da toalha umedecida e nos casos da grande produção deste cerume fazer o procedimento citado acima com um profissional apto a executá-lo.


AC - Há alguma recomendação quanto à periodicidade, horário de limpeza (adultos e crianças)?

DC - Não. Somente nos casos de grande produção do cerume, retirá-lo quando necessário, já que pode impedir o indivíduo de escutar bem.


AC - Além desses, quais os outros cuidados para que se tenha uma boa audição e por mais tempo?

DC – Evitar exposição a sons em intensidade elevada, fones dentro do ouvido e o uso de alguns medicamentos que podem prejudicar a audição.


Dr. Cícero Silvério de Paiva Neto nasceu em 05.11.1968, em Mossoró-RN. Formou-se na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) em 1995, com Especialização em Otorrinolaringologia no Rio de Janeiro (RJ) - 2000 a 2003. Em 1996, chegou a Sobral, ingressando na Santa Casa de Misericórdia. Atua também como Professor do Curso de Medicina da UFC - Campus Sobral. É casado com a sobralense Joyce Albuquerque Paiva, filha do casal Maria de Jesus (BNB) e Sebastião Ponte Albuquerque (empresário e radialista). Locais de atendimento: Clínica Dr. Francisco Alves - Av. Dom José, 472 - Fones: 3613.2396 e 9922.9004. Santa Casa de Misericórdia de Sobral; Centro de Especialidades Médicas (CEM); Acaraú - Laca Saúde; Ipu - Hospital Mons. Fco. Ferreira de Moraes - Fones: 3683.1157 e 3683.2202; Santa Quitéria - Clínica Nova Era - Fones: 3628.0025. Contatos: csilverio-orl@ig.com.br

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