segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Salve o aposentado

A frase acima dita num dia 24 de janeiro soa perfeitamente como uma alusão ao Dia do Aposentado, que transcorre nessa data. Mas atualmente ela tem de ser bradada bem alto e todo dia. E assimilada como um pedido de socorro ou como um desesperado grito de exigência para que algo seja feito urgentemente em defesa dos nossos velhinhos. Diariamente milhares deles tornam-se vítimas desse genocídio financeiro chamado empréstimo consignado em folha de pagamento.
Estelionatários continuam agindo sem nenhuma punição contra aposentados e pensionistas no interior. Os prejuízos decorrentes desse crime agravam ainda mais a situação criada por alguns familiares que já extorquiam e tomavam a minguada aposentadoria. Algumas vezes, os meliantes apresentam-se como funcionários do INSS, de bancos e financeiras. Sorrateiramente, aproveitam-se da ignorância e ingenuidade dos aposentados para captar dados pessoais e bancários dos idosos, bem como para conseguir assinatura destes em formulários não preenchidos ou papéis “em branco”. Para conseguir isso, prometem facilidade em empréstimos consignados em folha para custeio da plantação, compra de eletrodomésticos, quitação de dívidas no comércio e para as mais absurdas finalidades. Com facilidade jamais encontrada, os velhinhos contraem os empréstimos, às vezes em quantias superiores às solicitadas, só tomando conhecimento disso quando as prestações começam a ser descontadas.

Em situação de desespero, aposentados contam casos de desconto de prestações sem que o valor financiado tenha entrado na conta; prestação incompatível com valor financiado (Ex.: recebeu R$ 2 mil e paga como R$ 5mil); primeira prestação já superior ao valor do bem financiado (Ex.: 12 prestações de R$ 120,00 pela compra de um DVD); empréstimos cujo número de prestações supera o de meses de vida que o devedor ainda possa ter, além de outras ocorrências de difícil compreensão.

Diante dessa situação, não temo afirmar que já passa do momento de as autoridades e a sociedade realizarem um trabalho imediato e sério em defesa dos indefesos aposentados. E dentre as opções para solução do problema, sugiro algumas “para ontem”:
AO INSS - Uma urgente campanha de conscientização através da grande mídia, o que nunca se viu ou viu;
ÀS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS - Um estudo da viabilidade de unificar num só banco esse tipo de empréstimo, a fim de melhor controle;
ÀS ENTIDADES DE DEFESA DOS APOSENTADOS - Conscientizar mais seus associados, cobrar mais ação da OAB, Polícia, Justiça, meios de comunicação e mobilizar a população;
AOS APOSENTADOS - Cercar-se de todo cuidado, desconfiar de certas facilidades, guardar sigilo total de seus dados pessoais e bancários, não assinar nenhum papel sem o prévio conhecimento do conteúdo, nem que venha de alguém dizendo-se servidor do INSS ou de bancos. Na dúvida, dirigir-se a essas instituições. Por fim, adotar como norma de segurança aquele ditado, que é bem mais velho que os próprios aposentados: “DE ESMOLA GRANDE TODO CEGO DESCONFIA”.   

Nenhum comentário:

Postar um comentário