quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

96% da população rejeitam a criação de um novo imposto para saúde


Uma coisa é certa: esse elevado índice de reprovação justifica-se pelo fato de os brasileiros constatarem que grande parte dos milhões arrecadados se esvai pelos ralos da corrupção. Mas, como é para meter a mão no bolso da população, os políticos não se cansarão de tentar implantar uma nova CPMV.

Outra realidade: Cita a Constituição Federal de 1988, em seu Art. 153, inciso VII: Compete à União instituir impostos sobre grandes fortunas (IGP), nos termos de lei complementar. Ocorre que apenas poucos parlamentares se interessam por isso. É o caso dos que há mais de três anos lutam pela aprovação do PLP 277/2008, que regulamente no Congresso o IGP. Que o povo procure conhecer mais esse Projeto de Lei e Outras Proposições. E mais: passe a cobrar mais sua implantação. Quem sabe, com essa fatia dos afortunados o setor de saúde do Brasil possa sair da UTI.  Agora leia, na integra, matéria publicada hoje no Jornal  Correio Braziliense.
“A necessidade de mais recursos para a saúde pode ser resolvida se o governo conseguir acabar com a corrupção. Essa é a avaliação de 82% dos entrevistados de uma pesquisa feita pelo Ibope sobre o sistema público de saúde e encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O estudo divulgado nesta quinta-feira (12) mostra também que 96% da população é contrária à criação de um novo imposto para melhorar o atendimento à saúde.

Apenas 4% dos entrevistados disseram acreditar na necessidade de o governo aumentar impostos para obter mais recursos para o setor. A pesquisa mostra que 96% da população já utilizou algum serviço público ou privado, durante toda a sua vida.

Em uma escala de 0 a 10 pontos, os hospitais públicos receberam dos entrevistados nota média de 5,7 e os privados, 8,1. A demora no atendimento aos pacientes foi citada por 55% dos entrevistados como o principal problema do sistema público de saúde; 61% já utilizaram algum serviço de saúde nos últimos 12 meses, sendo que 79% dos atendimentos foi ambulatorial. As mulheres utilizaram os serviços de saúde em maior número (68%) nos últimos 12 meses. Dos homens entrevistados, 53% disse ter precisado de atendimento nesse período. Do total de pessoas ouvidas, 79% utilizaram o serviço de saúde na rede pública nos últimos 12 meses.

O aumento no número de médicos foi apontado por 57% da população como uma das medidas que devem ser tomadas para melhorar o serviço médico na rede pública. Para 71% dos entrevistados, as políticas preventivas de saúde são mais importantes que a construção de hospitais. A privatização da saúde, com a transferência da gestão dos hospitais públicos para o setor privado, foi apontada por 63% das pessoas ouvidas como medida que melhoraria o atendimento dos pacientes.

Um dos itens que surpreendeu os pesquisadores, segundo o gerente Executivo de Pesquisa da CNI, Renato da Fonseca, foi a concordância de 84% dos entrevistados de que a venda de medicamentos só deve ser permitida com a apresentação e retenção de receita. Segundo ele, é comum entre os brasileiros procurar o farmacêutico para pedir remédio em vez de ir ao médico. Os medicamentos genéricos foram apontados por 82% da população como tão bons quanto os de marca e 80% dos entrevistados concordaram total ou parcialmente que o parto normal é melhor do que a cesariana.

As pessoas de maior renda familiar ou de maior grau de instrução fizeram avaliação mais negativa sobre a qualidade da saúde pública no Brasil, com ênfase nos municípios com mais de 100 mil habitantes ou nas capitais. As mulheres dão opinião mais negativa sobre o sistema de sua cidade, com 55% das opiniões para ruim ou péssimo, número que entre os homens cai para 51%. O Ibope ouviu 2002 pessoas em 141 municípios”.

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