A Câmara vai analisar três projetos de lei que
integram o Programa Nacional de Apoio ao Sistema Prisional, lançado nesta
quarta-feira (23) pelo Ministério da Justiça. O programa tem dois objetivos
principais: zerar o deficit de vagas para mulheres e diminuir o número de
presos em delegacias, transferindo-os para cadeias públicas. Um dos projetos
que serão enviados pelo governo ao Congresso determina que, na sentença penal,
o juiz leve em conta o tempo de prisão provisória, no Brasil ou no exterior, o
de prisão administrativa e o de internação como critério para definir o regime
inicial de cumprimento da pena (se em regime fechado, semiaberto ou aberto). Outra
proposta pretende criar um sistema de acompanhamento da execução das penas.
Segundo o texto, o juiz receberá mensagem eletrônica informando sobre o vencimento de prazo para concessão de benefícios ao preso. Já o terceiro projeto trata da convivência familiar no sistema prisional, incluindo o direito de mulheres encarceradas e seus filhos, e regras para as visitas de familiares.
Segundo o texto, o juiz receberá mensagem eletrônica informando sobre o vencimento de prazo para concessão de benefícios ao preso. Já o terceiro projeto trata da convivência familiar no sistema prisional, incluindo o direito de mulheres encarceradas e seus filhos, e regras para as visitas de familiares.
Programa Nacional - A
expectativa do governo é gerar pelo menos 42.500 vagas no sistema prisional,
ampliando ou construindo novos estabelecimentos. Desse total, 15 mil vagas
serão em presídios femininos e 27.500 em masculinos. O governo afirma que vai
destinar aos estados e ao Distrito Federal cerca de R$ 1,1 bilhão para
financiamento do sistema, até 2013, por meio do Fundo Penitenciário Nacional. A
distribuição dos recursos terá como critério o deficit de vagas registrado no
Sistema Nacional de Informação Penitenciária. São Paulo, Paraná, Minas Gerais e
Pernambuco lideram a lista.
O presidente da Comissão de Segurança Pública e
Combate ao Crime Organizado da Câmara, deputado Mendonça Prado (DEM-SE),
considera "gravíssima" a situação das cadeias no Brasil. "Temos
celas que são apropriadas para 10 presos e que têm 30. As pessoas dormem em
pé”, disse. “É necessário que a pessoa que cometeu um crime, que ainda vai ser
julgada, seja tratada com dignidade.”
Apesar de considerar positivo o programa lançado
nesta quarta, o deputado afirma que o governo não pode deixar de investir nos
setores que previnem o crime, como a educação. O deputado Domingos Dutra (PT-MA),
que relatou a CPI do Sistema Carcerário, encerrada em 2008, também elogia a
construção de presídios, mas ressalta que esse não deve ser o principal foco do
governo. "É importante que, ao mesmo tempo, o governo tente garantir
oferta de trabalho e escola aos presos, porque isso reduz o tempo de pena na
cadeia. Os presos passarão a ter renda e, com isso, poderão manter seus
familiares, pagar a custa do processo, assim por diante."
De acordo com levantamento feito pelo Fórum
Nacional de Segurança Pública em 2010, aproximadamente 44% dos encarcerados
eram presos provisórios, que ainda não tinham tido o processo julgado. O
secretário-executivo do fórum, Renato Sérgio de Lima, afirma que Executivo e
Judiciário devem se unir para regularizar a situação desses presos. Lima afirma
que é uma “vergonha” para o Brasil ter tantos presos aguardando sentença.
"Não só estamos violando direitos dessas pessoas, como também estamos
criando condições para que a injustiça seja feita”, afirmou. (Agência Câmara)
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